segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mais do Medo


"[...] Em parte porque existem tantos detalhes na justificativa desse medo, que eu não poderia reuni-los no ato de falar de modo mais ou menos coerente." (trecho de Carta ao Pai, Franz Kafka)


Estou morrendo de medo, e não consigo escrever sobre isso.
Só isso então... Medo.
Ele paralisa até minhas palavras.

domingo, 30 de agosto de 2009

Vidão

Há pouco fui perguntada sobre o que eu faço além da faculdade... e pensei que não faço nada nada nadinha de interessante. Falei que, além das minhas aulas, eu corro, ajudo a cuidar da casa, leio e compartilho um blog. Nunca escalei o Everest, não faço rafting nem salto de bungee jump, não ando de asa delta pelo Rio de Janeiro, nunca ganhei na mega sena nem tive uma cena de ação digna de um filme de Hollywood. Mas seria muita crueldade achar que, por não ser assim, eu não faço realmente nada memorável.
Assisto ao nascer do sol na maior praia do mundo, e vivo nela. Corro com o meu cachorro, que é o melhor parceiro do mundo pra uma corrida. Tenho uma família linda, linda. As melhores amigas e amigos do mundo. Sou cercada de gente que me ama e que me quer bem. Sento de madrugada para beber vinho, conversar e pensar em como a minha vida é boa. Tenho saúde, tenho amor, tenho felicidade. Posso não ter muito dinheiro, nem viver uma vida cheia de aventuras. Mas tenho, certamente, uma vida maravilhosa.
Vidão não é ter o carro do ano, nem viver uma vida inteira quase morrendo de tanta adrenalina. Pra mim, vidão é beira da praia com o meu cachorro, minha melhor amiga e um belo pôr-do-sol. Vidão é saber admirar os pequenos presentes que o destino me dá, todos os dias. Vidão não precisa ser aquele que vai ganhar um prêmio Nobel, virar milionário ou fazer o mundo inteiro cair aos seus pés. Vidão, certamente, é aquele que chega no último dia da sua vida e tem certeza de que faria tudo de novo. E eu com certeza o faria.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Banquete do Amor


Estava assistindo a este filme hoje, "Banquete de Amor" e me deparei com um momento em especial. De todos os belos momentos que o filme apresenta, especialmente um me instigou mais. Me fez refletir. Enquanto meu amigo achava tudo aquilo muito simples, eu mergulhei naquela situação, me pondo no lugar da personagem. O fato é que ela se casava com um homem que não tinha certeza se amava. No fundo ela sabia a resposta sincera, mas não é tão simples sermos francos conosco. Talvez seja a parte mais difícil nos relacionamentos e o maior prejudicado somos nós mesmos. Eu falei "deve ser horrível casar com alguém que tu nao tenha certeza amar." Meu amigo, espantado, falou alto "Não sei prá quê casar então!!!!" Por conseguinte fiquei refletindo: ele não sabe o quanto as pessoas podem ser complicadas, o quanto elas podem se enganar, mesmo que insconscientemente, e o quanto elas são fracas e inseguras. Afinal de contas, ela estava casando, segundo ela mesma, com um cara que não era feio, não era arrogante, não era ciumento, não era rude, não era mal educado, não era casado, não era nada mal. Faltou ela dizer o mais cabível negativo que ela não disse. O "não o amo". Complicado admitir o que não é o ideal. No fundo ela queria amá-lo. No seu íntimo ela sabia que esse coletivo de adjetivos que o caracterizavam como uma pessoa não isso ou aquilo, o tornava verdadeiramente amável, porém não por ela.

Eu fiquei imaginando, na hora do sim, o desespero interno. Várias vozes gritando ''não faça isso com sua vida!'" "Fuja!" "Saia correndo, agora!". Apesar de tudo isso, a gente diz sim. Sim à rotina confortável, ao embaraço de laços tão indestrutíveis quanto pó e tão confusos como a neblina. Por que aceitamos o amor acomodado ao invés da paixão devastadora? Por que e para quê a pressa? Será medo de nos encontrarmos sós? Mas de que valem relações construídas e baseadas em falsos sentimentos? Ou até mesmo não falsos, mas "não amor"? Será mesmo preferível ter uma companhia agradável do que continuar na luta pelo grande amor?

Eu duvido muito. De todas as personagens do filme, era no lugar dela que eu menos gostaria de estar. Até mesmo a mocinha que casa e seu jovem esposo morre, ela esperando um bebê dele. Que triste, mas tudo menos a mulher desiludida por não amar seu companheiro. Eu gostaria de sentir o que aquela outra, sim, sentia. Era amor. E tantos outros que sofrem, mas o sentem nas veias de seus corações junto de todas as sensações causadas por todos os hormônios liberados pelo sentimento chamado de amor. Não quero passar por tal sensação de estar jogando minha alegria fora, minha vivacidade, minha liberade, minha esperança. Quero estar nas nuvens no dia de meu casamento e com toda a certeza dizer sim. Sim para a vida, sim para o amor.

A vida também me ensinou uma lição hoje. Aquela que a moça do filme não aprendera antes de dizer o sim. Uma atitude complicada, mas uma vez decidida, imbatível. Ela é perfeita por obter equilíbrio, por conseguir a verdade e seguir o caminho do coração. O segredo está em sermos sinceros. Em não nos iludirmos, tentando sentir algo que não sentimos. Afinal, não podemos culpar ninguém por amar outra pessoa. O amor não se escolhe, é a mais pura e bela obra divina. Quem somos nós, quem sou eu para julgar o que é melhor? Nossas vidas está em Suas mãos. Nosso único dever é saber ouvir, sentir, enxergar o que o nosso coração tem a nos mostrar. Nada é por acaso, tudo tem uma razão, mesmo pequena de ser, o que acarretará consequências nas nossas vidas. Acredito que quando fazemos o bem, ele retorna. Então se hoje recebi um não, amanhã muito bem posso ver tal momento como um aprendizado, como algo que tenha me tornado mais forte, mais integra, mais equilibrada. Estou sendo paciente e tolerante, acreditando que tudo isso não é e nem será em vão. Nada é. Um dia ainda vou agradecer pelo dia de hoje. Tenho certeza. Mesmo no presente, já vejo que as coisas darão certo, porque todos os envolvidos estão agindo de boa fé, sendo maduros e sinceros.
Portanto, que os mistérios e as incertezas de hoje se clareiem com o passar do tempo, o encarregado de nos mostrar o que o futuro nos reserva.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Nova Loira do Tchan

São seis da manhã, mais uma vez a insônia tomou conta de mim e resolvi baixar algumas músicas do meu "passado". Chiquititas, Eliana, Xuxa, Angélica, Sandy & Júnior, É O Tchan, e mais uma centena de coisas divertidas dos meus 5 aos 10 anos. Coloquei pra tocar minhas novas musiquinhas e fui pra cozinha, quando começa a tocar a que dá título a esse post, "A Nova Loira do Tchan". Comecei a rir, me deixa explicar...
Nunca fui gostosa nem me destaquei por um físico espetacular. Não tenho 60 de cintura muito menos 105 de bundinha (que bonitinha), e queeem me dera o 1.70 de altura. Mas, pensando bem, eu já fui a nova loira do Tchan. A única loira entre as amiguinhas, então era eu quem entrava em ação quando essa música começava a tocar. Corria pra dançar aquela que era dedicada "a mim". Já fui também a Britney Spears, também pelo quesito 'loirice'. Era eu que ficava à frente das meninas, nas coreografias de roupa colegial que a gente apresentava na escola, dublando feliz da vida, já que recém começara o cursinho de inglês e me achava O máximo cantando "Baby One More Time", com direito a pompom cor-de-rosa no cabelo e camisa branca emprestada da mãe.

Mas nunca fui Sandy, logo aquela que eu adorava mais que todas as outras. Por muito tempo me tranquei no quarto imitando o Imortaaaaaaaaaaaaaaaal (que eu nunca consegui nem de perto), desejei ser morena e cortar uma franjinha pra poder ser a Sandy. Cortei o cabelo em "V", quando era moda e ela usava assim. Mas nas brincadeiras, muito briguei com as colegas porque elas diziam "tu não parece com a Sandy, tu é loira e ela é morena". Elegiam outra pra Sandy e deu pra mim. Não vou negar, também fui Xuxa. Fui Angélica. Fui Kelly Key. Acabei entendendo que não poder ser a Sandy também tinha as suas vantagens. E fui feliz pra caramba.

Fui de loira do Tchan a Xuxa, passando por muitas. E hoje eu sou Gabrielle. Continuo sendo a única loira entre as amigas e ainda danço na frente do grupo quando tenho a chance, mas finalmente eu me entendi, e perdi a vontade imensa de ser a Sandy que minhas mechas loiras nunca me permitiriam ser.




P.S.- e ah, nem de longe me chamam mais de Kelly Key, nem de Carla Perez, muito menos de Sheila qualquer coisa. Finalmente as coleguinhas entenderam que definitivamente eu não tenho 105 de bundinha.

Indiferença

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.
O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Saulo Cavalcante)
P.S.- feliz ou infelizmente, só me resta indiferença.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mania de Você

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pra Você Eu Digo Sim!

Nunca pensei em casamento. Na verdade, nunca fui a um casamento. Sempre fui daquelas que tinha certeza de nunca encontrar alguém para passar a vida toda junto, sempre fui inconstante, sempre "da pá virada". Nunca sonhei com véu e grinalda, nem pensei nos nomes dos padrinhos e dos meus filhos, muito menos na vasta lista de parentes e no salão imenso que teria que arranjar para abrigar minha família toda numa ocasião especial. Nunca sonhei em ter uma casa de praia pra envelhecer com o amor da minha vida, nem em encontrar travessas inox Tramontina como meus presentes de casamento.
Sempre quis independência. Sempre gostei de companhia, mas não o tempo todo. Dormir junto é bom, mas se esparramar sozinho na cama é muuuito melhor. Sempre gostei de carinho, sempre fui romântica, e acho que por isso tenho essa coisa com o casamento. Se já não é fácil segurar na boa um namoro onde os dois dormem juntos no final de semana, imagina com o maridão deixando cueca no chão do banheiro e babando na minha fronha favorita, até que a morte nos separe? Ah, por favor!


Maaaaas, como papai do céu castiga as radicalistas que desejam acabar com essa instituição 'sagrada' e o dinheirinho que o pobre padre arrecada celebrando essas cerimônias lindinhas, eu fui punida. E exemplarmente, convenhamos. Papai do céu me fez sentir aquilo que provavelmente esses seres "casantes" sentem quando decidem juntar as escovas de dentes perante Deus e o padre do dinheirinho. Senti, pela primeira vez, que poderia passar o resto da minha vida com uma só pessoa. Com ele, eu dividiria uma cama todos os dias. Pode ser de casal ou de solteiro, se for de solteiro é ainda melhor porque aí tu coloca a perna por cima de mim. Pode babar na minha fronha favorita, ou em qualquer outra fronha, pode até babar em mim. Pode roncar no meu ouvido. Ganharia travessas inox Tramontina e ainda me esforçaria na cozinha para depois colocar a comida nelas. Deixaria a rotina nos pegar, e mesmo na correria do dia-a-dia eu ainda seria a mulher mais feliz do mundo. Planejaria o nome dos filhos e contigo teria todos eles, fossem um, dois ou cinco. Deixaria que me visse com ou sem roupa. Permitiria que me visse envelhecer.


Contigo teria orgulho das marcas que o tempo faz, e celebraria todas elas como aniversário da minha felicidade ao teu lado. Tu não és o mais bonito, nem o mais alto, nem o mais charmoso. Mas tu és o único que desperta essa felicidade incontrolável em mim, o único que me faz querer dormir e acordar o resto da minha vida aturando um ronco e ainda rir se tu deixares uma cueca pelo meio da casa. Casaria na igreja. Mesmo que isso pedisse véu, grinalda, padrinhos vestidos de cores horríveis e de novo o pobrezinho do padre. Juraria amor e fidelidade, mas juraria muito mais que isso. Juraria companhia, cumplicidade, honestidade e a certeza de tentar fazer cada dia ser melhor pra nós dois. Só os teus olhos, que tem essa cor tão diferente, eu poderia aceitar durante toda uma vida como os olhos que vigiam meu sono. Beijaria apenas os teus beijos, abraçaria teus abraços, sonharia junto a ti os meus sonhos. Contigo eu dividiria não só o meu humor oscilante e minhas ideias malucas, mas compartilharia toda minha vida. Assim, sem razão e sem pudores.


Pra você eu digo sim. E você, o que diz pra mim?

Ajuda

Por que é tão difícil fazer a coisa certa? Na realidade, o complicado é saber o que é o certo. Se soubessemos o que aconteceria depois de termos escolhido certas atitudes, pensamentos, maneiras de lidar com problemas e com os outros, tudo ficaria simples. Saberíamos qual caminho tomar. Essa indecisão, fruto da insegurança, me abala, fazendo com que esqueça de procurar meu equilíbrio interior. O ideal é agir com perseverança, doando o melhor de mim, sem medo de me arrepender, porque, fazer o bem aos outros é muito prazeroso e gratificante. Não há nada a temer. Sinto como se eu aparecesse na vida das pessoas por um motivo maior. Eu não sei bem se eu sou a causa ou a conseqüência. Visto que cultivo o ato de ajudar ao próximo, as pessoas percebendo isso, confiam em mim e acabo por ajudá-las? Ou sou personagem de algo maior, desta forma, surjo propositalmente na vida das pessoas a fim de ajudá-las? Sinto que, sim, sou sempre passageira. Não houve nenhum caso amoroso que tenha vindo pra ficar, sinto que apreciam minhas opiniões, meu modo de ver e pensar, que eu acrescento algo neles, necessitam de mim por um tempo limitado, e quando a missão está cumprida, se vão. Pensando desta forma, não há rupturas, simplesmente aprendizados e missões cumpridas. Desta maneira posso ajudar mais e mais gente. Se somos tão mesquinhas e egoístas, se eu preciso me interessar para ajudar. "Preciso de contato para entrar em contato." Não vou subir num palanque e sair analizando situações alheias, distribuindo conselhos e dissiminando a paz. É necessária uma relação mais profunda, mesmo que rápida. A melhor maneira de ajudar é fazer amigos. Esses sim, não se vão. A amizade é um amor que nunca morre. Talvez quando alguém que tenha algo a me oferecer, uma missão para cumprir, algum propósito, divino ou não, de me auxiliar espiritualmente, venha para ficar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Who's gonna drive you home tonight?


Hoje, um momento mágico: minha mãe, o tempo, a trilha sonora.

Estava no meu quarto, deitada na cama, olhando pro céu e pensando nas coisas que passaram por mim. De repente, é como se um filme tivesse passado na minha cabeça. Fiquei até com medo de morrer depois, eles dizem que é isso que acontece segundos antes de ir pro andar de cima, não é? Deixando as brincadeiras de lado, eu realmente nunca tive uma sensação tão forte de passado como nesta manhã. Não sei se foi a música, não sei se foi o azul, a minha cama macia, mas as lembranças tomaram conta de mim e de um jeito fascinantemente rápido! Tanta coisa aconteceu em 18 anos. Mudei tantas vezes de lugar, até mesmo de país, foram 3 diferentes. Mudei tantas vezes de 'estado civil', de colégio, de companhias. De ideologias, atividades, gostos, manias, radicalismos. Mudei milhares de vezes de cabeça, já arranquei meu coração, ja resgatei, já me fiz em mil pedaços, como dizia Renato Russo, já cresci, já caí, já passei por maus bocados. Aprendi valores com tudo que sofri, amadureci mais do que se tivesse ficado parada em um mesmo lugar, mas aí não seria eu.

E de repente me vi ali. Me observei deitada em minha cama bagunçada, com um baú de lembranças. Em dez minutos eu tinha aula de biologia. Pensei na rota que estou traçando, no caminho que escolhi. E quase saí da minha melancolia para cair na vida real quando minha mãe entra no meu quarto, com os olhos brilhantes: "filha, escuta essa música." Eu sorri. Ela disse: "Eu tinha dezesseis anos. Eu estava no Rio quando ela foi lançada. Faz tanto tempo." Ela não precisava dizer a frase que viria a seguir, eu senti no meu interior mais profundo o quanto aquela trilha sonora um dia já fez parte da vida dela. Fiquei imaginando quais momentos ela teria servido para embalar suas mais fortes emoções. Um beijo, um abraço, uma despedida, um pensamento em alguém distante, um futuro incerto, amores.

A música é minha trilha de hoje. Vinte e cinco anos depois, a cena se repete. Eu estava ali adormecidamente acordada sonhando com a música. Eu estava completamente embebecida de saudade, de ansiedade, de esperança. Um passado bonito e um futuro incerto. E a mesma sonoridade me convidando para dançar junto.

Minha mãe também mergulhou em suas lembranças. Certamente, histórias retomaram vida em sua mente, por dois minutos. Como as minhas o fizeram instantess antes dela abrir a porta. Não vou esquecer seu olhar. Pude sentir sua saudade em mim. Pude sentir sua juventude. Sua energia. Aquela menina ainda existe dentro da mãe que tomou lugar. E nunca morrerá. Ela finalizou "Que saudade!"

Filmes diferentes, a mesma bela trilha.


"Who's gonna tell you when,
It's too late,
Who's gonna tell you things aren't so great.
You cant go on, thinkin'
Nothings' wrong, but bye,
Who's gonna drive you home, tonight.?
Who's gonna pick you up,
When You fall?
Who's gonna hang it up,
When you call?
Who's gonna pay attention,
To your dreams?
And who's gonna plug their ears,
When you scream?
Who's gonna hold you down,
When you shake?
Who's gonna come around,
When you break?
You can't go on, thinkin',
Nothin's wrong, but bye,
Who's gonna drive you home, tonight?"

The Cars - 1984

Insônia


Há dois dias eu mal durmo. Assalto a geladeira. Vejo um filme. Converso no msn. Descubro algum cd bom para ouvir. Como mais um pedaço daquele bolo que tá maravilhoso. Leio trechos de livros. Marco minhas poesias com post-it coloridos. Arrumo a cama. Deito nela. Lembro que tem jogo, e levanto pra dar uma olhada. Assisto ao jogo inteiro. Tomo banho. Olho o celular, já são quase seis da manhã! Ah, vou deitar um pouco no sofá que com certeza eu durmo... Agora são quase sete horas. Levanto, mais uma vez. Mais comida. Mais filme. Mais msn. Mais música. Mais post-its. Mais cama. E ainda menos sono. Quando olho pela janela que esqueci aberta, o dia está claro. Lindo. Vejo o sol, e vejo porque meu sono não vem. Você está aqui dentro, insone, de um lado pro outro. Caminhando nos meus pensamentos, se mudando daquela barraca improvisada e construindo uma casa definitiva no meu coração. Fecho as minhas janelas, e você anda impaciente aqui, zanzando em mim. Enquanto você não chega, eu vou dormir. Se é sonhando que eu posso te encontrar, eu fui. Boa noite, meu bem.

Virtudes e Defeitos


Escondemos nossos maiores defeitos atrás de nossas maiores virtudes. Somos altamente capacitados para transformar situações e sairmos muito bem delas. Somos espertos, mesmo que alguns o façam por instinto. Não queremos parecer fracos, não todo o tempo, diante das pessoas, principalmente se ainda não as conquistamos. Então, escondemos. Dissimulamos. Aparentamos o que não somos realmente. É claro que tem muita gente simples, transparente por aí. Mas a maioria joga. Incorpora personagens, atua, e gosta do papel que interpreta. Mas no fundo, há muito escondido. O que torna tais pessoas muito mais interessantes. É uma arte desvendar o comportamento humano com suas inúmeras facetas.

Vamos idealizar alguém que seja muito espontâneo, muito extrovertido, aquele animador da galera mesmo, sempre sorrindo, sempre bancando o palhaço, o comediante da turma. Todos pensam que é extremamente bem resolvido e há alegria de sobra. Incrível como não nos damos conta de que, muitas vezes, aquilo só é uma fuga, provavelmente de insegurança, carência, falta de atenção em casa. Uma pessoa que é mentirosa, aumenta os acontecimentos, vive no mundo da fantasia, pode ser uma pessoa muito insegura que precisa se auto afirmar, fazer com que suas histórias sejam melhores do que realmente são, porque não são comuns. Aquele tipo de pessoa que tudo acontece com ela. Uma pessoa que seja totalmente fechada, fria, calculista e insensível pode apresentar os mais intensos sentimentos, só que os esconde, provavelmente porque tenha se machucado já ou tenha muito medo simplesmente de se expor, com medo de que aconteça talvez o mesmo que sucedeu com algum ente próximo. Talvez seja fruto de sua educação rígida e sufocante, afinal, o medo dos pais passa para os filhos. Uma pessoa que aparenta ser muito forte, até mesmo parece imbatível, não passa de um bebê que precisa de colo quando cai do balanço, gritando 'mãnhêêê!'. Alguém que se sente, na realidade, só, procura em muitos o que não tem em poucos: amizade verdadeira, amor, afeto, relações sólidas e intensas. A solidão pode ser despistada com amigos virtuais, com festas, companhias instantâneas. Um belo sorriso e um papo agradável, a noite não virá só e tal pessoa estará sempre acompanhada pelos mais diversos tipos diferentes de 'amigos'.

Impressionante, não? Esta máquina cheia de curiosidades e peças inusitadas. Ligações fantásticas, reinventadas pelo nosso inconsciente. Despreparadamente nos defendemos melhor do que podemos imaginar. De um jeito talvez torto, mas do único que conseguimos.

A solidão vira companhia em excesso. A carência vira afetuosidade demasiada. A insegurança vira 'contador de histórias'. O medo vira frieza. Fraqueza vira força. E há sorrisos, há olhares, há maneiras. Há mil papéis, mil roteiros, mas só um palco. Faça o melhor que puder, atuando ou não.

domingo, 23 de agosto de 2009

Realize

"If you just realize what I just realized, then we'd be perfect for each other.

(...)

Take time to realize, I'm on your side. Didn't I, didn't I tell you?

But I can't spell it out for you. No, it's never gonna be that simple."

sábado, 22 de agosto de 2009

Merece um par...


Um belo par de chifres. É isso que muito homem por aí merece. Homem que não liga, que não dá valor, que não anda de mão, que não demonstra carinho, que não diz amar "porque tu já sabes que eu te amo", que não leva pra jantar, que não paga a conta, que não dá presente nem no dia dos namorados, que não sai junto com ela e fica em casa vendo filme, que não faz um carinho, que não deixa de lado as 'amiguinhas', que não se demora no banho nem se enrosca na cama, que faz sexo parece que por piedade, que dá uma só, que só aluga filme de guerra, que não entende que ela tem tpm, que não responde as mensagens que ela manda, que não dança no meio da sala, que não divide um vinho e não faz uma bela massagem no pé, que não beija o pescoço, que não acorda com beijos, que não manda flores, que não escreve um bilhete "porque eu não sou bom com palavras, amor", que não coloca uma foto de vocês juntos na internet, que não diz pra ninguém que você é namorada e não amiga dele, que não dá um beijo no elevador, que não frequenta a sua casa, que não lhe faz a mulher mais feliz do mundo.


Pena que, de todos que merecem, apenas alguns acabam com esse ornamento na cabeça. Realmente uma pena. O mundo seria um lugar bem melhor se fossemos adeptas de enfeitar os respectivos com chapéus de guampas... rapidinho eles aprenderiam a valorizar o que tem em casa.

Felicidade

"Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida
E feliz da vida!!!"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

É Simples.


Engraçado como gostamos de parecer misteriosos, complicados, indecifráveis. Admita, você também não gosta quando alguém o acha muito simples. Porque simples é... simples demais! O complicado tem mais graça, charme, atenção. O simples não precisa de manual, e nós, que nos julgamos complicadíssimos e cheios de notas de rodapé, poderíamos escrever um livro de recomendações sobre cada um de nossos detalhes, que julgamos muito importantes.


Sinto muito lhes desiludir (e até a mim mesma), porque a verdade é que somos muito simples. Somos ridiculamente simples. Homens, por exemplo. Quando estão afim, ligam; quando não, não ligam. Simples. Quando querem, mostram interesse; quando não, muitas vezes nem os vemos mais. Quando um homem é ferido, ele passa a odiar quem o machucou. Comportamento padrão. Mulheres, quando traídas, não conseguem deixar para trás sem conversar. Mulheres precisam conversar, tentar que o outro entenda suas razões e as suas dores. Simples. Mulheres, quando estão afim, também deixam isso transparecer (e que aí me desculpem as adeptas do antigo 'docinho', eu em pleno século XXI não tenho tempo pra fazer charminho pra homem). Somos preto no branco, apesar de insistirmos em usar aquela aquarela. Quer? Vamos sair então. Onde? A gente decide no carro.


Somos todos covardes por natureza, o que temos são crises de coragem. Crises onde vestimos a capa de super-herói e juramos conseguir levantar o mundo com as palmas das mãos. No resto do tempo, tememos o desconhecido, o instável, tememos nos machucar. Todos tememos demais. Somos todos simples, então vamos dar um tempo de complicar o que não precisa. Vamos ser mais descomplicados, mais leves. Você me quer? Você me liga. Eu quero? Eu concordo, e não te faço correr atrás uma semana. Fácil assim. Eu sou canhota e você é destro, eu odeio camarão e você não vive sem isso, mas não importa porque é tudo adicional. Na essência, somos todos iguais, e isso só quer dizer uma coisa: é simples, baby.

Se tiver um, amém.


O que um amigo representa para você? É uma conexão com o mundo exterior e interior. O mundo dele.
Um verdadeiro amigo não vai com você para a festa simplesmente: ele te paga a bebida, te carrega bêbado e sem reclamar, te diverte, te distrai quando a vida está te dando uma surra. E até dá uma surra em um ex namorado que te traiu.
Um amigo do peito não lhe ajuda somente a escolher um livro, a escolher um filme pro final de semana: ajuda você a escolher um namorado, a escolher seus amigos, a escolher uma profissão, um trabalho, um pensamento, um ideal, um caminho. O certo.
Não ajuda você somente a curar o esfolado, também tenta colar seu coração com super bonder e na maioria das vezes, consegue. Um amigo não não passa apenas a cola na prova: passa aperto, passa remédio contra assaduras quando você torrou no Sol, passa a chance de pegar o gato da festa para você, passa o ex, passa angústia, passa preocupação, passa os aniversários, passa junto o reveillon.
Um amigo não racha o pacote da bolacha: ele deixa bem mais que a metade pra você. Racha também lembranças, crises de choro, culpa, segredos, experiências excêntricas.
Um amigo não empresta somente a blusa pra sair, ou o batom, empresta o ombro, o colo, a casa, a irmã, a mãe, o dog, os amigos, os ex ficantes.
Não te dá o presente mais caro, ele te dá sempre o melhor de todos: sua companhia. Além disso, ele te dá beijos, carinhos, cafunés, abraços, apertões, cafés, garrafas de vinho. Te dá prancha, te dá o mar, te dá o brilho do Sol, dos olhos, das cores, dos perfumes, dos sorrisos. Te dá orgulho, alegria, mágica, conforto, sorte, amor. Te dá conselhos, puxões de orelha, te dá bronca, te dá motivos, te dá realidade.
Te deixa ir aonde quiser ir, porque sabe que você volta. Não te deixa só um bilhete: deixa afeto, deixa recordações, deixa mágoa, mas deixa o perdão, deixa brigas para traz e o resto é só companheirismo - truque da convivência e da intimidade. Deixa você sonhar, você tentar, você se decepcionar e você recomerçar. Deixa você se sentir a vontade, livre, leve.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.


Eu tenho uma. Amém.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Take it Easy


Hoje eu vi o quanto podemos inverter situações muitas vezes tristes, que nos encomodam. Podemos simplesmente levar as coisas "mais na boa". Faça dos acontecimentos em sua vida uma piada. Ria das desgraças. Faça onda. Vá com a maré. Relax, brow. Seja você mesmo e o resto é o resto.
Veja bem, ele trocou você por uma bem mais gostosa? Que se foda. Pelo menos você tem cérebro. Sua amiga não se lembra que você existe? Apareça na casa dela de surpresa com um monte de novidades. Você brigou com sua mãe e puxa, amanhã é logo o aniversário dela! Não se sinta culpado, compre flores e no cartão coloque "O bom de brigar é que se pode fazer as pazes! Amo você!" Você foi deixada no altar, pensa bem, isso pode ter mudado sua vida completamente e pra muito melhor. Agora você não tem que aguentar o bafo dele demanhã e pode desfrutar de uns bons e mutio bons anos de juventude, afinal, ele não tinha certeza do que queria e sai pra lá com esses caras inseguros! Na minha época eles eram chamados de frouxos mesmo. A questão é: você nunca sabe como teria sido se tivesse obtido um sim no lugar de um não, um convite no lugar de um bolo, um recomeço no lugar de um pé na bunda definitivo. Você simplesmente não tem a menor idéia de como teria sido acordar do lado daquele cara insignificante, hoje, para você que nunca entendeu nada do que você dizia. Nem mesmo prestava atenção se por acaso estava, na televisão, rolando o joguinho de futebol da quarta-feira. Você não sabe como teria sido ter que aguentar as grosserias e os esquecimentos das datas comemorativas. Nós, mulheres, sabemos como isso faz a diferença, é o toque essencial para que a rotina não fique monótona apesar de ser chamada de rotina. Você não cogitou a idéia de ter que suportar diariamente aquelas brigas idiotas, muitas vezes, sim, por futilidades. Pense que seus jeitos não batiam, que você se encomodava com várias coisas, que o cara gato da sua aula ainda está solteiro. Pensa que não era pra ser. Que a vida pode te dar uma chance muito melhor para ser feliz. E quando ela surgir, esteja preparada, não feche os olhos, a não ser na hora do first kiss. Take it easy, baby.
E ria disso! Sim, meu Deus! Ria deles, ria do quanto você estava envolvida, e olha no que deu? Você nem se lembra mais do número do telefone dele! Pense nas juras e olhe, você passou pela mãe dele e nem sentiu nada. Era só mais uma senhora das mil que você encontra por aí. Pensa nas discussões, ah tão tolas e desnecessárias, ou necessárias pra ver que o verdadeiro amor não estava lá. Pense em tudo que você pode fazer, agora. E comemore! Sozinha, olhando um filme, de preferência daqueles que mulheres dão a volta por cima, pode ser de grande estímulo, ou com suas amigas, com uma bela garrafa de champagne, vinho, whisky, cachaça, coca, suco. Tanto faz. O importante é rir das peças que nos pregam! É comemorar de termos todas as oportunidades do mundo, todos os dias. É agradecer por sermos quem somos, estarmos onde estamos e realizarmos tudo que quisermos. Somos os donos de nossas vidas e sabe o quê? A vida é uma comédia. Então, seja o diretor.

Se isso me matar


"Oi, me diga você sabe
Sim, você me entendeu
Algo me entregou
E seria um momento tão lindo
De ver o olhar no seu rosto
De saber que eu sei que você sabe
E baby isso é o caso de eu desejar em pensamento
Você não sabe de nada
Porque você e eu
Por que, nós continuamos por horas, horas e
Nós nos damos muito melhor
Do que você e seu namorado
Bom tudo que eu quero fazer realmente é te amar
De um jeito mais pessoal que os amigos são
Mas eu ainda não posso dizer isso, depois de tudo que nós passamos
E tudo que eu quero de você é, que você me sinta
Enquanto os sentimentos de dentro continuam construindo
E eu vou achar um jeito para chegar a você, se isso me matar
Se isso me matar
Bom por quanto tempo, eu posso continuar desse jeito,
Querendo beijar você,
Antes certamente da minha explosão?
Essa vida dupla que eu vivo não é saudável pra mim
De fato, ela me deixa nervoso
Se eu for pego e posso está arriscando tudo
Baby tem um monte de coisa que eu sinto falta
No caso de eu estou errado
Se eu fosse corajoso
Eu ira te pedir para segurar meu coração em sua mão
Te diria logo de inicio como eu desejei ser teu homem
Mas eu nunca disse que iria
Eu acho que vou perder a minha chance de novo"


Jason Mraz

O que seria a pior coisa?







Andei pensando, acho que a pior coisa numa relação, seja ela qual for, é tu não poderes ser quem tu realmente és. É ter que disfarçar. O que seria mais importante em um companheiro, seja amigo ou amante? Seria ele te entender, te compreender, se interessar pelas coisas que tu pensas. É preciso sintonia. A cumplicidade ajuda a manter os interesses de mãos dadas. É preciso sentimento, sim, mas em que ponto será que ele se torna intenso? Não é quando o outro parece adivinhar o que tu pensas? Ou então, achar as respostas perfeitas? Ah, eu estou concluindo que não entendo nada disso. Tudo são perguntas sem resposta, parecem me confundir mais ainda. Acho que o ideal é ser fútil mesmo. Vai ver um amigo meu tem razão, perguntar demais é querer saber demais, é a maior futilidade de todas, porque não se chega a nenhum lugar. Mas quem disse que eu consigo ser assim? E com certeza, os admiradores que conquisto por ser eu mesma valem mais do que qualquer coisa, enchem minha vida de significado e afeto.



Não precisamos de pessoas que não conseguimos ser quem eles gostariam que fossemos. Não podemos nos adaptar a ponto de mudar nossas atitudes e pensamentos. Sabem aquela frase da Ana "E não mudo me postura só pra te agradar"? Pois é. Va ver é assim mesmo que as coisas devam acontecer. Sendo eu mesma, aqueles que apreciarem, me compreenderem e me admirarem vão estar lidando realmente com a Liana. E é somente e completamente ela que eles vão amar.



A verdade é que existem muitas facetas, até mesmo escondidas em nós, e devido a isso, somos capazes de nos apaixonarmos inúmeras vezes. Temos tantos "eus" quanto são os indivíduos com quem nos relacionamos. Desejamos, talvez, encontrar aquele que descubra o nosso melhor lado, o que provocará uma sensação maravilhosa de querer estar sempre na companhia da pessoa. O certo então seria não sermos nós inteiramente visto que temos mais de um eu? Ou sermos todos em um só?



Suspeito ter concluido algo depois de tantos questionamentos. O importante é que o "eu" que uma pessoa despertar em nós seja suficientemente forte e intenso para que se torne verdadeiro, profundo. Seja um eu sustentável. E cada um sabe de si. Uma pessoa que for muito animada, deve encontrar alguém que goste de ouvir suas piadas e ria, não a julgando ou a achando ridícula. Uma pessoa que gostar de filosofar, precisa de alguém que a escute, a entenda e quem sabe, se não for pedir demais, acrescente. Uma pessoa que goste de viajar, precisa de alguém que a acompanhe. Uma pessoa que gosta muito de filmes, precisa de alguém que sente-se do lado. Mas que fique bem claro, que estes costumes humanos são muito menos importantes que os morais, intelectuais, sentimentais. Portanto, uma pessoa muito sensível não pode conviver com alguém ríspido. Só se ela mudar de atitude, e aí voltamos pro começo da conversa, onde eu dizia que mudar é errado. Mais do que errado, faz mal, é ilusório, hípócrita já que mudar é realmente muito difícil. Tem certas coisas que estão profundamente consolidadas em nós, podemos aprimorar, refinar, mas tranformar, me ensine quando conseguir.



Devemos nos sentir confortáveis ao máximo, assim seremos quem bem entendermos ser, com sinceridade e transparência. Agrade-se quem se agradar. Os interesses não correspondem a todos, e ainda bem que não. Já pensaram se todos fossemos iguais? Somos feitos de diferenças e semelhanças. O importante, enfim, é a singularidade das diversas e infinitas sintonias...

A Caixa de Doces

Hoje, tarde de chuva e eu passei o dia de pijama enfiada em casa. Quando vê, me chega um entregador com uma caixa na mão... "Oi boa tarde. Gabrielle? Sim sou eu mesma! Já tá pago? Que estranho... Bem, obrigada. Boa tarde pro senhor." Abro a caixa e surpresa! É uma caixa cheia de doces. Primeira coisa que pensei foi: só pode ser um engano. Mas bem, o entregador disse o meu nome, engano não é. Segunda coisa que penso: arranjei um admirador realmente secreto. É, vai ver seja verdade. Minha mãe não se coçaria a mandar uma caixa anônima de doces no meio de uma tarde chuvosa. Bem, bem, eu admito que gostei da ideia... tenho um admirador secretíssimo.
Manda presente e não deixa bilhete. Nem diz quem é, nem manda um recado nem coisa nenhuma. Estou sentada na frente do computador, pés pra cima, saboreando um presente acertado de um remetente desconhecido. O sabor é doce, mas não é só do glacê e chocolate... É imaginar que alguém, por aí, tá querendo me agradar. É boba, mas uma sensação gostosa. Uma caixa de doces. Um dia chuvoso. E um sabor inigualável. :)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ausência


Quem dera todo mundo pudesse tiver um dia de ausência. Ficasse assim, de bobera. Um dia inteirinho pra minha cabeça. Pro meu corpo. Pra minha alma repousar. E ainda recebi uma adorável surpresa. Agora estou assim, serena, em paz. Nada que aconteça hoje pode me aborrecer. Estou imbatível. A tranqüilidade instalou-se em mim, nem que seja por um dia. Não esperei nada hoje, e as coisas aconteceram. Quem sabe se eu não esperar pelo great lover, ele aparecerá?

Aliviar


Afrouxar essas correntes. Aliviar o passo. Acalmar o coração. Já corri demais para não chegar a lugar algum. Agora, garçom, pode trazer o drink que eu vou sentar pra apreciar a paisagem. Cuidar mais das unhas, dos cabelos, cuidar da alma. Prestar atenção naquela cara que fica refletida no espelho, cada vez que me encontro com ele. De que a minha cara precisa? O que essa cara quer? E não é só do filtro solar que eu falo, e sim das rugas (é, nunca pensei que minha cara desejaria rugas) que ela quer fazer enquanto dou risada. Diminuir o ritmo das minhas críticas, principalmente as que faço a mim mesma... Já faço atividades físicas, bebo pouco e nada fumo. Agora deixa eu comer uma lata de leite condensado se eu quiser, faz favor?
*
E daí que eu não tenho peito? E daí que nasci sem bunda? E daí que meu sorriso é torto? Aqui vai um audível FODA-SE, seguido de um sorriso torto da minha boca sem os lábios carnudos da Jolie. Aliviar com minha aparência já é um bom começo. [...] Depois vou parar te tentar abraçar o mundo inteiro. Eu não posso arrancar a dor dos corações dos meus amigos, por mais que eu gostaria de conseguir isso. Depois eu vou entender que eu não preciso gostar de quem não gosta de mim, e que eu não preciso me condenar cada vez que eu tiver vontade de esganar algum ser que atravesse meu caminho. Me deixarei ser mais humana. Ainda há alguns pecados por cometer, e não vou deixar que passem batidos. Hoje me acordei mundana. Humana de doer. E tô me aliviando da culpa.
*
Eu vou ligar o foda-se. Colocar os fones de ouvido e sair cantando pela rua. Reutilizar a calça militar que eu adoro mas que todo mundo acha esquisita. Beijar quem eu quiser aonde eu bem entender, ninguém tem nada que ver com isso. Fazer o que eu quiser, deixar de preocupação. Quem quiser que cuide da minha vida, que por enquanto eu vou pedir uma licença pra vivê-la. Perdi muito tempo pensando no que iam pensar. Pensando no que fazer. Pensando no que não fazer, principalmente. Agora eu vou perder todo meu tempo vivendo, aproveitando. Vou levar na dança, vou levar ao vento, vou levar. Cansei de pensar. Pensar cansa. Agora eu vou aliviar comigo mesma. Com todo respeito... dá licença que eu tô indo ser feliz!
*
"Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões...
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!"

Eu tô afim




Será que para termos abertura na vida de uma pessoa preciamos estar em sintonia com ela? Ter os mesmos interesses, os mesmos objetivos? Será que ela precisa estar num momento bom, em paz, solteira, equilibrada para podermos ser valorizados? Por que eu estou sempre aceitando convites e os outros ignoram? Dizem que atraímos o que transmitimos, então quando vão agir comigo da mesma forma que ajo com as pessoas? Nunca neguei um romance, mesmo que tenha falhado. Sempre vale a pena tentar. Nunca recusei um cinema, uma janta, uma conversa. Só pra ver no que vai dar. Sempre mostrei interesse mesmo quando não tinha tanta certeza. Claro que meu jeito não light de ser não me permite alongar muito conversas sem potencial para me atrair o suficiente. Economizo no tempo, esbanjo na intensidade. Sou assim com tudo. Não gosto de doses omeopáticas. Como duas vezes ao dia, mas mais do que aqueles que, geralmente, estão ao meu lado. Quando leio, leio de uma vez só. Quando caminho, caminho a tarde inteira. Não sei equilibrar. Será que isso reflete minha personalidade? Espero que não. Só no fato de eu estar sempre disposta, pronta, ansiosa. Mas pelo quê, mesmo?


Hoje foi assim. Fiquei esperando o dia inteiro. Comecei esperando amanhcer pra dormir. A hora de estudar. A hora do seriado. A hora da aula. A hora do intervalo. A hora de ligar para a Gabi. A hora de voltar para casa. Mas que dia monótono e chato! Nunca espero a hora pra fazer absolutamente nada! Sou do tipo fazer o que dá na telha. Esse meu espírito aventureiro foi apagado hoje por algum motivo. Esperei aquela boa conversa que me decepcionou. Esperei pela declaração que não veio. Pelo convite que não houve. Pela Lua que não apareceu. E cá estou. Só. Sem ter mais nada o que esperar do dia de hoje. Acho que ele acabou. E com ele minha esperança de esperar algo de hoje.


Eu tô afim. Por que você não?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Erros

Sinto como se estragássemos as bênçãos nos dadas por Deus. É como se nós fôssemos os únicos causadores das nossas próprias desgraças. Será que fazemos tudo errado? Será que escrevemos tão mal nossa história? Somos tão estúpidos. Por que não ouvir o coração? Por que tantos empecilhos? Por que tanto orgulho? Tanta farsa. Tanta coisa errada. Em que parte do caminho as pessoas se perdem do rumo certo? Somos tão restritos às convenções, ao tempo que vivemos, aos rumores, as nossas fraquezas. Somos presas fáceis. Somos amordaçados pela maior bênção e maior maldição que é a de sermos humanos. Erramos, erramos, erramos mais ainda. Trocamos as peças. Escondemos, dissimulamos, mentimos. Somos egoístas, nos enganamos com o que queremos enxergar. Montamos nossas próprias armadilhas. E a vida vai seguindo.. E a gente vai aprendendo, ou não. A gente vai vivendo. Esquecendo que erramos. Esquecendo que passou. Mantemos a cabeça erguida, sem olhar para trás. Sufocando a dor. Emergindo do fundo. Nos apaixonando de novo e de novo... apagando as velhas histórias. Fechando ciclos. Começando outros. O que vale disso tudo é tentarmos sermos personagens melhores. Sempre.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quase nada

Quase nada - Zeca Baleiro

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada

Eu finjo ter paciência


Eu sei porque os homens têm medo de mim. Não é porque eles me acham inteligente, interessante ou indecifrável. É porque de alguma forma eles enxergam que eu procuro sempre mais. Não me contento com pouco. Eu procuro o amor verdadeiro!!! Não me contento com mãos dadas sem sentimentos. Não gosto do vazio, do espaço não preenchido entre abraços. Vou me distraindo, me perdendo em breves intervalos de tempo. Mas sei que vou me achar em alguém. E se não acho ali, vou para outra. Não deixo me abater por pouco, sou do tipo "tough guy". Não deixo de acreditar que vou encontrar em algum lugar. Insisto, persisto e levo a esperança comigo. Tudo comigo funciona de forma tão intensa que às vezes esgota. Por isso durmo, rezo, medito. Me dizem, "Liana, leve as coisas mais leve, seja mais light". E como ser assim? Se eu não gosto, eu evito. Se eu me interesso, procuro. Posso ser tão pateticamente previsível. E meu rosto marcado pelos tapas que levei da vida, e todas as peças que ela me pregou, eu simplesmente não consigo parar. Não sei não ser radical. Tudo ou nada. É pegar ou largar.

Por isso tenho longos períodos de isolamento. Porque canso. E depois renasço. Esquecendo do que passou. Me sentindo indiferente. Deixei para trás as mágoas. Não trago rancores. Sou leve. Pronta para recomeçar, tudo outra vez e quantas vezes for necessário. Eu quero o melhor. Não me permito menos. Me desiludo, me firo, me destruo. Mas nada que seja eterno. Nada que não se vá. E o segredo disso? Continuo acreditando. Não estava ali, naquele quarto, naquele carro, naquela tarde, naquela festa. Simplesmente, não estava. E eu estou! Aqui, esperando o tempo correr depressa, será que temos esse tempo para perder?

Estou pronta para apostar de novo. Ainda tenho um monte de fichas. Até o último batimento de meu coração.


Um toque de Lenine..

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
E quando o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso
Faço hora
Vou na valsa..
A vida é tão rara


Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Finally out of words


Jason Mraz - You and I Both


Was it you who spoke the words that things would happen but not to me?nAll things are gonna happen naturally. Oh, taking your advice and I'm looking on the bright side and balancing the whole thing. Oh, but at often times those words get tangled up in a lines and the bright light turns to night. Oh, until the dawn it brings. Another day to sing about the magic that was you and me. Cause you and I both loved what you and I spoke of. And others just read of others only read of, of the love. Of the love that I loved lova lova! See I'm all about them words over numbers, unencumbered numbered words; Hundreds of pages, pages, pages for words. More words than I had ever heard, and I feel so alive. Cause you and I both loved What you and I spoke of and others just read of and if you could see me now, Oh, love love. You and I, You and I Not so little you and I anymore. And with this silence brings a moral story. More importantly evolving is the glory of a boy. Cause you and I both loved What you and I spoke of (of, of) And others just read of And if you could see me now; Well, then I'm almost finally out of I'm finally out of. Well I'm almost finally, finally

Well I am free!!! Oh, I'm free and it's okay if you had to go away,

just remember that telephones. Well, they work out of both ways, But if I never ever hear them ring If nothing else I'll think the bells inside. Have finally found you someone else and that's okay, Cause I'll remember everything you sang! Well I'm almost finally, finally Out of words!


P.S. As minhas últimas palavras para alguém que já significou algo, mas que está muito bem guardado em minhas doces lembranças. E que vá com Deus. E que siga bem. Estou em paz com isso, finalmente. Ainda estou tirando lições dessa fase. Dos motivos e conseqüências. Quero aprender o que fez meu papel não ser o personagem principal. Mas agora, agradeço por não ter recebido. Quero estar aonde estou. Realmente. Só quero aprender para ser melhor. Acho que isso está soando como uma despedida. E cai bem para nós. You and I both. Mas guardo todas as palavras que dissemos. Todos os momentos que trocamos. Agora não dói mais. Não sei se foi o tempo ou se foi amadurecimento. Ou se, talvez, não era paixão. Se não era intensa o suficiente pra ficar marcada aqui por longos meses. Foram só dias. Melhor assim.

Eu-sem-você


Goste de mim. Não precisa me amar, não precisa ser maluco, não precisa ser sofrido, não precisa ser apressado. Não precisa compromisso. Apenas goste de mim, desse nosso jeito desprendido. Me deseje, de verdade, e aprecie a minha companhia. Quero te ligar quando tiver vontade, e saber que serás uma ótima companhia pra passar a tarde. Quero te encontrar pra ver o sol descer na beira da lagoa. Quero dançar contigo, e fingir que fico brava quando tu morde a minha bochecha. Quero correr na praia, pés descalços, sol no rosto, beijo na boca. Quero te ver no escuro do cinema, quando tiver certeza que o filme vai ser bom. Quero adivinhar o desfecho do filme, e passar um bom tempo te provocando por isso. Quero compartilhar contigo todo esse meu jeito.

Não quero juras de amor, nem alianças de compromisso. Não quero conhecer tua família nem fazer planos para o futuro. Não quero saber se és só meu, o que na verdade muito pouco me interessa. Quero ser eu-sem-você, te admirar sem compromisso e sem nenhuma responsabilidade de te avisar o que farei na manhã seguinte. Quero ter a tua presença, e te amar do meu jeito mais sincero, seja ele correto ou não.

Quero que tu sejas meu nos momentos em que estiveres comigo. Que seja intenso, e que seja sincero enquanto for. Não precisa ser paixão, não precisa ser pra sempre, não precisa ser todo dia. Desejo pouco, mas te desejo no volume máximo. Quero teu abraço, teus braços na minha cintura. Talvez algum dia eu espere que isso fique mais sério, mas por enquanto... Cala a boca e me beija! A gente varre os problemas pra baixo do tapete, compra uma garrafa de vinho e uma barra de chocolate e me deixa te curtir toda a madrugada, ao som de AC/DC.
Não peço demais, mas te quero sempre mais.
Desse jeito assim, eu-sem-você.

domingo, 16 de agosto de 2009

Maria e Gabrielle

E a Lua se fez Maria. E meu coração se fez Gabrielle.
O mar iluminou, nele não havia sombra da luz que produzimos juntas.
O desejo realizou, meu dia se enfeitou.
Você, deitada, ao meu lado estava.
Uma nova vida começou quando você cruzou o meu caminho.
Uma longa aventura de cumplicidade iniciou e não precisa ter fim.
Quando Deus me criou, ele sabia que teria que te criar também. Para que o mundo fosse mais belo para mim. Para que a vida tivesse mais graça com toda a sua graça que você põe na minha.
Ele sabia que não suportaria viver sem você. Afinal, o resto é o resto, depois de você.
Por um segundo imaginei: se você não existisse, nada faria muito sentido.
E já não seria tão feliz. E tudo desandaria, repleto de dúvidas, discórdias e amargura. Porque eu saberia que você não existia ao mesmo tempo que eu. E isso seria a pior coisa que poderia me acontecer. Não te conhecer. Você já é parte não só dos meus dias, mas do meu coração.
E tudo que tu admiras em mim é fruto da felicidae que tu plantas no meu coração. És minha força para ser melhor. És minha fonte de sorrisos. A energia que faz meu coração bater.
E não há o que possa mudar.
Você sabe, o mundo nunca viu uma amizade tão forte.
A gente faz Deus se sentir orgulhoso de nós com esse amor tão puro, tão mágico, tão surreal... em um mundo onde há tanto mal. E é nosso, esse sentimento tão sublime. Esse sentimento intenso que nos une com correntes inquebráveis. Que nos nutre. Todas essas coisas que temos em comum não são por acaso. São simplesmente truques para que fizessemos parte uma da vida da outra. Tudo isso que nos transforma em uma vêm sendo moldadas, construídas há milhares de vidas. Não há coincidências, não é mesmo? Então, só vejo uma razão para sermos tão iguais, até mesmo em nossas diferenças.
This gift called love.
Não foram nós quem nos escolhemos, é algo mais forte. Não tinhamos escolha, tinhamos?

"It's all about you. It's all about us."

Demais (e a repetição do termo)

Coisas demais, quero coisas demais. Claro, algumas coisas todos realmente querem mais, e delas esperam mais, muito mais. Mas eu desejo mais de tudo, e não acho um jeito de não querer demais. Sou uma insatisfeita, eternamente entediada com o espetáculo do mesmo. Preciso de conquista, de tato, de demonstração, gestos, pele, boca, flores, palavras, pores-do-sol incríveis, tardes de praia, noites de filme. Preciso sempre de muito mais. E não só preciso, como sempre quero e espero muito mais.
Penso demais. Não ajo muito mais. Na minha cabeça, dou chutes e socos e pontapés demais. Na vida, calo demais. Pensei em coisas demais para escrever hoje, e por essa indecisão que decidi escrever sobre o que é demais. Confundo demais, estresso demais, me importo muito mais. São tantas coisas a mais, que sobram ideias e faltam palavras. São pensamentos demais. Agora, quero fazer coisas demais. Quero terminar de escrever, quero ler ainda hoje o livro que ganhei, quero ver o filme que meu celular acaba de avisar que está começando, quero fazer uma janta decente pra esperar minha irmã, quero pensar em algo realmente bonito pra postar. Sempre demais. Sempre há mais.
Só uma coisa... eu aturo demais. Eu não aguento, já fiz demais.
E pra ti? Nunca mais. Isso já tava demais.

O rei



Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo. Olhando pra você e as mesmas emoções sentindo... São tantas já vividas. São momentos que eu não me esqueci. Detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui...
Amigos eu ganhei, saudades eu senti partindo. E às vezes eu deixei você me ver chorar sorrindo... Sei tudo que o amor é capaz de me dar. Eu sei já sofri, mas não deixo de amar. Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...
São tantas já vividas. São momentos que eu não me esqueci. Detalhes de uma vida. Histórias que eu contei aqui...
Mas eu estou aqui. Vivendo esse momento lindo. De frente pra você e as emoções se repetindo. Em paz com a vida. E o que ela me trás. Na fé que me faz otimista demais. Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...
Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...

sábado, 15 de agosto de 2009

Sinceridades e coincidências


O que fazer quando as emoções tomam conta de você? Nesses dias tem sido difícil escutar meu coração. Já estou cansada de valorizar quem não merece tanto. Já tinha dito pra mim mesma que ia ser diferente. Por que não consigo? Porque frases fazem minhas pernas tremerem? E por que olhares conseguem ser tão profundos que chego a ficar vermelha? E por que tudo acontece ao mesmo tempo?! Isso aqui tá uma confusão, mas se eu entrei por que não consigo achar a saída? Minha consciência me diz que estou fazendo coisas erradas, brincando com as pessoas, com sentimentos alheios. E com os meus próprios também. Mas o que mais desejo desse labirinto de coincidências é ver as coisas com clareza para que eu não minta, mais uma vez, para mim mesma. Quero ser sincera, com todos e principalmente, comigo.
Será coincidência? Será o acaso? Será muito azar? Será destino...
Vou tirar lições desse momento, tenho certeza.


Quando você acredita em amor a primeira vista, você nunca pára de olhar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Só de Sacanagem


Só de Sacanagem



"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.' Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!"


Elisa Lucinda

A Velha Notícia nas Manchetes!


Vivemos em um país em que a corrupção deixou, há muito tempo, de ser novidade. Sendo assim, presenciamos e convivemos com tal mal na política, o que nos dá motivos principalmente para criticar os políticos que agem de tal forma. Porém, por quais razões eles se reelegem? Quais sao as causas de tal credibilidade e as possíveis soluções?


Podemos interpretar tal situação da seguinte forma: o que acontece em Brasília é um reflexo da sociedade. Tais políticos são homens como todos nós, somente porque assumiram tais papéis não foram "expulsos" da raça humana. Dessa forma, a corrupção que seria um desvio de caráter não é de sua exclusividade. A maioria da população é corrupta de acordo com as oportunidades conferidas a estas. Tal fato nos conduz a uma certa identificação, o que leva, conseqüentemente, a um perdão razoalvelmente em curto prazo, considerando as boas ações que tais políticos fizeram à nação.


Analisando as soluções, podemos afirmar que apesar de ser uma característica humana tal fraqueza, não devemos aprová-la, disfarçá-la, ou perdoá-la. Temos que, sobretudo, dar o exemplo: punindo, rejeitando e reivindicando os nossos direitos negados. Necessitamos valorizar a extrema importância da existência de pessoas honestas no governo para que o quadro mude. Para que haja uma melhoria da administração brasileira. Seria, também, essencial começarmos a tentar sermos pessoas melhores.

Apresentamos ilicitudes as quais realizamos todos os dias, não deixam de ser tão diferentes das dos políticos, diferindo apenas na quantidade de dinheiro, vantagens ou poder envolvido. Porém devemos puní-los e retirá-los do poder, para que um Brasil melhor surja com a nossa ajuda, nos tornando, também, humanos mais jutos, mais honestos, mais dignos. Como podemos julgar os outros se não nos melhorarmos, em primeiro lugar?

Flores


Meu quarto tá perfumado delas.
Meu sorriso tá enfeitado delas.
Meu coração parece primavera.

Ganhei flores. E fiquei radiante.
Simples assim.

P.s.- Obrigada, green eyes. Elas são realmente lindas!

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Achado.

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo “olha, não dá mais”. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo,mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu “mas agora eu to comendo um lanche com amigos”. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não voltava pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito. Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim. Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres,rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar.Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher que eu acabei me tornando mulher demais para ele. Ele quem mesmo?
(Martha Medeiros)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

da madrugada

"Minha vela queima dos dois lados

Não vai durar a noite toda

Mas ah, meus amigos...

E ah, meus inimigos!

Ela dá uma luz linda."

Feliz Aniversário



Eu te desejo não parar tão cedo

Pois toda idade tem prazer e medo...
E com os que erram feio e bastante

Que você consiga

Ser tolerante...
Quando você ficar triste

Que seja por um dia

E não o ano inteiro

E que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero...
Desejo que você tenha a quem amar e quando estiver bem cansada

Ainda, exista amor prá recomeçar. Prá recomeçar...
Eu te desejo muitos amigos

Mas que em um você possa confiar

E que tenha até inimigos

Prá você não deixar de duvidar...
Eu desejo que você ganhe dinheiro pois é preciso viver também

E que você diga a ele pelo menos uma vez

Quem é mesmo o dono de quem...
Desejo que você tenha a quem amar e quando estiver bem cansada

Ainda, exista amor prá recomeçar...


Gabi, além de tudo isso, te desejo um milhão de conquistas, um milhão de sorrisos, emoções infinitas. Que tenhas sempre força pra enfrentar qualquer situação, e que tu busque no interior o teu equilíbrio. Que saibas valorizar quem merece ser valorizado, que faças o bem, que sejas o melhor sempre que puderes ser. Que tu não te arrependa das coisas que fizeste, ao contrário, que tu aprenda com os erros e evolua. Que tu saibas que tu és dona do teu nariz e a felicidade está dentro de nós. Ninguém é responsável por ela, além de nós mesmos e o que nós provocamos e atraimos. Sempre lembre que atraímos o que transmitimos. E que nada é injusto. Estamos aqui por um motivo maior e que a única coisa que vale a pena é o amor. Não se esqueça que coisas simples são as mais raras. Não se deixe dominar pela ganância, egoísmo, raiva. Não mude muito, quero sempre ter essa Gabi querida e carinhosa ao meu lado. Não se esqueça nenhum dia sequer que eu te amo muito e que estou aqui, sempre, pra compartilhar tudo contigo. Nada mais me dá prazer que a tua presença em minha vida. Lute pelos teus sonhos. Não deixe os dias passarem em branco. Aproveite a vida. Aproveite mais um ano. Aproveite essas mudanças que estão acontecendo e agradeça a Deus por ele ter nos dado a benção de estarmos a cinco quarteirões de distância com a mesma idade (mesmo que por dois meses). Agradeçamos por compartilharmos da mesma luz que vem do Sol e sentir o mesmo vento que bate forte. Gostarmos dos mesmos filmes e escurtarmos bealtes juntas. Toda essa sintonia pinta nossa amizade de magia e minha vida de emoção. E através disso tudo, eu percebo que não estamos juntas por acaso, minha amiga. Minha irmã.

Enfim, te desejo tudo que há de belo no mundo. Tudo que te faça feliz, porque ao te fazer feliz, me faz também.
Feliz Aniversário. Feliz dezoito anos. Feliz todo dia. Feliz pra sempre.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Goodbye, Seventeen!


Em quarenta minutos, serei maior de idade. Meus dezessete anos me abandonarão para eu me tornar mais uma 1.8. Como sempre me acontece no aniversário, fico melancólica e penso em tudo que me aconteceu de bom na idade em que passou. Que ano excelente, meu Deus! Só tenho a agradecer, e encho os olhos d'água quando lembro desde a minha festa do ano passado. Fui presenteada por um belo amor, minhas amigas estiveram sempre ao meu lado. Minha família cresceu, ganhei dois primos, e com saúde. Passei no vestibular. Paguei a primeira viagem com dinheiro do meu próprio trabalho. Conheci pessoas maravilhosas. Visitei as Cataratas, o lugar mais bonito do mundo. Cresci. E como cresci... Cheguei na faculdade, ganhei de presente a Helena e todo o jeito incrível dela. Ganhei alguns livros. Muita experiência. Levei um pé na bunda também, graças a deus. Completei mais um ciclo. Tô viva, saudável e bem! Hoje me despeço dos meus dezessete anos, quase chorando. Mas chorando de felicidade. Acredito que não muita gente tenha a sorte de viver tantos dias incríveis, conhecer lugares e pessoas tão especiais com uma só idade. Só tenho a agradecer, e esperar que essa idade nova possa me trazer muito mais experiências incríveis.

Hoje me despeço dos meus dezessete anos, com lenço em punho. Vá em paz, eu nunca vou te esquecer!

Thank's God




Hoje eu só queria agradecer a Deus por ter criado essas coisas tão belas que compõem o mundo, o tornando um lugar mágico. Toda essa natureza que nos circunda, todas essas diferentes cores, essa energia maravilhosa. O calor, frio, vento, ar, fogo e água. É assim que eu sei que Deus é real, tudo isso não existe por acaso. É magnífico demais para ser sorte. Sorte é chegar na parada no horário em que o ônibus está passando ou é tocar a sua música no rádio na hora em que você está escutando. Isso é mais. Isso é Deus. Todas essas coisas únicas, lindas e esplêndidas fazem parte do nosso lar. Do nosso lazer. Do nosso refúgio espiritual. Da nossa fonte de energia.

Hoje foi um dia assim pra mim. Fugi de uma tarde monótona para ver o mar. Para conversar com um grande amigo e roubar uma concha. Ele disse "O que é do paraíso, pertence ao paraíso, Liana". "Ah... tem gente que rouba dinheiro, eu roubo conchas." "Pior ainda, tu tá roubando da natureza, dinheiro tu roubaria dos homens." Inteligente, porém não me convenceu. Aliás, foi ele quem achou a mais bela concha pra minha coleção. Espero que o mar não se importe. Estou levando isso como um presente. Vou fingir que sou Ana do "Ana e o Mar" de O Teatro Mágico, faz de conta que o mar está apaixonado por uma menina. E sim, eu coleciono conchas de todos os momentos especiais que passei junto do vento, mar, areia, Sol, Lua.

Quero agradecer por ter esse privilégio, enquanto muitos estão suando em selvas de pedra, correndo para lá e para cá com pastas pesadas, eu admiro a singularidade das ondas. E por hoje sentir tanta emoção somente pelo fato de estar ali, de frente para o oceano, não quero perder essa sensação nunca. Não quero deixar de valorizar o que nenhum dinheiro do mundo pode comprar. Não quero me esquecer o quão bons são esses momentos de paz entre as confusões do dia-a-dia, das pequenas tragédias rotineiras, dos abalos que sofremos. Não quero deixar de sorrir ao receber o calor do fogo do Sol, tão distante de nós, nem ao ter meus cabelos desarrumados pelo vento que bate forte. Quero, no lugar de ir a um cinema ou a uma academia, ir ver o verde ou o azul que a natureza pintou para nós. Não gosto do cinza da cidade, evito. Sempre que puder, eu fugirei e, melhor ainda, se tiver uma companhia tão agradável quanto a de hoje.

Thank's God. Thank You.

Desvendando mapas


Quando se trata de pessoas, nunca sabemos quais as palavras suficientemente fortes para atraí-las e ao mesmo tempo sem espantá-las. Falar sobre trivialidades, utilizar do humor, filosofar, eu não sei qual o mapa ideal. Talvez cada um tenha seu próprio tesouro escondido e as pistas são dadas de acordo com o interesse que provocamos. E aí, é só saber interpretá-las e não tropeçar nos obstáculos que os caminhos apresentam. Afinal, barreiras são feitas para serem vencidas. É o que dizem, não?

Quais são as atitudes certas? As frases certas? As perguntas a serem feitas? Quais são as coisas que te atrame? Que te instigam? Que te deixam curioso? O que não falar para não ser chato, estúpido, romântico demais ou intelectual demais? Na verdade, tudo depende mais do que o outro quiser responder. E o fato é que devemos ser sempre nós mesmos, nos moldarmos para conquistar certa pessoa não funciona. Cedo ou tarde, a máscara cai e aí já não somos os super engraçados ou os super pacientes. Somos nós. E o nós talvez não tenha tanta graça. E a pessoa pode até ter se apegado a nós sem ou com máscara, mas não é bom decepcionar alguém, ainda mais, sendo o que não somos.

Necessitamos vocês sabem do quê? De sinceridade. De transparência. Vamos sair por aí sem maquiagem. Sem salto. Cabelos ao vento e as rugas expostas. Sim, elas mostram que não temos mais dez anos. E maturidade pode trazer suas vantagens, ainda mais para sabermos decifrar aquelas pistas.

Como se chama o momento que antecede a paixão? Será que ele pode ser revertido para algo ruim? Talvez a cumplicidade, o interesse, a vontade não sejam suficientes para se transformar em algo mais forte. E aí? Isso tem nome? Sentimento pré-suposta-paixão. Hummm... não. Prefiro chamar de momento em que desenhamos o mapa. Momento de se conhecer, de conquistas, de conversas, de sorrisos bobos, de novos perfumes, de novas datas, de novos ares.

Já me disseram que paixão acontece direto, ao bater o olho. Será mesmo? Será que ela tem prazo de validade e data de fabricação? Talvez quando se tratar do coração, não haja regras realmente. Somente um mapa cheio de recortes, papel amassado com manchas de café, marcas de batom e perfume Ralph Lauren.

Na rua, na chuva, na fazenda.


Seria ótimo ter um grande amor, daqueles pra vida inteira. Um amor de arrebatar o peito, de deixar sem fôlego, de tirar os pés do chão e a cabeça do lugar. Seria maravilhoso morar feliz com esse amor, numa casa de frente pro mar, crianças e o labrador brincando felizes no pátio, flores no aniversário, brincos de pérolas no aniversário de casamento. Seria tudo de bom viver um amor de cinema. Mas, melhor ainda, seria viver um amor da vida real.
Um grande amor, mesmo que não pra vida inteira. Um amor mansinho, suave, de arrancar sorrisos e fazer levitar o coração. Um amor sem cachorro, nem gato nem galinha. Um amor sem filhos (pelo menos por enquanto). Um amor eu-sem-você. Dividir um 2x2 com esse cara, alugar um kitinete na praia durante o verão e dar longos passeios brincando de pega-pega pelo caminho. Um amor que não precise de jóias, mas que saiba que meus olhos tem a cor de esmeraldas. Um amor construído em cima de respeito e parceria, de conversa e atenção. Um amor que entenda o quanto ele gosta de trocar compulsivamente os canais, e que ele nunca consegue lembrar de devolver o refrigerante para a geladeira. Que entenda que ela chora, e muitas vezes não tem motivo. Que ela arranja motivos pra brigar, quando muitas vezes ela só quer chamar a atenção e ganhar um carinho. Que ele se importa muito com o seu sono pela manhã, e que não é bom convidá-lo para correr na praia a essa hora. Um amor que entenda que todo amor muda, e que ele precisa ser cultivado e muito bem nutrido.
Um amor que seja lindo quando se acorda, mesmo com bafo; debaixo de chuva, mesmo com lama até as canelas; em cima da cama, mesmo quando a tpm encontra com ela. Um que seja, ao menos, apaixonante. Porque ter um amor de cinema é fácil, quando não se vê o que há por trás das câmeras. Amor real que é difícil, pois não há bastidores nem chance para repetir aquele sorriso que não foi dado. Amor cultivado, sentido, sonhado. É alguém que você gostaria que estivesse sempre com você... Na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.

terça-feira, 11 de agosto de 2009



"Você pode me ajudar
Você pode me deixar ir
E você pode ainda me amar
Quando você não puder me ver mais
O fogo diminui
A maioria de todos os dias
Está cheio de desculpas esfarrapadas
Mas é duro dizer
Eu gostaria que fosse simples
Mas nós desistimos facilmente
Você está próximo o bastante para ver isso
Você está do outro lado do mundo
Você está do outro lado do mundo
Você está do outro lado do mundo pra mim"