segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

I Don't Care



Eu não me importo de não ser fotogênica. Não me importo com maus hábitos. Não me importo de meu pé estar sempre sujo, por mais que eu viva passando a esponja nele. Não me importo se me acham mal educada, mal humorada e muitos outros males por aí. Não me importo se minha unha não vive pintada. Não me importo se passo um ano inteiro sem passar a tesoura nos cabelos. Não dou a mínima para a tal da sobrancelha.
Não me importo com mau hálito de manhã cedo. Não me importo de dormir de maquiagem. Não me importo de viver de chinelos e não saber andar no salto alto. Não me importo se ninguém liga. Nem de falar palavrão. Não me importo se não gosto das coisas comuns. Não dou a mínima pro morno. Nem pra moda.

Eu me importo é com as companhias da foto. Com os maus hábitos que incomodam os outros. Com a felicidade do pé sujo de correr na areia. Eu me importo é com aqueles que me acham educada, alegre e algumas outras qualidades que só algumas pessoas enxergam em mim. Eu me importo se a minha mão tem força para segurar forte os meus sonhos, mesmo com os dedos roídos. Me importo com meu cabelo nas mãos de quem eu amo, fazendo um carinho. E com a sobrancelha, não me importo nunca.
Eu me importo é com quem dormiu ao meu lado na noite passada. Me importo se a maquiagem valeu, se a festa foi boa. Me importo com quem me ama mesmo usando havaianas. Me importo se eu ligo. Me importo de sentir sair a raiva que dá início ao palavrão. Me importo com as coisas especiais. Me importo com o quente do coração e o frio da barriga. Me importo com o lado de dentro.

Eu me importo com a felicidade. Eu me importo com o amor.
E por enquanto que eu puder sentir, eu não preciso me importar.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ou Isto ou Aquilo



Desde pequenos, aprendemos a escolher. Ou isto ou aquilo, já dizia Cecília Meireles. Somos obrigados a traçar metas, prioridades, a ter preferências, porque fica impossível segurar todo o mundo com apenas dois braços. Temos que escolher apenas uma faculdade, apenas uma profissão, apenas um namorado, e assim acabamos escolhendo apenas um melhor amigo, uma cor e comida favoritos. E o que não escolhemos foge pra sempre das nossas mãos. É o que os adultos chamam de escolhas, é o que os adultos mandam fazer até quando a questão é "bolachinha ou saldaginho". Algumas vezes, entretanto, parece que o mundo nos faz querer fugir de nossas próprias escolhas. É o desejo de mais de uma profissão, é a certeza de mais de uma área de interesse e do desejo de cursar cinco e não apenas uma faculdade. É uma vontade de mudar, de sacudir. Meu problema não são as minhas escolhas, e sim a péssima convivência com a frustração pelas coisas que eu 'perdi'. Entre dois caminhos, dá vontade de trilhar pelo meio do mato, entre os dois, um meio termo, um atalho, uma terceira opção; entre dois caminhos dá vontade de sentar e esperar que algum dos dois se feche.

É um saco crescer. É um saco encarar as coisas que não nos pertencem porque as deixamos por outras.
É um saco repensar nas decisões e não ter certeza de que elas foram acertadas.
Mas o saco mesmo é ter que escolher.
Eu vou é ficar sentada chorando no carrinho do supermercado, até que minha mãe se convença a me dar a bolachinha E o salgadinho. Vou ficar sentada no meio da estrada até que me puxem pelo caminho, assim não serei mais obrigada a me incomodar pelas minhas decisões e vou ter o consolo de dizer que 'eu fui obrigada a vir por aqui'. Vou ficar, vou empacar mais uma vez. Daqui não saio, daqui ninguém me tira. Ou melhor, tira. Mas só se for do meu jeito. E até lá, sem conversa.



"Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."
(Cecília Meireles) 

Canção Pra Quando Você Voltar




"E como é normal acontecer
Se num entardecer a dor te visitar
Vai ter sempre alguém pra socorrer
Fazer o seu jantar
Dormir no seu sofá


Enquanto a noite passa por mim
Eu rego o seu jardim
Você já vai voltar"



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Elvis

Uma vez já escrevi sobre Elvis aqui, dizendo como a música dele me tocava. Esses dias, me perguntaram o porquê de eu me emocionar tanto com as suas músicas, e eu não soube responder. Talvez na vida anterior eu tenha sido uma no meio daquela multidão de fãs alucinadas com cada gesto do rei, ou talvez seja a influência da minha dinda - grande fã -, ou talvez não tenha alguma explicação. Elvis Presley mexe comigo, me enche de paixão e os meus olhos de lágrimas. É incrível o poder da melodia em me fazer chorar, dançar, sorrir. Esses dias mesmo, enquanto assisti o seu dvd "That's the way it is", eu choraaaaaaava... Devia ser o jeito com que ele dançava, ou a paixão com que entoava suas canções e a felicidade que transmitia enquanto estava cantando. A emoção transbordava.
Hoje, Elvis faria 75 anos, e eu seria muito mais feliz se tivesse tido a oportunidade de vê-lo dançar e interpretar pessoalmente as músicas que tanto me tocam. Mas, para mim e certamente para outros milhões de pessoas around the world, Elvis não morreu. Ele continua vivo nos seus sósias, nas canções, nas danças, nas suiças e no topete. E enquanto a sua música existir, Elvis continuará vivo, em nossos corações. E arrebatando e emocionando o meu, como mais ninguém.



P.S.- minha caneca linda. :)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

É o que eu quero


Ah! Olha lá essa vida machadiana mostrando novamente sua face irênica. São tantas emoções novas, tantos momentos, tantas novidades que minha memória fotográfica aumentou em uns dez anos de vida. Deve ser o verão...

De repente acordei e meus livros estavam fora do lugar, o mundo estava de cabeça para baixo, o céu já não era azul. E as coisas são mesmo assim. Nada na vida é linear. Nada é transparente, fácil ou imediato. Ainda prefiro os amores conturbados, os que dão trabalho. Aqueles em que a luta se faz presente e por isso mesmo são fortes. Têm espírito guerreiro guiados por São jorge. Aqueles que geram dúvidas, que nos deixam esperando, que nos deixam ansiosos pelo dia de amanhã. Eu quero sofrer (mas nem tanto assim). Talvez uma lagriminha ali, outra aqui. Quero borboleas no estômago. Não quero os amores tranquilos. Chega das conversas furadas, das tardes perdidas, das noites frias! Quero paixão! Cansei da monotonia dos dias mornos. Quero palavras fortes, quero coração palpitante. Quero espasmos de suor frio. Quero arrepio. Quero essa coisa leve, essa coisa passageira que eles chamam de atração, que chamam de paixão. Quero a inconstante da emoção. Desejo o calor do peito espalhando pelo rosto, corando as faces, fazendo brilhar os olhos. Quero olhar pra Lua e cantar que a vida é bela. Quero gritar que é bom ser feliz. Quero mergulhar com tudo, ir até o fundo, saltar de ponta cabeça, dar piruetas até ficar tonta. Quero aventuras, quero ir sem rumo, sem hora pra voltar. Quero liberdade. Cansei desses compromissos caóticos com a felicidade. Quero ser feliz e felicidade não se acha, não se conquista, não se compra. Ela está dentro de nós. Por mais clichê que isso pareça.

but baby...

"And now it's bound to be a heartbreak situation
But I can't help it if I'm helpless
Every time that I'm where you are
You walk in and my strength walks out the door
Say my name and I can't fight it any more
Oh I know, I should go
But I need your touch just too damn much
Loving you, That isn't really something I should do
I shouldn't wanna spend my time with you ya
Well I should try to be strong
But baby you're the right kind of wrong"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dividir



Viver com alguém é muito mais do que dividir o teto. Para se viver com alguém não precisa ser na mesma casa, na mesma cama nem na mesma cidade. Viver com alguém é mais do que dividir o almoço, o sono e o sofá; é mais do que dividir o chocolate, a programação da televisão,e o que fazer no final de semana. É mais do que a aliança no dedo, mais do que a troca de presentes no Natal, mais do que o pedido de noivado; é mais do que uma certidão de casamento, mais do que a jura de eternidade, mais do que a promessa de filhos. Viver com alguém é muito mais que quase tudo.

Viver com alguém é render-se, é entregar ao outro a essência de si mesmo. É dividir alegrias, tristezas, planos, sonhos e mágoas. É dividir o coração, permitir que o outro habite em nós, aceitar suas qualidades e defeitos de braços abertos. É banho de chuva, é confissão, jura escondida, beijo roubado, ligação sem motivo,  cumplicidade, confiança, mãos dadas, amor estampado na cara. Viver com alguém é um estado de espírito, e não algo que  possa se tornar maior ou melhor sob o mesmo teto ou com o "papel passado". Viver com alguém é a disposição, é a parceria, a amizade, os segredos divididos, a dança animada, o encontro inesperado, as borboletas no estômago, a saudade inacabável, a plenitude, a satisfação. Viver com alguém é a brincadeira do dia-a-dia, a leveza do olhar, a intensidade do beijo, o pulsar do coração; é a música dedicada, a carta escrita, a poesia lembrada, a lua apaixonada, as estrelas no céu do quarto. É ler naquele rosto sempre uma velha novidade, é ser fascinado por cada gesto, cada palavra e cada risada de canto da boca. Viver com alguém é conversar com olhares, é sintonizar na mesma frequência; é escapar da rotina quando dá, e quando não dá ainda assim ser muito feliz com a rotina que há. É encontrar no outro um caminho de ida, um caminho de volta, uma mão estendida, um porto seguro. Viver com alguém não é somente ter aquele alguém dentro do seu quarto, é muito mais que isso. É ter aquele alguém - mesmo que distante - vivendo o tempo inteiro no coração.

Como o que já me ensinou Cássia Eller...
"Não basta o compromisso, vale mais o coração."

Temporada das Flores


"Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.


Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.


Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...


Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.


Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores..."

(Leoni)