quinta-feira, 28 de abril de 2016

Vinteoito

É vinte e oito mais uma vez. Mais um abril.
Nesse abismo que se abre toda vez sob os pés
a única opção é se deixar cair.
Lentamente se render à queda do próprio corpo.
Viver o luto, lamber as feridas.
Esperar sua reconstrução.
Refazer-se.
Esquecer.
Para outro vinteoito me desfazer mais uma vez.


domingo, 24 de abril de 2016

Te olho

Quando já está tudo escuro e meu coração bate mais devagar como quem anda cansado, desistindo de lutar, vou olhar-te de longe nas espreitas do que me sobra. E fico mais feliz de poder te admirar assim sem saberes. Assim não te causo mal. E mesmo sem saberes, teus gostos e gestos me põem um brilho no olho e uma calmaria na alma. Sei que estás aí e na minha imaginação, a esperar por mim.