terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cipó


Resolvi me importar com o que é certo. Com o que me faz bem. Com o que me faz sorrir. Resolvi cuidar um pouco mais de mim, quer dizer, um bastante mais. Decidi me colocar acima daquilo tudo que me põe para baixo. Resolvi me dar uma chance. Me dar uma nova e bela chance de aproveitar tudo que há na Terra. Resolvi celebrar, comemorar, dançar mais. Resolvi que não ia me estressar mais. Me torturar com chaves quebradas. Com cordas bambas ou panos esfarrapados. Resolvi me libertar. Me libertar daquilo que me prendia ao chão, me impedindo de voar. Presa nos próprios furacões criados por mim mesma. Era vento e chuva, tempestade.

Quero sol. Quero céu limpo e algumas, apenas algumas nuvens finas enfeitando o azul claro.

Metade dos problemas do mundo inteiro estariam resolvidos se as pessoas se importassem somente com os problemas que fossem delas. Só vou me preocupar com o que é de fato meu. Aqueles que estão de passagem pela minha vida, me perdõem, nada de sentimentalismo, mas eu vou estar cuidando de mim. Agora é assim, vou gostar de quem gosta de mim. Vou tratar bem que me tratar primeiro. Cansei de conquistar. Cansei de dar minha cara limpa a tapa, mesmo ela sendo feita de madeira. Cansei de me iludir, desiludir. Como o meu nome diz, sou um cipó. Sim senhores, cipó e de preferência, lenhoso, de acordo com nosso querido aurélio. As pessoas me usam para se transportarem. Para passarem de nível. Assim como o Tarzan faz, de uma árvore à outra, elas se apoderam de minha generosidade, de minha sabedoria e de minha insanidade para atravessarem obstáculos, para evoluírem, para melhorarem. E depois? Deixam o cipó para trás e seguem com suas Janes. O cipó fica ali, esperando outro para se agarrar e depois, novamente, abandonar. Eu cansei de ser Liana.

Eu gosto de ajudar e isso não há o que eu possa fazer, não vai mudar.

Mas no momento, me deixe em paz. Quero mais certeza, mais esperteza e cumplicidade. Vou aprender a me defender e a me dar mais valor. Vou aprender a me proteger de todo o mal que podem me fazer.


"A ayahuasca ou liana provoca alteração da consciência sem causar danos físicos. Os sectários atribuem à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados. De fato, não há dependência física conhecida, ainda que a necessidade intrínseca do uso da planta em todos os ritos para se atingir estados alterados seja visto como manifestação de uma dependência psíquica."

Um comentário:

  1. Acho que a dependência psiquica existe sim! eu sou depende de uma liana... a única que conheço! Preciso sempre saber como ela está, ás vezes é falando diretamente com ela, ás vezes perguntando por ela a outras pessoas, mas ultimamente o meio que mais tenho usado é o blog! Sempre leio seus textos e eles são lindos, porém eles me mostram que ela não está como eu gostaria que estivesse! Desejo toda felicidade e todo o amor do mundo pra ela! E Liana, não esquece que o meu amor tu vai ter sempre! Quando quiser conversar, desabafar, desestressar, rir, ou qualquer outra coisa é só vim falara comigo, eu vou querer te ajudar sempre!

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