quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cego de Raiva

Agora que eu tô bem, tu reaparece. Aparece pra uma amiga, como se fosse uma assombração. Volta pra me perturbar e me fazer chorar de novo, pra me machucar um pouco mais, porque o que já passou não foi o suficiente pra ti. Seu egoísta, seu idiota. Tu és uma das poucas pessoas que tem a capacidade de me tirar dos eixos, e te aproveitas disso. Se quer saber, agora que eu tô com raiva que tenho que te dizer tudo que eu tenho vontade. Então eu digo. Eu fiz merda? Fiz sim. Mas agora abre esses olhos, e por meio segundo deixa de apontar os meus defeitos pra ver se tu enxerga o que fez comigo. Tu nunca prestou atenção em mim, tu sempre deixou claro que nunca mudaria nada por mim. E não, eu nunca te pedi pra mudar a cor do cabelo nem pra vestir cor-de-rosa. Eú só te pedi um pouco de carinho, que tu demonstrasse que gostava de mim, que tu não deixasse de me beijar porque tinha gente perto. Tu nunca me deu a mão, caralho! Tu não ia comigo num aniversário de uma amiga, mas saia com os amigos pra ir em festa de 15 anos. Tu nunca me deu um presente. Tu nunca fez questão de conversar comigo. Como é mesmo? Era tudo motivo pra eu arranjar briga. Pedir pra saber que a gente tava namorando, que horror. Virava briga. Não consigo achar outra resposta pra isso a não ser que tu tinha vergonha de mim. Tu fez tudo isso e te sentes no direito de exigir alguma coisa, só porque tu não beijou outra boca? Ah faça mil favores. Eu sempre alimentei o meu amor de migalhas, do que tu tivesse disposto a me dar. Mudei minhas exigências pra ficar contigo. Tua companhia me fazia muito bem. Mas Meeeeeeeeeeeeeeeeu Deus, onde tava a minha cabeça quando não acabei contigo? Eu devo ter ficado louca, e muito antes do que eu imaginava.
Se quer saber o que eu acho, é que tu nunca gostou de mim. Eu amei por nós dois, e sei lá eu porque raios tu quis ficar comigo. Voltar contigo seria idiotice, e acho que aí eu teria uma fila de amigas prontas pra me encher a cara a tapas. Pra todo mundo, a gente sempre foi muito bonitinho. Eu sempre enfeitei tua imagem pros outros, e pra mim mesma, pra tentar me convencer que tu era tudo aquilo que eu sonhava. Aquele cara por quem eu me apaixonei, morreu. Morreu no momento em que ele subiu naquele ônibus pra ir embora, o problema que eu só fui notificada da morte quando o cadáver começou a feder. Voltar contigo seria mais uma prova de que eu sou uma imbecil. Ainda bem que tu não quis mesmo, porque se tu quisesse eu ainda estaria contigo e tu, que nunca mudou PORRA nenhuma, não mudaria agora e eu seria a mesma água morna, me satisfazendo com qualquer merda que tu decidisse que eu merecia.
Queria tanto dizer essas coisas olhando na tua cara, vendo teus olhos de deboche sempre que eu tento conversar alguma coisa, mas tu tá muito ocupado tentando te convencer que eu sou um monstro pra conseguir me ouvir. O problema é teu. Eu fiz minha parte, e tu agindo assim mais me mostra que não és tu quem não me merecia, e sim eu que merecia alguém que me tratasse bem, exatamente como tua mãe sempre me disse. Tu nunca soube dar o pouco que te pedi; eu sempre tentei me desdobrar pra te fazer o cara mais feliz que eu pudesse fazer.
Quer saber, de verdade? Acho uma merda ter que te dizer essas coisas, mas há pouco joguei meu filtro de pensamentos no lixo e não tô nem aí pro que tu vai pensar. Só pensa que, muito antes de tudo, tu já me tratava desse jeito, eu já tentava conversar e tu já cagava pra mim. Pensa que talvez eu não seja a ruim da história. Pensa que talvez tu já estava fazendo muita merda antes mesmo de eu pensar em qualquer coisa. Bota na balança, abre os olhos, bonitinho. No dos outros, é refresco. Agora quero ver tu parar pra enxergar em ti.
Ah, eu gosto de ti. Se pudesse conversar contigo tudo isso pessoalmente, tenho certeza que não guardaria nenhum rancor de nós, e nem te preocupa que a idéia estúpida de voltar contigo já fugiu da minha cabeça. Passe bem.
(pelo menos assim, minha raiva passa)

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