quinta-feira, 29 de abril de 2010

O melhor amor do mundo

 
Tanto amor existe por aí que não é amor... Que não tem carinho, que não tem entrega, que não tem tesão, nem paixão, nem cumplicidade, nem segredos, nem revelações, nem admiração. Tanto amor por aí vive de comodismo, de pose, do social, de conveniência, de conformidade. Tem tanto amor por aí que não é mais (ou nunca foi) amor de verdade. Muitos foram paixões, mas talvez não muito bem sucedidas quando se tornaram o amor diário, rotineiro, aquele amor não tão novo. Muitos amores não resistem àquele momento onde a paixão sucumbe ao amor, à admiração, ao carinho e assim não vão para a frente. 
Pessoas que vivem juntas em função de um amor que há muito não existe mais; aqueles que não largam por nome, por sobrenome, pelo tempo que já viveram juntos, pela lembrança daquilo que foi e não volta jamais.  Entre muitos casais nada mais há do que um contrato e um abismo de distância; entre outros tantos, até o abismo desmoronou. E eu não consigo entender direito porque isso não acontece com alguns casais. Alguns amores se tornam ainda melhores quando a intimidade vai acontecendo (e com intimidade leia-se cumplicadade, não sexo). Entre eles, há sempre uma nova relação, apesar de ser o "velho amor ainda e sempre". Parece que, entre os casais que conseguem superar o abismo, construir uma ponte sólida e conservar a ponte e o hábito de transitar por ela, o tempo não passa. Para estes casais, há algo mais do que amor e admiração: tem que haver algo mais do que isso.
Amor, carinho e admiração são essenciais, mas precisa haver entrega. Uma relação precisa de dedicação,  como uma planta precisa de constantes cuidados para que floresça. Entre esses casais, acho que a fórmula é uma boa dose de conversa, intimidade e cumplicidade. É não ter o que temer, é não precisar se esconder, é poder ser você mesmo - porque ninguém consegue fingir o tempo inteiro. É falar o que o coração precisa, é poder chorar, desabafar, ser visto nu, ser visto dormindo, ser visto no pior dia da sua vida. Amor de verdade deve ser muito mais do que a batida fórmula que conhecemos tão bem a ponto de saber que não é eficaz: o amor sozinho não faz milagres. Abençoados são os que vivem um amor assim. De poder ser e ter muito mais do que amor, de poder ter, em qualquer circunstância, um amigo.

Se é para ser amor vazio, amor descontente, amor infiel ou filtrado, eu não quero. 
Meu amor é feito de entrega, de simplicidade e honestidade. E, sem sombra de dúvidas, é o melhor amor do mundo.

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