quinta-feira, 29 de abril de 2010

Hey Jude


"A canção que Paul fez para Julian Lennon, o filho de John que não tinha muito tempo do pai, é uma verdadeira lição de motivação que nenhum livro de auto-ajuda vai conseguir superar."

Sem comentários, que coisa linda.


P.S.- clica e assiste.

O melhor amor do mundo

 
Tanto amor existe por aí que não é amor... Que não tem carinho, que não tem entrega, que não tem tesão, nem paixão, nem cumplicidade, nem segredos, nem revelações, nem admiração. Tanto amor por aí vive de comodismo, de pose, do social, de conveniência, de conformidade. Tem tanto amor por aí que não é mais (ou nunca foi) amor de verdade. Muitos foram paixões, mas talvez não muito bem sucedidas quando se tornaram o amor diário, rotineiro, aquele amor não tão novo. Muitos amores não resistem àquele momento onde a paixão sucumbe ao amor, à admiração, ao carinho e assim não vão para a frente. 
Pessoas que vivem juntas em função de um amor que há muito não existe mais; aqueles que não largam por nome, por sobrenome, pelo tempo que já viveram juntos, pela lembrança daquilo que foi e não volta jamais.  Entre muitos casais nada mais há do que um contrato e um abismo de distância; entre outros tantos, até o abismo desmoronou. E eu não consigo entender direito porque isso não acontece com alguns casais. Alguns amores se tornam ainda melhores quando a intimidade vai acontecendo (e com intimidade leia-se cumplicadade, não sexo). Entre eles, há sempre uma nova relação, apesar de ser o "velho amor ainda e sempre". Parece que, entre os casais que conseguem superar o abismo, construir uma ponte sólida e conservar a ponte e o hábito de transitar por ela, o tempo não passa. Para estes casais, há algo mais do que amor e admiração: tem que haver algo mais do que isso.
Amor, carinho e admiração são essenciais, mas precisa haver entrega. Uma relação precisa de dedicação,  como uma planta precisa de constantes cuidados para que floresça. Entre esses casais, acho que a fórmula é uma boa dose de conversa, intimidade e cumplicidade. É não ter o que temer, é não precisar se esconder, é poder ser você mesmo - porque ninguém consegue fingir o tempo inteiro. É falar o que o coração precisa, é poder chorar, desabafar, ser visto nu, ser visto dormindo, ser visto no pior dia da sua vida. Amor de verdade deve ser muito mais do que a batida fórmula que conhecemos tão bem a ponto de saber que não é eficaz: o amor sozinho não faz milagres. Abençoados são os que vivem um amor assim. De poder ser e ter muito mais do que amor, de poder ter, em qualquer circunstância, um amigo.

Se é para ser amor vazio, amor descontente, amor infiel ou filtrado, eu não quero. 
Meu amor é feito de entrega, de simplicidade e honestidade. E, sem sombra de dúvidas, é o melhor amor do mundo.

Suspicious Minds

Chegaram meus dvds do Elvis e, infelizmente, não tive tempo para sentar e realmente contemplar a beleza que são os mais novos membros da família: o dvd duplo (que o namorado me deu) That's the way it is, e o Aloha From Hawaii, que é um agrado pra mim mesma, que mereço um presente de vez em quando, também sou filha de deus!
O resumo da ópera é que o único momento que tenho não é nem para assistir e sim somente ouvir as músicas dos shows enquanto tento estudar para a prova de hoje. Tempo é um troço que não tá muito fácil de arranjar, meu dia realmente precisaria de mais 24 horas para que eu pudesse dar conta de fazer o que eu preciso fazer e assim conservar as horas de sono que eu tô me obrigando a perder. Olha isso, EU, a pessoa que mais preserva o sono, o lazer e o ócio, obrigada a acordar oito da manhã pra fingir que estuda pra fingir que passa na prova? Meu Deeeeeus! Pode parar a faculdade que eu cansei desse brinquedo.

E no meio de um mar constitucional, meus ouvidos prestaram atenção em outra coisa... Suspicious Minds. Essa música foi o último grande sucesso de Elvis, que embalou multidões e fez muita gente chorar feito criança diante dessa letra maravilhosa. Parei com a constituição, com os livros e textos na frente do computador para assistir Elvis dançar; mais de 30 anos depois da sua morte, ele me mostra que a arte é indestrutível. Que a vida acaba, mas a música sempre continua. E a emoção naquela voz, naquela música, mais cem anos passarão e eu ainda a sentirei da exata mesma maneira. E vou chorar da mesma maneira, e amar e me encontrar naquela canção.

Pode parecer bobagem, mas todo mundo deveria ter um amor embalado a Elvis.
Paixão com Elvis tem outro sabor. Paixão com Elvis é outra paixão.
Paixão, com Elvis, que talvez seja paixão de verdade.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Here, There and Everywhere

"Here, making each day of the year
Changing my life with a wave of her hand
Nobody can deny that there's something there
(...)
Each one believing that love never dies
Watching her eyes and hoping I'm always there
To be there and everywhere
Here, there and everywhere"
the beatles

terça-feira, 27 de abril de 2010

Combat, baby!

Para ser feliz é preciso de um pouco mais do que um punhado de sorte e um rostinho bonito. É necessário  algo além de boa educação, boas escolhas, bons amigos. É preciso muito mais do que boas escolas, bons currículos, bons namorados, bons pais, bons empregos, um bom carro, uma casa confortável e um labrador fofinho e bem alimentado. Para ser feliz, é preciso de muito mais do que tudo isso. 

Para ser feliz, é necessário ter um caminhão de coragem. Me desculpem, mas a felicidade não vem no bilhete da loteria, no 'acaso' do dia-a-dia, nas imensas coincidências (que eu gosto de chamar de destino) que acontecem nas nossas vidas. A felicidade é muito mais do que encontros e desencontros, sortes e azares. A felicidade é o esforço diário para cultivar aquilo que nos é dado, a motivação de fazer cada dia ser melhor do que o anterior, a entrega intensa àqueles que invadem nossas vidas sem pedir licença e se instalam antes que a gente possa decidir se é o que realmente queremos. Para ser feliz é preciso um pingo de egoísmo, muita ousadia e uma garganta bem preparada para esbravejar e defender o que é seu quando for necessário., mesmo sabendo que o que hoje é seu pode amanhã não ser mais. É preciso entender que as coisas mudam, as pessoas mudam, as situações e os sentimentos, e que não devemos desperdiçar nossas forças naquilo que não nos pertence. Para ser feliz, é necessário erguer a cabeça e ir à luta todos os dias. A felicidade é uma conquista diária.

Para ser feliz, é preciso encher o peito e decidir lutar. Brigar até as últimas consquência pela sua felicidade. Afinal, ninguém mais pode lhe fazer feliz. A felicidade é uma escolha de cada um e, aí sim, bons namorados, bons pais, bons empregos, um bom carro, uma casa confortável e um labrador fofinho - ou qualquer outra coisa que se desejar - entram na história, não como causas, mas sim como consequências da briga pela felicidade verdadeira.



"Combat baby, come back baby
Fight off the lethargy
Don't go quietly
Combat baby
Said you would never give up easy."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Respostas

Viver na Terra não é uma tarefa, digamos, fácil. Cada indivíduo possui seus dilemas, suas fraquezas e suas pendências. Cada pessoa no mundo tem pelo menos uma mão cheia de pequenas tarefas dentro da tarefa maior - a qual é viver - a cumprir. Chamam-nas de problemas. O lado positivo é que todo problema foi criado para ter uma solução, ou mais de uma, sendo otimista.
É a nossa maneira de lidar com as barreiras, os empecilhos e as desventuras, que nos guiam para uma direção ou para outra. É saber utilizar de todo o conhecimento empírico e toda a sabedoria consolidada de aprendizados passados para compreender o que a vida está nos perguntando. Há momentos em que o destino nos prepara armadilhas e nos pega desprevenidos, desatentos. Quando não suspeitamos de nada, de repente a pergunta que nunca esperávamos nos questionar novamente, se molda na nossa frente com silhueta, traços, memórias. E tudo que achávamos que sabíamos até então, é posto em prova.
A vida realmente ensina da maneira que nós lhe permitimos para que ela assim o faça. A vida nos propõe situações para que encaremos nossos fantasmas, nossos mais secretos medos, arrependimentos, dores, mágoas. Como se ela quisesse que evoluíssemos por conta própria, porém, com ajuda de alguns momentos ocasionados por algo que não me sinto no direito de chamar de acaso. Acredito nisso, acredito, sim, que haja forças que conspiram para que tudo se encaminhe da melhor forma. Para que as perguntas ecoem nos nossos pensamentos de uma forma natural e então vejamos se estamos realmente prontos para respondê-las de forma verdadeira. Visto que verdade é somente uma, ela não muda e nem é subjetiva. Nossos olhos internos que não enxergam seus significados e potencial de transformar respostas e vidas.

domingo, 25 de abril de 2010

Nos Eixos

Nós somos levados pelas nossas emoções e pelas expectativas das modificações que essas emoções vão efetuar nas nossas vidas. Simplesmente é difícil dançar conforme a música, não é? Acho que eu, pelo menos, gosto de saber que as coisas estão sobre o meu controle. Em que eu sei qual papel tenho de desempenhar. Mas, na vida, nada funciona realmente dessa forma. Temos que nos adaptar, temos que reajustar as expectativas. Devemos, sim, para nossa saúde emocional e mental obedecermos a certas regras, algumas convencionais, outras íntimas, para o bem maior das relações. Sejam estas quais forem. Temos que nos doar mais, interagir mais, cuidar mais. Temos que ser melhores, todos os dias. E talvez, seja esse o grande lance de vivermos em conjunto. Já que ao enfrentar nossas bichos, conseguimos domá-los até que tudo fique calmo, controlado. Até que "tudo entre nos eixos", como se fala por aí.

Vale


Milhares de vidas no meio de uma vida que eu não vivi
Em minhas peças os personagens não possuíam sombras
Meu passado sugava o ar das brisas levadas por ti.
Havia estações repetidas, reescritas, vestidas pela solidão.
A verdade era a melodia perfeita praqueles que não sabiam ouvir.

A direção do olhar transforma as paisagens
A beleza dos acontecimentos está na leveza dos perfumes
Exalados pelas flores do nosso jardim

Todos os sinais singelos, os truques do tempo,
Os pássaros livres dos meus diários
Permanecerem puros, secretamente intactos com suas asas sonhadoras
No fim do vale para enfeitar andarilhos solitários


O meu amor é a imensidão do meu ser
Maior do que tudo que você desejou viver, com os meus gestos humanos
Será o meu amor a minha essência imortal?
Escuto sua alma suspirar, distante de mim.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cheiro de Inverno

Hoje todas as coisas me remetem ao inverno. O frio que finalmente resolveu aparecer, o cheiro de café pelos corredores na faculdade de manhã cedinho, o cobertor enrolado no pescoço, meu nariz eternamente gelado, o fim da fuga interminável do sol, o mesmo sol servindo como um espreguiçador de ursos encolhidos. O calorzinho beijando o rosto, as bochechas rosadas do vento geladinho, a vontade de dormir de tarde e o dia lindo e maravilhoso e, quase nem acredito, sem calor!
O inverno me dá todas as coisas que eu adoro. Comidas, bebidas, sono e sono e mais sono, cobertores, o prazer de abraços sem suor e de beijos sem rostos pingando. O inverno vem aí e, com ele, meu prazer de acordar e de dormir. Ele me dá as minhas maiores alegrias e, pelo cheirinho de bolo que vem da cozinha, não vai demorar a se instalar de vez.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sozinha

A humanidade caminha sozinha a trilha da existência. Por mais que haja quem queira ajudá-la, ela insiste em dar passos solitários. Eu olho pra todas essas pessoas incompletas e insatisfeitas com o azul do céu. Eu vejo pessoas negando serem solidárias. Sinto tanta ganância pelo poder. E sinto muito por isso, também. Há uma luta incessante pelo poder de controlar os outros com artifícios insolúveis, mesquinhos, sem alma. Valores trocados, vidas perdidas. Pergunto-me: onde está a sensibilidade da humanidade? Onde está o grito pela paz? Onde está a concretização do amor? Onde há beleza em ser assim? Seres inacabados.
Eu vejo tristezas nos olhares e sinto energias ruins emitidas por elas. Eu queria mostrar pra elas quanta luz eu tenho em mim, e que, assim, elas pudessem sentir a vibração do amor. Mas se nem com Jesus, elas conseguiram, quem seria eu? Não é mesmo? Alguém que ainda tem muito pra aprender sobre tudo.
Tem muita gente que não sabe valorizar porque não aprendeu ainda, porque não está pronto para isso. Para amar os outros, é preciso ter amor dentro de si. Ninguém é capaz de doar o que não possui e nem de compartilhar o que falta em si. Deveríamos trabalhar o nosso lado bom, pois todo mundo há um. Até que esse lado transcendesse e contaminasse o lado ruim. Até que todos vissem céus azuis. Até que todos cultivassem jardins de amores. Até que todos tivessem como objetivo maior, o amor.

Do meio da confusão


No meio das tentativas de estudar, das tentativas de me apavorar e me obrigar a fazer algo, só uma música tem me animado e nada mais justo do que ser Elvis. No meio de tanta coisa sem graça, de dias cinzas regados a direito e chocolate, essa música me faz dançar no meio da rua. Me faz acreditar que vai valer a pena, tem que valer a pena. Eu juro que assim que surgir tempo para fazer algo além de estudar (ou fingir que estudo), volto para compartilhar as mil alegrias que eu tenho vivido. Ô vida boa, acho que amanhã vou até dançando pra prova. Vai ver Elvis não sabia um pouco também de penal?

"Baby, close your eyes and listen to the music
Drifting through a summer breeze
It's a groovy night and I can show you how to use it
Come along with me and put your mind at ease, hey

A little less conversation, a little more action please
All this aggravation ain't satisfactioning me
A little more bite and a little less bark
A little less fight and a little more spark
Close your mouth and open up your heart and baby satisfy me (satisfy me)
Satisfy me baby (satisfy me)..."

P.S.- ninguém me segura dançando, mesmo morta de sono.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Gold


There’s so much under your skin
I just want to discover it forever more
My memory with you is my best scene
I want to be the beat that makes your heart live for

How amazing it is when everything that you touch turns into gold
And how the ocean got small when we were born meant to be one
I’ve got a thousand Suns inside of me
Each one shines just for you

And the light, the heat, the lips
Every detail makes us unique
Makes all our untold history unforgettable
Nobody is lucky as I am to have someone so extraordinary
Nobody has so much unconditional love to give

I never believed in destiny, I was bleeding
I was down in the street, I was praying to the gods
I’ve tried to forget about our connection
And convince myself that love still available to me
That you’ve changed and we didn’t fit together
All of it was excuses to make the fear of not having you disappear
But it is just not possible to be me with someone who is not you

terça-feira, 20 de abril de 2010

Enquanto você dormia...

Enquanto você dormia
tentei descobrir a receita da felicidade
para dar a você em doses homeopáticas
Para que ficasse dependente de mim
Esse é meu lado Egoísta.

Enquanto você dormia
tentei negociar com Deus
alguns anos de vida em troca
de um par de asas que me permitisse
alçar vôo até você…
Esse é meu lado Sonhadora.

Enquanto você dormia
aprisionei o vento,
silenciei os sons da noite e calei os seresteiros
para que o silencio embalasse seu sono:
Esse é meu lado Anjo da Guarda.

Enquanto você dormia
apaguei todas as estrelas, desliguei a lua,
coloquei vaga-lumes atrás das montanhas
E pedi às nuvens para  embalar você
Esse é meu lado Fada.

Enquanto você dormia
encomendei um amanhecer perfeito,
pedi ao sol para despertar
depois de você
E iluminar os caminhos do seu dia…
Esse é meu lado Bruxinha.

Enquanto você dormia
tentei  me manter acordada
para sentir o quanto te amo
até concluir que melhor era dormir
e encontrar você no sonho…
Esse é meu lado Carente.

Enquanto você dormia
eu tecia sonhos
com os fios de lembranças de nós dois
enquanto meus olhos relutavam
entre o sono e o despertar…
Esse é meu lado Saudade.

Enquanto você dormia
pensei numa frase
que traduzisse meu sentimento
para que você lesse, enquanto eu dormia.
” Já disse hoje que te amo?”
Esse é meu lado Amor.
(Lady Foppa)

escrever


Eu queria escrever sobre como o destino é uma máquina perfeita na vida das pessoas. Eu queria escrever sobre como o amor é importante, sobre como ele é o alimento das almas sempre famintas desse néctar. Eu queria escrever sobre a importância de arriscar, e concluir mais uma vez que apenas vivemos durante o tempo em que arriscamos e que, no resto dos dias, apenas sobrevivemos. Queria dizer como ninguém deve se prender aos sentimentos e às coisas, porque elas mudam e esse é o ciclo interminável da vida. Queria contar uma história, uma história embalada a uma frase que nunca foi seguida - uma história que não sobreviveu pela covardia de quem não se arriscou para fazê-la viver. Queria mais uma vez falar sobre o destino e sobre a certeza de que nada nessa vida é por acaso, que tudo é aprendizado e o caminho é sempre certo por mais que nos pareça errado.
Eu queria escrever para dizer que muitas vezes eu não consigo entender as coisas do jeito que elas são, pois talvez eu tenha vindo programada de uma maneira diferente. Queria poder entender porque eu enxergo com o coração e não com os olhos, como todo mundo faz. Queria escrever para pensar melhor porque eu não consigo me preocupar com as coisas que os outros se preocupam - e assim eu dou também demasiado valor às coisas com que pouca gente se importa. Eu queria escrever para libertar um pouco de tantos pensamentos que rodeiam essa cabecinha que deveria estar se preocupando só com a prova de quinta-feira. Queria escrever porque quando nada mais faz sentido, escrevendo eu sinto as coisas mais claras e verdadeiras. Queria escrever para olhar mais uma vez para dentro, para olhar para fora, para olhar para tudo.
Escrever faz com que eu me sinta real, faz com que o coração ponha para fora os seus impulsos em forma de letras e faz com que assim eu consiga ordenar a constante bagunça do coitadinho com um pouco mais de facilidade. Escrever me faz sentir viva, me faz perceber que eu não sou apenas uma máquina perfeita de percepção, circulação de sangue, musculatura e respiração; faz com que eu perceba que sou perfeita como máquina de sensações. Faz com que eu me sinta mais do que com um corpo humano e sim como uma alma humana, passível de erros e acertos e decepções e felicidades. Escrever faz com que eu possa registrar os batimentos do meu coração, os pensamentos e a minha emoção, e assim eu posso guardar meus sentimentos para serem relembrados como antigas fotografias - as fotografias da minha alma.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Endless Love


"My love, I'll be a fool, for you I'm sure,
You know I don't mind.
Cause you, you mean the world to me.
Oh, I know I've found in you, my endless love..."
(Lionel Richie & Diana Ross)

P.S.- e pooooooode me chamar de brega.

Condição de Entrega

"(...) Romance, surpresa etc, não chegam a ser novidade em termos de pré-requisitos para um amor ideal, supondo que amor ideal exista, mas "condição de entrega" me fez erguer o músculo que fica bem em cima da sobrancelha, aquele que faz com que a gente ganhe um ar intrigado, como se tivesse escutado pela primeira vez algo que merece mais atenção.
Mesmo havendo amor e desejo, muitas relações não se sustentam, e fica a pergunda atazanando dentro: por quê? O casal se gosta tanto, o que os impede de manter uma relação estável, divertida e sem tanta neura?
Condição de entrega: se não existir, a relação tampouco existirá pra valer. Será apenas um simulacro, uma tentativa, uma insistência.
Essa condição de entrega vai além da confiança. Você pode ter certeza que ele é uma pessoa honesta, de que falou a verdade sobre aquele sábado em que não atendeu o telefone, de que ele realmente chegará na hora que combinou. Mas isso não é tudo. Pra ser mais incômoda: isso não é nada.
A condição de entrega se dá quando não há competitividade, quando o casal não disputa a razão, quando as conversas não têm como fim celebrar a vitória de um sobre o outro. A condição de entrega se dá quando ambos jogam no mesmo time, apenas com estilos diferentes. Um pode ser mais rápido, outro mais lento, um mais aberto, outro mais fechado: posições opostas, mas vestem a mesma camisa.
A condição de entrega se dá quando se sabe que não haverá julgamento sumário. Diga o que disser, o outro não usará suas palavras contra você. Ele pode não concordar com suas ideias, mas jamais desconfiará da sua integridade, não debochará da sua conduta e não rirá do que não for engraçado.
É quando você não precisa fingir que não pensa o que, no fundo, pensa. Nem fingir que não sente  que, na verdade, sente.
Havendo condição de entrega, então, a relação durará para sempre? Sei lá. Pode acabar. Talvez vá. Mas acabará porque o desejo minguou, o amor virou amizade, os dois se distanciaram, algo por aí. Enquanto juntos, houve entrega. Nenhum dos dois sonegou uma parte de si.
Quando não há condição de entrega, pode-se arrastar, prolongar, tentar um amor pra sempre. Mas era você mesmo que estava nessa relação?
Condição de entrega é dar um triplo mortal intuindo que há uma rede lá embaixo, mesmo que todos saibamos que não existe rede pro amor. Mas a sensação da existência dela basta."

Martha Medeiros, na Zero Hora deste domingo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dia #3 - Desafio

A felicidade do último dia é a maior felicidade de muito tempo. A felicidade de hoje é o maior sorriso, a leveza e a alegria da pessoa mais importante no mundo pra mim. A felicidade de hoje tem somente o nome dela, a felicidade dela; a felicidade de hoje merece a dona que tem.

Felicidade a minha de ver tanta certeza e tanta espontaneidade que há tanto eu acreditava apagada dentro dela, que há tanto eu desejava ver ressurgir assim, com a maior força do mundo. Para encerrar esses três dias, nada melhor que a plena felicidade da minha maior felicidade e, para brindar tanta alegria, um céu lindo estampado de sol.

Ah, que maravilha. Vou dormir contente, com a felicidade da noite - um bolo de chocolate, cd do Elvis e a certeza de que tudo está no seu devido lugar.

Um Reggae

Never did I realize,
That when I took your hand that you would come and change my life.
But I would never change the date or the time,
never press rewind, never change my mind.
I would take the time to let you know...
(Bambu Station)


P.S.- eu devo estar doente pra ouvir reggae, mas esse realmente me toca.

O som do coração


Poucas vezes me lembro de ter passado por isso, de não saber exatamente o que eu quero ouvir. Afinal, eu posso ser indecisa para muitas coisas, mas a música nunca entrou nesse hall da indecisão para mim. Mas hoje é diferente... Eu não quero ouvir uma música porque acordei com vontade dela, como normalmente acontece. Hoje eu acordei com vontade de pessoas e tô pulando sem parar as mais de três mil músicas aqui do player, tentando encontrar alguma que traduza exatamente o que eu estou sentindo. Tentei, primeiramente, as favoritas. Sem sucesso, pulei para as segundas opções. Desisti, coloquei no aleatório e não acredito que encontrarei exatamente o que desejo ouvir. O que eu quero hoje não é música, é somente a letra dela cantada para mim, na voz daquela tal pessoa que tanta falta me faz a semana inteira. O que eu quero não é música, é qualquer frase especialmente cantada. Não quero vozes famosas, letras tocantes, solos sensacionais de guitarras. Quero, se não for pedir muito, uma frase bonita bem sussurrada no ouvido. Quero ouvir não o que o player toca, quero ouvir o som do meu coração, me enlouquecendo, batucando, emocionado. Ouvir o coração do outro com a melodia do meu e fazer a mais bonita sinfonia que eu nunca encontraria, mesmo que aqui fossem dez mil músicas. Ouvir tum-tum sem letra, mas tum-tum que signifique mais do que a letra mais bonita jamais conseguiria expressar. Quero ouvir o som mais bonito do mundo - o barulho ensurdecedor do amor.

Sem palavras

A vida tem seus caminhos misteriosos e secretos que só o tempo pode desvendar. Eu não teria palavras pra explicar a minha confusão e muito menos decifrar minhas emoções. É como tentar olhar para o Sol por muito tempo. É como olhar as estrelas a noite e não se impressionar. Porque tudo é impressionante. Porque nada é pra sempre e nem deve ser. Talvez seja o maior erro do homem, querer possuir sentimentos e pessoas. O que é nosso nunca se vai realmente. E o sentimento pode voltar muito forte, no momento ideal. Porque nada é por acaso e nada foi em vão. Agora, parece surreal. Todos as sensações misturadas de uma forma tão maravilhosa que só penso o quanto tudo isso faz desse momento mágico. E acho que cada vez mais vai se tornar. Talvez seja do jeito que foi, é e que será.

Maybe I'm amazed at the way you love me all the time
Maybe I'm afraid of the way I love you
Maybe I'm amazed at the way you pulled me out of time
And hung me on a line
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl who's in the middle of something
that he doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only men
Who could ever help me
Baby won't you help me understand?
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
You right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dia #2 - Desafio

Hoje tá difícil. Acordei e desde cedo vim estudando, talvez seja a proximidade das provas, que me deixou desse jeito maluco e atordoado. Tô vesga de tanto sono. E, para completar, hoje foi um dia cinza. É bom ver a chuva cair, o frio chegar, mas tudo isso é ótimo, maravilhoso, espetacular quando não se tem que acordar às oito horas para encarar algum livro ruim e sim para ficar embaixo das cobertas com comédia romântica e o namoradinho do lado. Pois bem, prometi a mim mesma encontrar algo bom hoje. E encontrei. A felicidade de hoje é a minha cama, acho que há muito tempo não a desejava desse jeito. Vou deitar, episódio inédito de house para tocar, a caixa de bombons que o boyfriend deu e aí minha alegria estará completa.

Boa noite para quem fica.

In My Life



(Beatles)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dia #1 - Desafio


Bem, hoje o encanto do dia se deve a um só momento, delicado mas importantíssimo. A felicidade de hoje eu encontrei no sol, no momento daquela caminhada de manhã cedinho, quando o sol bateu no meu rosto enquanto eu alongava. Ali eu espreguicei para deixar que toda aquela energia boa entrasse; senti uma sensação maravilhosa. Como é maravilhoso poder sentir na pele toda a força que emana do sol, toda a luz que dá vida às coisas e toda a alegria que ele nos dá quando nos beija suavemente. 
Sensação mais sutil, impossível. Mas, também, inigualável. Dar valor ao sol que nos desperta todos os dias. É essa minha gostosura de hoje.


P.S.- e o sanduíche que acabei de comer também é uma alegria sem fim. nada melhor que algo para aplacar a fome depois de uma noite inteira de aulas.

Desafio



Ando muito pessimista. Descontente com tudo, vendo cinza em todos os tons do arco-íris, vendo matagal onde nascem rosas, vendo problema onde não tem. E nem eu me aguento mais com tanto mau humor, tanta frustração e essa chuva de negatividade na minha cabeça. Por isso me propus um desafio. Vou, uma vez ao dia, encontrar ao menos uma coisa simples que me satisfaça e me faça ver um pouco de felicidade. Começo dando pequenos passos, afinal foi assim que me ensinaram que as grandes conquistas se dão. Vou começar estabelecendo um prazo de três dias. Três dias para rever meus dias, minhas horas e me dedicar a algo que realmente me dê prazer e um sorriso bem estampado no meio dessa cara ranzinza.
Quem quiser aproveitar e entrar no clima, descobrir algo sutil com o que se alegrar e assim tentar se sentir mais feliz, que compartilhe aqui o qual a emoção do dia. Muitas vezes é bom saber se não estamos falando sozinhos. :o)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Atalhos

Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.Pra enrolação...atalho.
(Martha Medeiros, pra variar)

Everybody Hurts


Tive uma impressão horrível que a vida deu uma guinada, que ela tomou uma direção como se tivesse vontades próprias e de repente eu já não controlava tudo como fazia antes. É uma sensação de como se estivesse sozinha numa ponte, no meio de uma tempestade, tentando correr mas o corpo esta extremamente pesado e já não é mais possível escapar. Os raios rasgam o céu como fendas e as ondas são tão imensas que engolem tudo sem piedade. A impotência de se sentir pequeno o bastante pra não conseguir mudar os fatos é suficiente para nos dar a condição de miseráveis.
Era pra ser uma fase breve, mas as estações mudaram e eu ainda me sinto a mesma. O propósito era aprender e tirar uma grande lição dos acontecimentos, então me sentir orgulhosa e contar a todos que consegui nadar à superfície apesar das adversidades. O outono chegou e minhas lágrimas acabaram por secar. Assim como as folhas no chão, eu caminho sobre meus sentimentos todos os dias.
Todo mundo tem uma história triste pra contar. Um arrependimento, um perdão negado, uma derrota. Todo mundo tem um ponto fraco. E todo mundo sofre, às vezes. Todo mundo tem dias que se prefere fechar os olhos para viver. Mas nem todo mundo torna da pior fraqueza a melhor virtude. Nem todo mundo sai com grandes aprendizados, nem todo mundo é íntimo da palavra superação.
É mais árduo para alguns do que para outros liberarem as frustrações. Não esquecê-las, mas perdoá-las. Perdoar o outro por não ter sido tudo o que esperávamos que fosse. Perdoarmos-nos por não termos tampouco. Deixar o passado do lado de fora da nova moradia. Guardar os sentimentos já desgastados para trás. Ninguém ama duas vezes da mesma forma. Quem tenta esquecer, segue lembrando. Talvez não da forma padrão, mas inconscientemente nos traços, na essência das novas oportunidades. Segue mantendo viva aquela esperança dolorosa, negada e escondida. Segue pulsando um amor (se é que posso chamar assim) doente e fraco. Segue como uma linha praticamente invisível que insiste em perdurar. E sair desse estado de inércia requer mais que a superação da desilusão, é necessário auto-superação, o entendimento, o "deixar ir" com o vento do tempo.
O medo e a insegurança acorrentam os pés ao chão, vendam os olhos, nos deixam vazios por dentro. Como se não se tivesse mais nada a oferecer, a não ser estações passageiras.


"Well, everybody hurts

Sometimes, everybody cries

And everybody hurts, sometimes

But everybody hurts, sometimes

So hold on"

sábado, 10 de abril de 2010

O Meu Amor

"O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos
Lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu?
E ele é meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz."


(Chico Buarque)

Vem!

 Vem, que eu sinto falta do teu beijo. Vem, que eu não sei viver sem teu abraço. Vem, porque eu não me acostumo com essa distância. Vem, que eu quero te saborear inteiro. Vem, porque nada é mais forte que esse amor dentro de mim.

Vem, alimenta meus sonhos. Alimenta meus dias, sê o meu sol, minha lua, meu farol, meu ombro amigo, meu porto seguro. Vem, que somente contigo eu sou feliz. Vem, que a sensação de não te ter, mesmo que por um só segundo, me machuca e me corrói inteira. Vem, que com teu amor sou mais humana, mais mulher, mais viva, mais feliz, mais completa.

Vem, a nossa música nos espera. A minha cama nos espera, o meu coração te espera fazendo batucada dentro do peito. Vem, que o meu amor te cuida. Vem, que ele sabe exatamente o teu jeito, sabe o que somos e tudo que ainda podemos ser. Vem, porque a poesia se esgota, e não há mais músicas para cantar tanta saudade, sonetos já não restam para declamar tanto amor e peito já não há para aguentar a força dessa falta que se debate no meu peito.

Vem, pois já não sei mais o que dizer. O tum-tum descompassado do meu coração só tem uma possível tradução: vem logo, tô te esperando!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

É Amanhã

É amanhã que eu vou explodir. Hoje tô sentindo como um copo praticamente transbordado, então acho que amanhã é o dia. Dia que eu vou mandar todo mundo a merda, ter um surto e desatinar a chorar. É amanhã que eu vou dar na cara de alguém, quebrar alguma louça na parede e rasgar alguns papéis. Tô até vendo que amanhã é o dia. Tô sentindo e, o melhor de tudo, tô avisando.
Que ninguém se atravesse na minha frente. Que ninguém ouse passar por mim. Porque amanhã será o dia.

E só não o será se um milagre bem grande acontecer, ou um meteoro bem grande cair ou se eu me afogar numa xícara gigante de chá com calmante.

E não venham dizer que eu não avisei!

Vida Tacanha!

"Nessa terra a dor é grande
A ambição pequena
Carnaval e futebol
Quem não finge
Quem não mente
Quem mais goza e pena
É que serve de farol...

 (...)
Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita
Nada de novo ao luar
Todo mundo quer saber
Com quem você se deita
Nada pode prosperar..."
(A luz de Tieta - Caetano Veloso)


terça-feira, 6 de abril de 2010

Amor Concreto


Toda relação tem, em algum lugar da sua rotina, um ponto mágico. Esse ponto mágico é a personificação do amor. É onde o amor deixa de ser classificado como abstrato e passa a ser sentido como se estivesse fisicamente presente. Toda relação tem esse momento, onde o amor dá as mãos aos namorados e faz a relação parecer mais deliciosa do que em qualquer outro. Para mim, a personificação do amor não está no beijo nem no sexo, e sim em algo peculiar que só o casal saiba ou faça. Na minha, o amor se torna concreto no momento que entramos no quarto, colocamos uma coletânea de músicas antigas e dançamos juntos. Não existe, no nosso namoro, nenhum momento mais mágico do que aquelas danças no meio do quarto. Ali o amor nos dá as mãos e dança entre nós.
Toda relação tem seu ponto mágico e ele não se encontra nas coisas comuns a todos os relacionamentos - este brilho está em algum lugar escondido, um beijo que só ele dá, um carinho que só ela faz. Pode ser correr na praia, pode ser andar de bicicleta, pode ser observar ele dormindo, pode ser o café da manhã que ela traz, pode ser o gosto que a boca dele fica com o café, pode ser o jeito que só ela sabe de dar as mãos. É aquele minutinho sublime em que o amor é saboreado como um sorvete de frutas. Onde o amor deixa de ser abstração, de estar somente no coração, para estar presente em todo o ambiente envolvendo os namorados. É onde o amor pode ser mensurado, sentido, vivido. É nesse momento que sabemos que o amor é de verdade, que ele é muito mais que o abstrato. O amor é um substantivo concreto.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Que bom que não é hoje


De repente é como se eu tivesse parado no meio do caminho. Eu não sei se faltou combustível ou se existiam muitas bifurcações adiante. Eu só sinto que parei.
Alguém me fez lembrar de como eu era quando ainda sonhava acordada com minhas histórias, com meus desenhos, com a minha vida. Eu não sei em que momento eu deixei essa rotina exaustiva me dominar. Eu simplesmente esqueci-me de como eu era talentosa. Talvez, com a sensação de não lembrar, eu não me daria conta do quanto tinha realmente perdido esse tempo todo. Eu fechei meus olhos para a minha velha alma de artista. E me dar conta disso parece que mexeu lá dentro com as minhas emoções.
Eu não sei decidir ainda o que eu quero ser. E por enquanto eu fico feliz que esse dia não tem que ser exatamente hoje. Em algum momento eu terei que definir o que eu vou fazer do meu talento e do meu sonho de salvar pessoas. Será que eles vão conseguir andar juntos? E será que fazendo a diferença na vida das pessoas eu vou verdadeiramente fazer na minha? Eu queria despertar a velha menina de cachos na cachola que parece adormecida no meio das obrigações, do medo, das incertezas. Que se esqueceu das coisas valiosas da vida, como felicidade e satisfação. Quem sabe ela quando acordar poderá me ajudar a resgatar os meus velhos sonhos, os meus velhos desejos.
Eu sempre senti que iria fazer algo grande de minha vida, não me parecia pretensão, na época. É como aquela sensação que você vai ser pego quando faz algo errado, ou como aquele frio na barriga quando vai dar seu primeiro beijo. Você só sabe como vai ser, mesmo sem saber. Eu não diria que é o meu destino, mas uma voz dentro de mim me gritava que nada ia ser em vão. Eu só quero ouvir essa voz de novo e saber que caminho tomar e ter certeza de que é o certo. Mas por enquanto, fico feliz que esse dia não é hoje.

Na minha época...

Na minha época, cds eram para ser ouvidos e livros para serem lidos. As músicas eram ouvidas por vontade, e não para ostentar um gosto musical digno de exibição. Os livros eram carregados para serem lidos pelo caminho, e não para servirem como um enfeite e nunca serem abertos. Os que usavam all-star não eram chamados de emo, os que frequentavam bibliotecas o faziam por gosto, não para serem chamados de intelctuais. Cds eram empilhados em estantes, não amontoados em pastas num disco rígido de computador. As unhas não precisavam estar bem feitas, as roupas eram demonstrações de personalidade, não demonstrações de poder aquisitivo. As pessoas mostravam os dentes não para morder, mas para sorrir. Na minha época, se ouvia e se dançava É O Tchan e se passava muito bem, obrigada.

Hoje resolvi escrever sobre isso porque me peguei no meio de uma discussão sobre o que era ser 'cult'. E fulano deu um manual de como atingir esse status (?). E na minha época, música boa ou ruim não tinha rótulos. Na minha época, dava-se bem com aqueles de quem se gostava e não com todo mundo, só por uma questão de popularidade. Na minha época não se falava frases inteligentes só para impressionar os outros. Na minha época, no fim das contas, não se vivia para os outros. Naquela época é que a gente vivia para si mesmo, sem medos nem preconceitos.

Talvez minha época nunca tenha existido ou talvez ela exista e nunca vá acabar. Ou, mais do que nunca, eu tenho a certeza de que vivo num mundinho paralelo. E vou voltar pro meu mundinho, lá onde dá para eu ouvir meu Roberto Carlos sem ser chamada de brega.

Velhas Lembranças


Nunca pensei que fosse sentir isso. Em plena era da informação, do download, do mp3, mp4, mp-sei-lá-quanto, nunca imaginei sentir tamanho prazer descobrindo velhos cds, revirando os armários de velharias, encontrando cds da época do meu pai. Empoeirados, um pouco arranhados mas, ainda assim, cds de verdade. Palpáveis, com a capa assinada "Rubens, 2000" ou "Rubens, 1998". E eu não ouvi na frente do computador, como eu sempre faço, deixando as músicas simplesmente passarem pelos ouvidos sem dar muita importância.

Deitei na cama, chocolate em punhos e coloquei o cd para ouvir, ouvir de verdade, como na época do meu pai. Onde se comprava o álbum, ouvia o álbum e não só uma música arrancada dele. Ouvi um cd inteirinho e, com ele, voltaram a mim lembranças meio em preto e branco da minha infância, talvez tão empoeiradas quanto o cd que as embalava. Memórias dos passeios no velho chevette cinza escuro com o adesivo brilhante do piu-piu no "meu" vidro do carro. Lembranças das idas até o porto, das idas até a praia, do meu maiô azul com bolinhas brancas e uma abelhinha bordada, de quando o pai me acordava com essas músicas, do cheiro de café com o som tocando baixinho quando ele me chamava para o lanche antes da aula. Lembranças que eu nem mesmo pensava que ainda estariam lá. Das vezes que montávamos as pipas, ou que eu subia na bicicleta da barbie e ele me levava, chimarrão no braço. Das vezes que ele ia correr na praia, eu de monark roxa  pedalando ao lado, a nossa cadela correndo junto.

Nunca pensei que eu, tão adepta (e viciada) nesse troço de tecnologia, fosse me sentir tão bem ao deitar e ouvir um cd como a uns anos atrás; nunca pensei também que um cd pudesse me trazer tantas lembranças. E foi só o primeiro, Dire Straits. Encontrei também o cd em italiano do Renato Russo, um do Muddy Waters, B.B.King, James Brown e Joe Cocker e, junto com todos eles, a certeza de que muitas outras noites virão, regadas a chocolate e lembranças em branco e preto, com a mesma força das pipas que voavam na beira da praia. Com a força inexplicável que só a música pode trazer.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Não quero ser apenas a estação
Deixe-me ser só seu
Pra toda noite em que a gente se encontrar
Só haja o sentimento e a tal da lua cheia..."
(Planta e Raiz)

Expectativas

Expectativas podem inspirar, tirar o fôlego e os pés do chão. Mas elas podem, novamente, te derrubar. Talvez eu ainda não esteja pronta para novas quedas. Porém, eu ainda tenho esperança de que um dia, bem próximo, eu darei uma nova chance para passar pelas tão enigmáticas expectativas e quem sabe, dessa vez, valha a pena.

O tal desapego

É muito difícil abrir os braços e deixar ir aquilo que não nos pertence mais. Se desfazer de lembranças, de promessas e de alguns sonhos. É difícil ter que rasgar futuros. Deixar de pensar com posse, com raiva, com qualquer coisa que nos conecte ao outro. É muito difícil praticar o tal do desapego.
Deixar de desejar a presença, o carinho, o passado. Esse tal de desapego é foda. É um esforço diário pra não se sentir o que se sente, é o exercício repetitivo de desejar tudo de bom ao outro, por mais que a vontade seja de espancá-lo até a morte pelo pé na bunda. É um exercício de paciência e persistência. É foda, mas dá pra conseguir.

Livrar-se de um desejo não correspondido, de um amor não amado, de uma dor bem doída. Esse tal de desapego é mostrar o amor a si mesmo mais do que o amor ao outro. É dar valor pro seu umbigo e deixar ir aquilo que não pertence mais. É crer que o melhor está por vir, que a felicidade e o destino só cabem a nós. É crer que nada é por acaso, e que tudo nessa vida valeu a pena.

"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí." (John Lennon)

Vou Deitar e Rolar



"Mas que malandro sou eu
Pra ficar dando colher de chá
Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar

Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar

E agora cadê, cadê você?
Cadê que eu não vejo mais, cadê?
Pois é, quem te viu e quem te vê..."
(Elis Regina)