terça-feira, 30 de junho de 2009

Ele & Ela

Ontem, ela era o amor dele, aquela que ele acordava com beijos no nariz e que ele dizia ser maravilhosa até de suspensórios. Hoje, ele passa por ela, força um sorriso e vai embora; no meio da próxima quadra, discretamente, se vira para ver se ela continua por lá. Ela errou, ele também. Erros diferentes, de dimensões incomparáveis.

Ele errou quando não demonstrou se importar, quando ela estava doente e ele não ligou, quando ele quis fugir das conversas que ela queria ter, nas vezes em que disse que aqueles assuntos eram só motivos pra arrumar briga, nas vezes em que não quis andar de mãos dadas pela rua, e quando teve vergonha de 'assumir' o seu relacionamento. Ela errou quando desistiu de tentar conversar, e quando procurou outra pessoa que a ouvisse no seu lugar. Errou quando fraquejou, errou porque estava carente e triste. E mesmo assim, não deixou de amá-lo, do seu próprio modo. Ela errou em não admitir, errou em tentar consertar tudo tarde demais.

Ela tentou pedir perdão, e pediu. Segurou o choro, engoliu as ofensas, esqueceu do passado e pediu desculpas. Ele não aceitou. Ela insistiu e ele não perdoou. Parece que todo aquele amor morreu. E será que era mesmo amor? Se era amor, como será que ele sumiu assim, repentinamente? Ela sente culpa, sente dor, e sente-se mais aliviada ao contar essa história. Para ela, nada acontece por acaso, e isso a faz levantar de novo. Ela espera que ele volte atrás, que ele reconsidere, mas a cada hora que passa a esperança de que isso aconteça vai adormecendo, e ela vai se acalmando e tentando entender que não foi tudo culpa dela. Ele já não estava lá, muito antes de tudo.

Ela errou quando o amou demais; ele errou quando a quis sem saber porquê.
Ela segue. Ele guarda a mágoa. Eles nunca mais se encontram.
FIM

segunda-feira, 29 de junho de 2009

alô? testando!

É engraçada essa sensação de estranhamento, de perda, de dor. É difícil acordar não sendo mais parte da vida de alguém que era indispensável até ontem. É irritante ser desprezada, é triste o fim, é inevitável a dor. Mas sempre depois do fim, há um novo começo. E meu coração, felizmente, ainda não deixou de acreditar no amor.