segunda-feira, 5 de abril de 2010

Na minha época...

Na minha época, cds eram para ser ouvidos e livros para serem lidos. As músicas eram ouvidas por vontade, e não para ostentar um gosto musical digno de exibição. Os livros eram carregados para serem lidos pelo caminho, e não para servirem como um enfeite e nunca serem abertos. Os que usavam all-star não eram chamados de emo, os que frequentavam bibliotecas o faziam por gosto, não para serem chamados de intelctuais. Cds eram empilhados em estantes, não amontoados em pastas num disco rígido de computador. As unhas não precisavam estar bem feitas, as roupas eram demonstrações de personalidade, não demonstrações de poder aquisitivo. As pessoas mostravam os dentes não para morder, mas para sorrir. Na minha época, se ouvia e se dançava É O Tchan e se passava muito bem, obrigada.

Hoje resolvi escrever sobre isso porque me peguei no meio de uma discussão sobre o que era ser 'cult'. E fulano deu um manual de como atingir esse status (?). E na minha época, música boa ou ruim não tinha rótulos. Na minha época, dava-se bem com aqueles de quem se gostava e não com todo mundo, só por uma questão de popularidade. Na minha época não se falava frases inteligentes só para impressionar os outros. Na minha época, no fim das contas, não se vivia para os outros. Naquela época é que a gente vivia para si mesmo, sem medos nem preconceitos.

Talvez minha época nunca tenha existido ou talvez ela exista e nunca vá acabar. Ou, mais do que nunca, eu tenho a certeza de que vivo num mundinho paralelo. E vou voltar pro meu mundinho, lá onde dá para eu ouvir meu Roberto Carlos sem ser chamada de brega.

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