sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sem palavras

A vida tem seus caminhos misteriosos e secretos que só o tempo pode desvendar. Eu não teria palavras pra explicar a minha confusão e muito menos decifrar minhas emoções. É como tentar olhar para o Sol por muito tempo. É como olhar as estrelas a noite e não se impressionar. Porque tudo é impressionante. Porque nada é pra sempre e nem deve ser. Talvez seja o maior erro do homem, querer possuir sentimentos e pessoas. O que é nosso nunca se vai realmente. E o sentimento pode voltar muito forte, no momento ideal. Porque nada é por acaso e nada foi em vão. Agora, parece surreal. Todos as sensações misturadas de uma forma tão maravilhosa que só penso o quanto tudo isso faz desse momento mágico. E acho que cada vez mais vai se tornar. Talvez seja do jeito que foi, é e que será.

Maybe I'm amazed at the way you love me all the time
Maybe I'm afraid of the way I love you
Maybe I'm amazed at the way you pulled me out of time
And hung me on a line
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl who's in the middle of something
that he doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only men
Who could ever help me
Baby won't you help me understand?
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
You right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dia #2 - Desafio

Hoje tá difícil. Acordei e desde cedo vim estudando, talvez seja a proximidade das provas, que me deixou desse jeito maluco e atordoado. Tô vesga de tanto sono. E, para completar, hoje foi um dia cinza. É bom ver a chuva cair, o frio chegar, mas tudo isso é ótimo, maravilhoso, espetacular quando não se tem que acordar às oito horas para encarar algum livro ruim e sim para ficar embaixo das cobertas com comédia romântica e o namoradinho do lado. Pois bem, prometi a mim mesma encontrar algo bom hoje. E encontrei. A felicidade de hoje é a minha cama, acho que há muito tempo não a desejava desse jeito. Vou deitar, episódio inédito de house para tocar, a caixa de bombons que o boyfriend deu e aí minha alegria estará completa.

Boa noite para quem fica.

In My Life



(Beatles)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dia #1 - Desafio


Bem, hoje o encanto do dia se deve a um só momento, delicado mas importantíssimo. A felicidade de hoje eu encontrei no sol, no momento daquela caminhada de manhã cedinho, quando o sol bateu no meu rosto enquanto eu alongava. Ali eu espreguicei para deixar que toda aquela energia boa entrasse; senti uma sensação maravilhosa. Como é maravilhoso poder sentir na pele toda a força que emana do sol, toda a luz que dá vida às coisas e toda a alegria que ele nos dá quando nos beija suavemente. 
Sensação mais sutil, impossível. Mas, também, inigualável. Dar valor ao sol que nos desperta todos os dias. É essa minha gostosura de hoje.


P.S.- e o sanduíche que acabei de comer também é uma alegria sem fim. nada melhor que algo para aplacar a fome depois de uma noite inteira de aulas.

Desafio



Ando muito pessimista. Descontente com tudo, vendo cinza em todos os tons do arco-íris, vendo matagal onde nascem rosas, vendo problema onde não tem. E nem eu me aguento mais com tanto mau humor, tanta frustração e essa chuva de negatividade na minha cabeça. Por isso me propus um desafio. Vou, uma vez ao dia, encontrar ao menos uma coisa simples que me satisfaça e me faça ver um pouco de felicidade. Começo dando pequenos passos, afinal foi assim que me ensinaram que as grandes conquistas se dão. Vou começar estabelecendo um prazo de três dias. Três dias para rever meus dias, minhas horas e me dedicar a algo que realmente me dê prazer e um sorriso bem estampado no meio dessa cara ranzinza.
Quem quiser aproveitar e entrar no clima, descobrir algo sutil com o que se alegrar e assim tentar se sentir mais feliz, que compartilhe aqui o qual a emoção do dia. Muitas vezes é bom saber se não estamos falando sozinhos. :o)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Atalhos

Quanto tempo a gente perde na vida? Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão. Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.
A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.Pra enrolação...atalho.
(Martha Medeiros, pra variar)

Everybody Hurts


Tive uma impressão horrível que a vida deu uma guinada, que ela tomou uma direção como se tivesse vontades próprias e de repente eu já não controlava tudo como fazia antes. É uma sensação de como se estivesse sozinha numa ponte, no meio de uma tempestade, tentando correr mas o corpo esta extremamente pesado e já não é mais possível escapar. Os raios rasgam o céu como fendas e as ondas são tão imensas que engolem tudo sem piedade. A impotência de se sentir pequeno o bastante pra não conseguir mudar os fatos é suficiente para nos dar a condição de miseráveis.
Era pra ser uma fase breve, mas as estações mudaram e eu ainda me sinto a mesma. O propósito era aprender e tirar uma grande lição dos acontecimentos, então me sentir orgulhosa e contar a todos que consegui nadar à superfície apesar das adversidades. O outono chegou e minhas lágrimas acabaram por secar. Assim como as folhas no chão, eu caminho sobre meus sentimentos todos os dias.
Todo mundo tem uma história triste pra contar. Um arrependimento, um perdão negado, uma derrota. Todo mundo tem um ponto fraco. E todo mundo sofre, às vezes. Todo mundo tem dias que se prefere fechar os olhos para viver. Mas nem todo mundo torna da pior fraqueza a melhor virtude. Nem todo mundo sai com grandes aprendizados, nem todo mundo é íntimo da palavra superação.
É mais árduo para alguns do que para outros liberarem as frustrações. Não esquecê-las, mas perdoá-las. Perdoar o outro por não ter sido tudo o que esperávamos que fosse. Perdoarmos-nos por não termos tampouco. Deixar o passado do lado de fora da nova moradia. Guardar os sentimentos já desgastados para trás. Ninguém ama duas vezes da mesma forma. Quem tenta esquecer, segue lembrando. Talvez não da forma padrão, mas inconscientemente nos traços, na essência das novas oportunidades. Segue mantendo viva aquela esperança dolorosa, negada e escondida. Segue pulsando um amor (se é que posso chamar assim) doente e fraco. Segue como uma linha praticamente invisível que insiste em perdurar. E sair desse estado de inércia requer mais que a superação da desilusão, é necessário auto-superação, o entendimento, o "deixar ir" com o vento do tempo.
O medo e a insegurança acorrentam os pés ao chão, vendam os olhos, nos deixam vazios por dentro. Como se não se tivesse mais nada a oferecer, a não ser estações passageiras.


"Well, everybody hurts

Sometimes, everybody cries

And everybody hurts, sometimes

But everybody hurts, sometimes

So hold on"

sábado, 10 de abril de 2010

O Meu Amor

"O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos
Lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu?
E ele é meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz."


(Chico Buarque)

Vem!

 Vem, que eu sinto falta do teu beijo. Vem, que eu não sei viver sem teu abraço. Vem, porque eu não me acostumo com essa distância. Vem, que eu quero te saborear inteiro. Vem, porque nada é mais forte que esse amor dentro de mim.

Vem, alimenta meus sonhos. Alimenta meus dias, sê o meu sol, minha lua, meu farol, meu ombro amigo, meu porto seguro. Vem, que somente contigo eu sou feliz. Vem, que a sensação de não te ter, mesmo que por um só segundo, me machuca e me corrói inteira. Vem, que com teu amor sou mais humana, mais mulher, mais viva, mais feliz, mais completa.

Vem, a nossa música nos espera. A minha cama nos espera, o meu coração te espera fazendo batucada dentro do peito. Vem, que o meu amor te cuida. Vem, que ele sabe exatamente o teu jeito, sabe o que somos e tudo que ainda podemos ser. Vem, porque a poesia se esgota, e não há mais músicas para cantar tanta saudade, sonetos já não restam para declamar tanto amor e peito já não há para aguentar a força dessa falta que se debate no meu peito.

Vem, pois já não sei mais o que dizer. O tum-tum descompassado do meu coração só tem uma possível tradução: vem logo, tô te esperando!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

É Amanhã

É amanhã que eu vou explodir. Hoje tô sentindo como um copo praticamente transbordado, então acho que amanhã é o dia. Dia que eu vou mandar todo mundo a merda, ter um surto e desatinar a chorar. É amanhã que eu vou dar na cara de alguém, quebrar alguma louça na parede e rasgar alguns papéis. Tô até vendo que amanhã é o dia. Tô sentindo e, o melhor de tudo, tô avisando.
Que ninguém se atravesse na minha frente. Que ninguém ouse passar por mim. Porque amanhã será o dia.

E só não o será se um milagre bem grande acontecer, ou um meteoro bem grande cair ou se eu me afogar numa xícara gigante de chá com calmante.

E não venham dizer que eu não avisei!

Vida Tacanha!

"Nessa terra a dor é grande
A ambição pequena
Carnaval e futebol
Quem não finge
Quem não mente
Quem mais goza e pena
É que serve de farol...

 (...)
Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita
Nada de novo ao luar
Todo mundo quer saber
Com quem você se deita
Nada pode prosperar..."
(A luz de Tieta - Caetano Veloso)


terça-feira, 6 de abril de 2010

Amor Concreto


Toda relação tem, em algum lugar da sua rotina, um ponto mágico. Esse ponto mágico é a personificação do amor. É onde o amor deixa de ser classificado como abstrato e passa a ser sentido como se estivesse fisicamente presente. Toda relação tem esse momento, onde o amor dá as mãos aos namorados e faz a relação parecer mais deliciosa do que em qualquer outro. Para mim, a personificação do amor não está no beijo nem no sexo, e sim em algo peculiar que só o casal saiba ou faça. Na minha, o amor se torna concreto no momento que entramos no quarto, colocamos uma coletânea de músicas antigas e dançamos juntos. Não existe, no nosso namoro, nenhum momento mais mágico do que aquelas danças no meio do quarto. Ali o amor nos dá as mãos e dança entre nós.
Toda relação tem seu ponto mágico e ele não se encontra nas coisas comuns a todos os relacionamentos - este brilho está em algum lugar escondido, um beijo que só ele dá, um carinho que só ela faz. Pode ser correr na praia, pode ser andar de bicicleta, pode ser observar ele dormindo, pode ser o café da manhã que ela traz, pode ser o gosto que a boca dele fica com o café, pode ser o jeito que só ela sabe de dar as mãos. É aquele minutinho sublime em que o amor é saboreado como um sorvete de frutas. Onde o amor deixa de ser abstração, de estar somente no coração, para estar presente em todo o ambiente envolvendo os namorados. É onde o amor pode ser mensurado, sentido, vivido. É nesse momento que sabemos que o amor é de verdade, que ele é muito mais que o abstrato. O amor é um substantivo concreto.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Que bom que não é hoje


De repente é como se eu tivesse parado no meio do caminho. Eu não sei se faltou combustível ou se existiam muitas bifurcações adiante. Eu só sinto que parei.
Alguém me fez lembrar de como eu era quando ainda sonhava acordada com minhas histórias, com meus desenhos, com a minha vida. Eu não sei em que momento eu deixei essa rotina exaustiva me dominar. Eu simplesmente esqueci-me de como eu era talentosa. Talvez, com a sensação de não lembrar, eu não me daria conta do quanto tinha realmente perdido esse tempo todo. Eu fechei meus olhos para a minha velha alma de artista. E me dar conta disso parece que mexeu lá dentro com as minhas emoções.
Eu não sei decidir ainda o que eu quero ser. E por enquanto eu fico feliz que esse dia não tem que ser exatamente hoje. Em algum momento eu terei que definir o que eu vou fazer do meu talento e do meu sonho de salvar pessoas. Será que eles vão conseguir andar juntos? E será que fazendo a diferença na vida das pessoas eu vou verdadeiramente fazer na minha? Eu queria despertar a velha menina de cachos na cachola que parece adormecida no meio das obrigações, do medo, das incertezas. Que se esqueceu das coisas valiosas da vida, como felicidade e satisfação. Quem sabe ela quando acordar poderá me ajudar a resgatar os meus velhos sonhos, os meus velhos desejos.
Eu sempre senti que iria fazer algo grande de minha vida, não me parecia pretensão, na época. É como aquela sensação que você vai ser pego quando faz algo errado, ou como aquele frio na barriga quando vai dar seu primeiro beijo. Você só sabe como vai ser, mesmo sem saber. Eu não diria que é o meu destino, mas uma voz dentro de mim me gritava que nada ia ser em vão. Eu só quero ouvir essa voz de novo e saber que caminho tomar e ter certeza de que é o certo. Mas por enquanto, fico feliz que esse dia não é hoje.

Na minha época...

Na minha época, cds eram para ser ouvidos e livros para serem lidos. As músicas eram ouvidas por vontade, e não para ostentar um gosto musical digno de exibição. Os livros eram carregados para serem lidos pelo caminho, e não para servirem como um enfeite e nunca serem abertos. Os que usavam all-star não eram chamados de emo, os que frequentavam bibliotecas o faziam por gosto, não para serem chamados de intelctuais. Cds eram empilhados em estantes, não amontoados em pastas num disco rígido de computador. As unhas não precisavam estar bem feitas, as roupas eram demonstrações de personalidade, não demonstrações de poder aquisitivo. As pessoas mostravam os dentes não para morder, mas para sorrir. Na minha época, se ouvia e se dançava É O Tchan e se passava muito bem, obrigada.

Hoje resolvi escrever sobre isso porque me peguei no meio de uma discussão sobre o que era ser 'cult'. E fulano deu um manual de como atingir esse status (?). E na minha época, música boa ou ruim não tinha rótulos. Na minha época, dava-se bem com aqueles de quem se gostava e não com todo mundo, só por uma questão de popularidade. Na minha época não se falava frases inteligentes só para impressionar os outros. Na minha época, no fim das contas, não se vivia para os outros. Naquela época é que a gente vivia para si mesmo, sem medos nem preconceitos.

Talvez minha época nunca tenha existido ou talvez ela exista e nunca vá acabar. Ou, mais do que nunca, eu tenho a certeza de que vivo num mundinho paralelo. E vou voltar pro meu mundinho, lá onde dá para eu ouvir meu Roberto Carlos sem ser chamada de brega.

Velhas Lembranças


Nunca pensei que fosse sentir isso. Em plena era da informação, do download, do mp3, mp4, mp-sei-lá-quanto, nunca imaginei sentir tamanho prazer descobrindo velhos cds, revirando os armários de velharias, encontrando cds da época do meu pai. Empoeirados, um pouco arranhados mas, ainda assim, cds de verdade. Palpáveis, com a capa assinada "Rubens, 2000" ou "Rubens, 1998". E eu não ouvi na frente do computador, como eu sempre faço, deixando as músicas simplesmente passarem pelos ouvidos sem dar muita importância.

Deitei na cama, chocolate em punhos e coloquei o cd para ouvir, ouvir de verdade, como na época do meu pai. Onde se comprava o álbum, ouvia o álbum e não só uma música arrancada dele. Ouvi um cd inteirinho e, com ele, voltaram a mim lembranças meio em preto e branco da minha infância, talvez tão empoeiradas quanto o cd que as embalava. Memórias dos passeios no velho chevette cinza escuro com o adesivo brilhante do piu-piu no "meu" vidro do carro. Lembranças das idas até o porto, das idas até a praia, do meu maiô azul com bolinhas brancas e uma abelhinha bordada, de quando o pai me acordava com essas músicas, do cheiro de café com o som tocando baixinho quando ele me chamava para o lanche antes da aula. Lembranças que eu nem mesmo pensava que ainda estariam lá. Das vezes que montávamos as pipas, ou que eu subia na bicicleta da barbie e ele me levava, chimarrão no braço. Das vezes que ele ia correr na praia, eu de monark roxa  pedalando ao lado, a nossa cadela correndo junto.

Nunca pensei que eu, tão adepta (e viciada) nesse troço de tecnologia, fosse me sentir tão bem ao deitar e ouvir um cd como a uns anos atrás; nunca pensei também que um cd pudesse me trazer tantas lembranças. E foi só o primeiro, Dire Straits. Encontrei também o cd em italiano do Renato Russo, um do Muddy Waters, B.B.King, James Brown e Joe Cocker e, junto com todos eles, a certeza de que muitas outras noites virão, regadas a chocolate e lembranças em branco e preto, com a mesma força das pipas que voavam na beira da praia. Com a força inexplicável que só a música pode trazer.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Não quero ser apenas a estação
Deixe-me ser só seu
Pra toda noite em que a gente se encontrar
Só haja o sentimento e a tal da lua cheia..."
(Planta e Raiz)

Expectativas

Expectativas podem inspirar, tirar o fôlego e os pés do chão. Mas elas podem, novamente, te derrubar. Talvez eu ainda não esteja pronta para novas quedas. Porém, eu ainda tenho esperança de que um dia, bem próximo, eu darei uma nova chance para passar pelas tão enigmáticas expectativas e quem sabe, dessa vez, valha a pena.

O tal desapego

É muito difícil abrir os braços e deixar ir aquilo que não nos pertence mais. Se desfazer de lembranças, de promessas e de alguns sonhos. É difícil ter que rasgar futuros. Deixar de pensar com posse, com raiva, com qualquer coisa que nos conecte ao outro. É muito difícil praticar o tal do desapego.
Deixar de desejar a presença, o carinho, o passado. Esse tal de desapego é foda. É um esforço diário pra não se sentir o que se sente, é o exercício repetitivo de desejar tudo de bom ao outro, por mais que a vontade seja de espancá-lo até a morte pelo pé na bunda. É um exercício de paciência e persistência. É foda, mas dá pra conseguir.

Livrar-se de um desejo não correspondido, de um amor não amado, de uma dor bem doída. Esse tal de desapego é mostrar o amor a si mesmo mais do que o amor ao outro. É dar valor pro seu umbigo e deixar ir aquilo que não pertence mais. É crer que o melhor está por vir, que a felicidade e o destino só cabem a nós. É crer que nada é por acaso, e que tudo nessa vida valeu a pena.

"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí." (John Lennon)

Vou Deitar e Rolar



"Mas que malandro sou eu
Pra ficar dando colher de chá
Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar

Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar

E agora cadê, cadê você?
Cadê que eu não vejo mais, cadê?
Pois é, quem te viu e quem te vê..."
(Elis Regina)


terça-feira, 30 de março de 2010

Ódio é para os fracos


Só odeia quem não tem a capacidade de fazer melhor. Quem não tem peito pra ter atitude, não tem cara pra dar a tapa, que não tem coragem de falar o que pensa. Odeia quem não consegue confiar no próprio taco, que vive remoendo velharia e enchendo o próprio coração de coisa ruim. Odeia quem não tem capacidade para amar e muito menos para ser amado. Quem odeia admite a superioridade do odiado, demonstra com a cara feia que sente na verdade um ciúme, seja ele da personalidade, do cabelo ou até do dedão do pé do indivíduo. Enche o coração de ódio aquele que não tem amor suficiente para preenchê-lo. Odeia quem é fraco, inseguro e até ridículo. Odeia quem não tem mais o que fazer da vida.
Quem tem amor, carinho e alguma ocupação, deixa de pensar na vida do outro e passa a se ocupar da sua própria. Enxerga suas próprias qualidades, suas felicidades e não precisa viver do resto dos outros. Quem tem sua vida pra cuidar, sabe muito bem que passado é passado e como é ridículo fazer cara feia pra todo mundo que já passou pelo caminho. Quem vive pra si, quem vive de si, não precisa se preocupar tanto com o que o outro faz ou deixa de fazer, sua própria ocupação basta. Quem não precisa odiar é que se satisfaz, que deseja felicidades àqueles que fazem cara feia, que cismam em um ódio idiota por uma razão mais idiota ainda, que não tem sentimentos melhores para jogar para o mundo. Quem odeia é porque não sabe dar nada melhor que isso.

Definitivamente, o ódio é para os fracos.

P.S.- perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Embriagai-vos


Embriagai-vos. É necessário estar sempre bêbedo. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha. Contanto que vos embriagueis. E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.


(Baudelaire)


Deixai

"Deixai que os fatos sejam fatos naturalmente
Sem que sejam forjados para acontecer
Deixai que os olhos vejam os pequenos detalhes
Lentamente deixai que as coisas que lhe circundam
Estejam sempre inertes como móveis
Inofensivos para lhe servir quando for
Preciso e nunca lhe causar danos
Sejam eles morais físicos ou psicológicos"

domingo, 28 de março de 2010

É a Nossa Reação


As decisões que definem o curso da vida devem ser tomadas a longo prazo. Precisam de tempo para serem repensadas e analisadas, como problemas racionais. Pelo menos é o que eles falam. Eu resolvi fazer diferente. A única grande decisão que tomei na minha vida foi num ato de impulsividade extrema. Eu queria muito transformar a minha história. Sentia-me presa dentro de mim mesma. Sem me conhecer realmente. Sem saber do meu potencial, dos meus limites, das minhas fronteiras. Foi por isso que ultrapassei as fronteiras do país. Talvez saindo do meu habitat natural eu viesse a encontrar a verdadeira Liana. Uma parte de mim que estava adormecida e desconhecida, pronta para enfrentar as mais diversas situações. Uma pessoa corajosa e forte. Eu poderia provar para todos e principalmente para mim mesma que eu era mais do que qualquer um podia imaginar, inclusive eu. Eu realmente podia ser dona da minha vida e das minhas decisões.

O que eu não imaginava é que iria ser tão assustador enfrentar as conseqüências desta minha aventura real. Quando tomamos uma decisão absurdamente grande por razões emocionais, quando dizemos o sim em um estado febril, como se estivéssemos drogados a ponto de nos sentirmos extasiados, estamos fora de nós. Se eu tivesse balanceado as dificuldades com os ganhos, o medo tomaria conta da minha insanidade e, por fim, nada teria acontecido. Nada de diferente do planejado, do habitual. Talvez coisa nenhuma realmente aconteça de especial em nossas vidas porque demoramos muito tempo para nos lançarmos e, então, as oportunidades são perdidas.

Eu não sei como minha vida teria sido se eu não tivesse tomado essa única e grandiosa decisão. Várias vezes eu me perguntei por que estava lá e onde estava a parte boa, afinal. Eu percebi que eu teria que merecer tudo que viesse a ganhar. Teria que batalhar duro por cada pequena coisa, por cada troca, por cada presente. Hoje sou um conjunto de lições daquele tempo doloroso, porém, ao mesmo tempo, tão entusiasmante. Sou o que nunca teria sido se não tivesse sido impulsiva. Se não tivesse arriscado. Se não tivesse vivido com todas as minhas forças, com toda a grandeza da minha alma. As coisas realmente acontecem para nós, mas o que importa é a nossa reação.

Aquela decisão me pareceu na época mais como uma salvação. A escolha estava dentro de mim, feita há muito tempo. A escolha pela vida, pela emoção, pelo aprendizado. A escolha por mim. Foi a única vez que eu importava mais do que os outros. Que eu decidi por mim e para mim. Era o que meu coração gritava, só me restava tapar os ouvidos e ouvir.

Somethin' Stupid




"And then I go and spoil it all
By saying somethin' stupid
Like: I love you..."

P.S.- a versão do Sinatra ainda é cem vezes melhor.

sábado, 27 de março de 2010

Sorry


Eu estava cega, garoto. Não tratei você do melhor jeito que podia. Não dei importância. Poderia ter feito tantas coisas, mas por medo, não tentei. Eu nunca tive "tempo". Não mostrei o meu melhor. Poderia ter dado meu coração, você teria cuidado direitinho. Eu nunca disse "que bom que você gosta de mim". Eu deixei você em segundo lugar, sempre. São coisas que vêm e vão na minha cabeça. Essas memórias que marcaram minha vida. Mas eu nunca dei valor. Esperava sempre mais. Sempre alguém diferente. Não quis me prender a você, criar laços, nem intimidades. Não quis que você me conhecesse como eu realmente sou. Fico pensando, e se tivesse?


Diga-me que seu amor sereno e incondicional ainda está lá. Dê-me mais uma chance de mantê-lo satisfeito e feliz.


"you were always on my mind"...

Brigada, Elvis, por me mostrar as palavras certas.

"É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças."

champagne

A vida precisa de mais champagne. Mais momentos de celebração, mais momentos de risada, de felicidade e emoção gratuita, mais momentos de comemorar o nada. Mais momentos de brindar o simples, a espontaneidade, a risada leve e a amizade gostosa. Mais momentos de celebrar a vida.
A vida precisa de mais champagne e eu, certamente, de muito mais. Mais champagne pra lavar a alma, inundar o fígado de álcool e os olhos de brilho. Mais para livrar o corpo de todas as limitações e chatices.
Mais um pouquinho só, faz favor. Pra brindar as amizades. Que nunca se acabem e sejam sempre assim. Tim tim.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Votos de Submissão

Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno…
Use capa de chuva, não quero ter você molhado.
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como minha a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando janeiro.
Nos meses de outono eu varro a sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.
O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda – Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas – Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo total desejo de quimera.
Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.
Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)

Fernanda Young

Balada


"Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Seja antes ou depois
Eterna love song de nós dois..."
(Skank)

p.s.- desse rabisco de letra em folha colorida, de todas as declarações espalhadas pelo quarto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Naquela noite


E lá estavam eles, em um momento que jamais voltaria. A Lua brilhava lá do alto, registrando a cena com um olhar triste. Nenhum deles percebia que lá estava ela, observando atenta, e tampouco reparavam nos outros andarilhos na rua. É como se o mundo tivesse parado de girar, ou era o que eles gostariam que acontecesse.


A mente dela viajava dentre os pensamentos mais angustiantes, enquanto os olhares se entrelaçavam no ar. Com um olhar profundo que ela raramente oferecia a ele, ela queria simplesmente ter força pra dizer que a vida é feita de escolhas. Quando você quer ganhar algo, tem que perder outro. Não havia nada que ela pudesse fazer, a não ser... Bem, perdê-lo. Ela desejava no seu mais puro íntimo tê-lo uma vez mais, se sentir amada assim uma vez mais. É como se houvesse fogo ardesse dentro dela, queimando aos poucos as memórias, o cheiro, os traços daquele rosto que ela sabia que iria marcá-la pro resto de sua vida. Por mais que ela soubesse que mocinhas em romances Shakespearianos abandonariam os planos, as ambições, a família até, ela decidiu ser adulta. Ela não sabia que crescer doía tanto. E ela continuou acorrentada a um amor impossível, um amor fictício, daqueles que ela adorava ler. Viver é outra história. Pode ser realmente muito árduo.

Naquele momento ele não sabia o que estava acontecendo dentro dele. Seu coração estava repartido ao meio, dividido entre as emoções mais fortes, capazes de fazer seu corpo tremer e todo o sofrimento previsto. Muitas juras haviam sido feitas, muita coisa havia sido dita. Palavras fortes, sinceras. A pergunta que pairava no ar era se elas eram intensas o suficiente para serem duradouras. Só o tempo poderia medir. Aquela noite fria de agosto não poderia decifrar quase nada. Ah! O tempo. Muitas vezes ele quis que passasse rápido como uma estrela cadente. O que ele esqueceu é que nós somos estrelas cadentes na vida uns dos outros. Somos todos passageiros, sem rota definida, guiados pelas tentações, pelas oportunidades e pelos interesses.

Eles acreditavam em amor, sim. Mas nenhum deles soube o que fazer com tudo aquilo que sentiam. Preferiram ser personagens coadjuvantes nos seus respectivos livros escritos pela mão do destino.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A Palavra Amigo


Hoje em dia a palavra amigo anda muito desvalorizada. É mais ou menos como o eu te amo. Todo mundo diz te amo, e muitas vezes sem nem parar pra pensar no que tá dizendo. E também agora todo mundo diz que é amigo. Amigo não é aquele que te acompanha na festa, que senta ao teu lado na aula, que te ajuda a estudar na prova, que tira algumas fotos, que divide algumas lembranças. Amigo é muito, muito mais que isso.
Amigo é quem vai segurar tua mão na hora em que tu mais precisar. É quem vai segurar a barra. Amigo não vai sentar ao teu lado só na aula, mas vai caminhar ao teu lado na vida. Ele vai dividir contigo todas as lembranças, toda e qualquer tristeza, a família inteira, o coração. É aquele que sabe tuas manias, que se comunica através do olhar, que não precisa de nenhuma palavra. É aquele que sente junto, que pensa junto, que vive junto. Amigo é aquele que nem o oceano separa, que as cartas fazem chorar, que as vitórias fazem sorrir, que o amor é incondicional. Amigo é aquele que daria tudo e mais um pouco por ti. É aquele que vai estar do teu lado não só nas horas boas, mas principalmente quando os maus momentos chegarem. É quem vai afagar teu cabelo, te oferecer colo, um vinho, umas risadas, uns filmes antigos. É quem vai colar teu coração mil vezes se assim for necessário. Amigo é aquele louco, aquele que talvez não tenha mais ninguém, talvez aquele antipático, talvez aquela mal-humorada, talvez aquele desagradável, e que mesmo com os defeitos será sempre o melhor e mais sincero amigo. Amigo se conta em dedos, não no orkut.
Não digo aos meus colegas que são meus amigos. Todo o cuidado do mundo com essa palavra, que é um título de honra pra quem a tem. É com orgulho que conto alguns nas mãos, e é com ainda mais orgulho que sei que  nunca me decepcionarão. E com orgulho chamo-lhes amigos. É com todo o amor do mundo que dou a vida por eles, por elas, pelas minhas poucas e boas e sinceras amigas. É com toda a força que mantenho essa palavra a salvo dessa banalização. E é pra elas que hoje eu digo outra coisa nada banal: eu amo vocês. 

"Amigo é um amor que nunca morre."

terça-feira, 23 de março de 2010

Love's a Game



"I'm an honest mistake that you made..."


Mesmo sem me identificar com a letra, essa música é irresistível.

O Picadeiro



Porque ter um blog é ter um picadeiro todinho seu. É uma espécie de circo online que cada um pode ter, para mostrar suas caras, ou fingir as caras, ou dar espetáculos, ou divertir ou pintar o rosto e fazer mágica. É um espacinho onde cada um mostra aquilo que deseja, só deixa passar aquilo que lhe convém.  E agora fazer blog é moda, acho que há muito tempo já é moda. Blogs de comédia, que querem divertir os outros ou talvez serem tachados de divertidos. Blogs de mistérios, de contos, de histórias, de vida. Da vida de cada um.
Eu só sei escrever sobre os sentimentos, e não é por acaso que esse espaço tem esse nome. Nesse picadeiro eu me pinto a cada dia de uma cor, de um tom, de um sentimento e compartilho com os outros muito mais do que eu devia. Porque quem faz comédia, diverte; quem conta histórias, encanta; quem escreve sobre si, se expõe. Escrever sempre foi uma paixão, mas é estranho pensar que tantas pessoas que não me conhecem podem ter acesso a esse espaço onde eu abro meu coração, dou piti, faço birra, mostro meu lado mais mal-educado e raivoso e inclusive algumas vezes dando nome aos bois (ou às vacas, claro). Deveria escrever histórias de ficção, e não expor tanto o que eu sinto.
Afinal, todo mundo que quiser pode entrar aqui e ler como eu me sinto hoje. E ontem. E há nove meses atrás. E vai estar tudo aqui, datado, disponível, organizado. O blog é um diário público, é a última fronteira da intimidade sendo ultrapassada, é uma sensação de estanhamento e de especulação constante. É ter a vida do outro datada e documentada a um clique de distância. Parece que todo mundo acessa só para saber da sua vida. Pois saber da vida dos outros é ótimo, diverte e dá audiência. E agora parece que faço parte de um BBB privado, quase igual àquele que eu tanto abomino na televisão. A diferença é que, graças a deus, eu não preciso ficar de biquini o dia inteiro. (Ufa!)

Ilusão


Se o jogo não tivesse acabado
Se eu tivesse apostado todas minhas fichas
Eu teria ficado?
No canto da mesa estaria lá meu cigarro apagado

Como "ela vem e vai facilmente"
Sempre no ato de recomeçar
Sem saber ter um objetivo
Nada poderia decifrar sua mente
Melhor que sua inconstância permanente

Nos ajustes, nos tropeços, nas pegadas,
E se eu tivesse ido até o fim?
Minha alma ainda assim vagaria pelas baladas
Pelo ar do amor dos novos tempos velhos
Eu não saberia ao certo

Se eu deixasse por um minuto de crer
Será que perderia minha oportunidade?
Fazer minha melhor escolha
Dentre tantas as opções dos castelos construídos de ilusões
Eu faria qualquer coisa pra sentir a brisa uma só vez

Talvez em um sonho eu possa encontrar
A verdade que reina sobre o meu pensar
Eu daria tudo para compreender
O que impede o natural de acontecer.





segunda-feira, 22 de março de 2010

Pelo improvável


Eu não sei se é o certo, mas me dei conta que passei minha vida inteira esperando pelo improvável acontecer. De alguma forma, as apostas nas coisas que eu teria menos probabilidade de ganhar eram mais entusiasmantes. Trilhar o caminho para poder alcançar o que eu desejava era a melhor parte, pois não eram meramente as mesmas regras rotineiras, simples e triviais. Elas tinham um toque especial por serem extravagantes. Eu acho que sempre gostei do diferente. Não sei se posso me chamar de descontente com o que me é oferecido. Alguns me chamam de lunática e arrogante. A síndrome do “querer sempre mais”. Em alguma parte de mim está registrado que chamar minha atenção é ao mesmo tempo fácil e raro. Chamar minha atenção durante duas horas, bem comum. Interesso-me por quase tudo ao mesmo tempo. Gosto de tantas coisas que passo o limite do céu. Entretanto, resgatar todo dia meu interesse pelas mesmas coisas e isso apresentar um significado totalmente diferente para mim é tão raro quanto o cometa Halley. E de repente percebi que são as coisas improváveis que me instigam mais. É não saber se vou conseguir apesar de todos os meus empenhos e planos e metas. É exatamente isso, “Eureka!”. Não saber.
Há uma voz em mim a qual me ensina que não existem cenários impossíveis. Nossa capacidade é medida pela fé que temos em nós. Somos tão grandes quanto são os nossos sonhos. Somos tão corajosos quanto são as dificuldades pelas quais passamos e os esforços que realizamos. Somos invencíveis se acreditarmos que somos tão loucos ao ser possível acreditarmos no impossível. Porque são somente aqueles que crêem que têm capacidade de fazer a diferença que realmente fazem.
Deparei-me na vida refletindo sobre as coisas que não deveriam ser do jeito que eram. Que eu não deveria estar ali e, bem, eu estava! Que não chegaria lá e eu cheguei. Concluí duas coisas: uma é que eu não desisti do que realmente balançava comigo, porque somente dessa maneira eu podia me sentir viva a longo prazo. O que me atrapalhava emocionalmente me dava, de certa forma, razão para viver. Eu chamei isso de paixão. Afinal, a paixão é o combustível dos sonhos e os sonhos são o combustível da vida. Pode até parecer pro resto do mundo superficial eu viver de emoção e de sonhos, contudo eu sou feita assim: parte real, parte imaginária. E é tão profundo o meu sonhar que não saberia ser outra. O mais trabalhoso é tentar fazer que minha parte real não desapareça de vez. A outra coisa é não desperdiçar as oportunidades que a vida oferece para darmos partida, seguirmos em frente ou concluirmos o trajeto. Nunca perder uma chance! Pergunte a qualquer pessoa bem sucedida no amor, na vida profissional, enfim, no que lhe provocava êxtase, se ela deixou passar momentos importantes em branco. É preciso garra, fé e esperteza para conquistarmos nosso espaço nesse mundo competitivo e que parece tantas vezes nos empurrar para baixo, nos encurralar em uma rua sem saída. Mas, principalmente, imaginação e paixão para conquistarmos o nosso espaço dentro de nós mesmos.

Alívio Imediato



"Que a chuva caia como uma luva
Um dilúvio um delírio
Que a chuva traga alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga alívio imediato..."

(Engenheiros do Hawaii)

sábado, 20 de março de 2010

O Idiota


Ah, por favor. Tem muita gente querendo pagar de culto por esse mundo. Gente que liga o player do msn pra mostrar pra todos os contatos que tá ouvindo alguma música que diga que bá, esse cara conhece música, mas que desliga quando começa a tocar alguma coisa mais 'bizarra' que tava no aleatório. Gente que vive dizendo que tava estudando, que cita mil autores, mil frases sábias mas que lá no fim, quando muito, sabe o que metade deles disse. Gente que estuda antes da aula pra mostrar pro professor que sabe do que ele tá falando. Gente que chega até ao cúmulo de postar na internet o que vai estudar, qual a matéria, bla bla bla. Que  posa com camiseta legal, frase bonita e não faz porra nenhuma do que diz a frase e que muitas vezes nem sabe quem é e o que fez o cara da camiseta.
Cadê a idiotice, minha gente? Cadê o tempo de ouvir música bem ruim,  ruim de doer o ouvido, dançar pelo quarto, se vestir que nem lixo enquanto varre a casa? Cadê o tempo de não ler nada e se divertir com algum programa da televisão? De dar um tempo pra coluna e parar de andar com cem livros pendurados, só pra mostrar que lê? Cadê a dança pelo meio da rua, o canto alegre, o riso na chuva? Cadê a minha hora de ouvir Roberto Carlos e ser feliz com a minha breguice?
Tem aquele texto tradicionalíssimo que diz que a idiotice é vital e que devemos guardar a nossa seriedade para os momentos em que ela seja realmente necessária, e com ele eu concordo plenamente. A idiotice nada mais é do que o jeito mais sincero de exteriorizar as nossas felicidades, um jeito original de manter a sanidade em meio a esse mundo tão competitivo e entre toda essa gente louca e afetada pelo mal da seriedade excessiva. Tão bom ser um idiota sem culpa, fazer o que tem vontade e não se preocupar com a pose, com o livro, com o vocabulário. Tão bom não se preocupar em ouvir só algum estilo de música na frente dos outros, pra mostrar a inteligência ou sei lá o quê que se tenta mostrar com isso.

Acaba o verdadeiro idiota sendo aquele sério o tempo todo, que não brinca, não pula, não sabe o gosto de uma música porcaria e que não vive, apenas existe. E existe pros outros, pra aparência, pra passar por essa vida se fazendo de intelectual. E viver assim, ah... assim é que é idiota.

Paralamas


"A crueldade de que se é capaz, deixar pra trás os corações partidos


Contra as armas do ciúme tão mortais, a submissão às vezes é um abrigo



Saber amar


Saber deixar alguém te amar



Há quem não veja a onda onde ela está e nada contra o rio.


Todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio."


sexta-feira, 19 de março de 2010

I Want to Break Free




Me libertar das minhas próprias convenções.
Me libertar dos meus medos.
Dos receios.
Das coisas que não fazem bem.
De fazer porque os outros gostam.
Me libertar de mim mesma. Daquelas correntes que eu costumava usar.
Breeeeeeak Free.

P.S.- abençoado seja Freddy Mercury.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Felicidades


Não quero as mesmas formas. Não desejo mais as velhas felicidades, os velhos meios e os velhos hábitos. Não quero estar sempre presa àquela ideia da felicidade que já passou, que já vai passar. Quero felicidade nova a todo instante, e tem que ser contigo! Quero ver por outro ângulo as velhas alegrias, redescobrir velhas felicidades e me livrar de vez dos velhos costumes. Quero novos sorrisos, novos olhares, novos céus e novos mares. Quero novos 'nós'. Quero a cada dia ter um novo alguém dentro da pessoa que amo, quero todas as boas sensações unidas em uma só relação, quero que seja amor-amigo-amante, sem vírgulas nem nada que possa separar os três que existem em nós. Quero a todos juntos em um só.
Quero ser feliz das novas maneiras, pois as velhas eu já conheço e há muito não me fascinam tanto. Quero ser feliz de uma nova forma a cada segundo, a cada hora uma aventura e a cada aventura uma alegria diferente. Quero viver com surpresa, quero viver com emoção, quero viver plena. Quero viver como nos contos de fadas, quero viver como contavam as histórias, olhar de cabeça para baixo pro mesmo céu. Quero ver as estrelas ao contrário, teu sorriso ao contrário, nossa felicidade desmontada, revirada e montada novamente. A cada dia. E com certeza sempre mais bonita.

Quero mil felicidades, mil dias, mil anos. Mas que sejam sempre com o mesmo, o meu um que certamente vale mais de mil!
P.S.- Eu te amo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Changes

 Há um pouco mais de um ano, eu abraçava alguém que não sabia que mudaria a minha vida. Dava tom de brincadeira a todas coisas sérias que me dizia, não dava ouvidos às juras e muito menos às promessas. Eu voltava para a minha cidade tentando me convencer de que nada daquilo havia existido e nem voltaria a acontecer. Há pouco menos de um ano, eu começava a fazer algo "errado". E desse errado se fez o certo.
Pois era impossível considerar como errado algo que me fez sentir tão viva, talvez mais viva do que eu jamais sentirei. Nunca achei errado, nunca me arrependi e acho que nunca me arrependerei. Foi bom demais pra causar remorso, foi bom demais pra causar dor. Algo que me fez sentir como se flutuasse o tempo todo sobre as nuvens, algo que me deixou o coração tão maravilhado e sensível, tão apaixonado. Há um pouco mais de um ano, eu me apaixonei. E nem eu sabia que era aquilo tudo, na verdade até hoje acho que não sei. Alguém que me mostrou o outro lado, um chiclete diferente que eu sempre cito nos meus textos. Foi de verão, e dizem que amor de verão a gente não esquece. Subiu a serra, por mais que nem serra haja  por aqui. Não sei mais o que estou dizendo.

Hoje busquei a música que deletei há pouco menos de um ano, e que não queria ouvir nunca mais. Música ruim, como todas aquelas que embalam os amores de verão. E hoje ela tocou mais do que no som, ela tocou no meu coração. Saudade não daquela pessoa, mas saudade da vida que eu sentia por todos os meus poros, da alegria que eu exalava o tempo todo, da leveza com que eu encarava as coisas.  Sinto a falta daquela sensação que me despertou tanta fantasia, que dividiu comigo tantos planos que nunca irão se realizar, que me chamou para dançar quando as luzes já se acendiam. Sinto falta de um amor que não era o certo, que não me pertencia. Falta de viver, e não apenas de sobreviver. De sentir e de me permitir, mesmo quando o mundo inteiro condenava o que eu fazia. O mais estranho é saber que, mesmo dando na merda que deu, eu voltaria no tempo e faria exatamente a mesma coisa. Não importo que não tenha dado em casamento, que não tenha dado em nada mesmo, só me importa que fui feliz. Ser feliz, no fim das contas, é a única coisa que realmente importa.

O texto ficou uma droga, mas muitas vezes o coração dita e a gente só transcreve. Sem tempo pra rimas, pontuação correta e algumas palavras bonitas. Sem tempo pra entender, só pra voltar a sentir aquela velha sensação. De liberdade, de completude, mesmo que só por um instante.

Não sinto falta do outro, sinto falta de mim mesma. E onde me enfiei eu não sei, já que não me encontro mais.

"Se eu soubesse antes do que sei agora
Erraria tudo exatamente igual..."

Sintomas

Que tipo de médico ou psicanalista ajudaria alguém com uma doença chamada de impulso constante do sonhar acordado excessivo? Qual seria o tratamento?
Uma dose de realidade para começar, duas pílulas de sensatez por dia, um anti-imaginação de duas em duas horas, um banho de sais de monotonia a cada dez dias. E se mesmo assim eu continuasse com os sintomas?
Aí eu jogava tudo pro alto e ficava a toa por aí. De repente eu pintava o céu de rosa e vestia calças largas. Me fingia de normal, com um sorriso ali e outro aqui ao dizer "bom dia" a todos que passassem por mim. Um par de óculos redondos, eu ia caminhando devagar, cantarolando "Lucy in the Sky with Diamonds". Eu ia ser feliz bem assim do jeito que eu sou.

terça-feira, 16 de março de 2010

É tanta confusão


Há tanto em mim pra se descobrir. Há tanto de inquietação que só sobra ansiedade e angústia. Há tanto de amor pra dar, que acabo me esquecendo de como fazer isso. Há tanta loucura no meio da minha sensatez que me perco e me acho, tantas vezes num dia só que me canso. Há essas perguntas malucas dançando e girando dentro da minha cabeça. Eu vivo do mistério, da intuição. Mas me esqueço que as pessoas ainda não sabem ler no escuro!
Eu vivo da imaginação, montando minhas histórias e descartando personagens. Eu sou um lobo solitário. Uma águia que caça de cima. Um bicho esquisito que gosta de emoção, mas procura a tranqüilidade dos dias chuvosos. Que se sente carente, mas que não sabe dar carinho. Que fala pouco, porque desaprendeu as palavras do amor. Eu sou o oposto do inverso. E o contrário do que achava que era antes. Em busca de algo que me valha mais que ouro. A procura do que faça meu sangue ferver no gelo.
É tudo tão fantástico nesse meu mundo interior que não sei por onde entrei e nem sei se há qualquer saída que seja. É tão abstrato tudo isso que sento e caio. Tropeço e vôo a um lugar distante, acabo parando devagar. Reencontro-me em mim mesmo ao me ver nos outros. Eu não tenho nada a oferecer, só minha inconstância e meu jeito maluco. É da leveza dos pensamentos serenos que flutuo livre. E quando a força me puxa pra baixo, me põe os pés na terra molhada. Fico de longe a admirar aquele sonho antigo, marcado na fotografia da mente. Era tão lindo de ver.
Nada, nada é certo. E acabo comprovando que as coisas que eram antes improváveis, estão acontecendo e que o impossível está ao nosso alcance. Porque no final do caminho, é você contra você mesmo em busca do que se chama de equilíbrio no meio de uma grande confusão.

segunda-feira, 15 de março de 2010

I Have a Dream


"I have a dream, a fantasy to help me through reality

And my destination makes it worth the while

Pushing through the darkness still another mile

I believe in angels

Something good in everything I see

I believe in angels

When I know the time is right for me

I’ll cross the stream

I have a dream"


ABBA

A Noite


Como é bom sair pela noite. Saborear a noite, sentir seu cheiro. Não o cheiro dos carros, da poluição, do suor e dos perfumes, da saliva, do trânsito, do sol. Sentir o cheiro da noite pura. Silenciosa e tranquila, apenas com o cheiro do vazio e o sabor das estrelas. O sabor de uma rua vazia, de dançar em frente a um semáforo, de correr pela calçada sem atropelar ninguém, de observar o farol esverdeando, de observar o farol avermelhando. O cheiro da rua só nossa, o gosto mais divertido da solidão. A pontinha amarga do medo na breve alegria de saltitar noite adentro. Ah como é bom sair pela noite. É o misto mais gostoso entre o cheiro do vazio, o sabor da felicidade instantânea e a pitada do medo.

Durante a noite, alguns dormem. Outros saltitam nas ruas tentanto (re)conhecer, entre tanto silêncio, suas próprias vozes. Afinal, nada melhor que a calada da noite para revelar qual delas verdadeiramente nos pertence.

domingo, 14 de março de 2010

Saudades


As pessoas são mesmo insubstituíveis. Cada uma delas tem um capítulo especial em nossas vidas. Marcam nossos corações de maneira singular. Solidificam amizades, paixões, amores. Engrandecem-nos. Tatuam-nos com memórias de tudo mágico que vivemos. E por vezes, essa ausência se torna pesada e dói. Dói tanto que sentimos um vazio, mas um vazio que não tem preenchimento que possa se encaixar. A forma foi jogada fora e ninguém mais conseguirá nos fazer sentir daquela maneira. E o que resta? A saudade. Esse sentimento que, para mim, é o pior.

A saudade gera angústia, raiva, dor, sofrimento. A saudade vem de repente, com uma lembrança da pessoa querida ao ver o mar, fotos, músicas e cheiros. Está escondida em cada traço do nosso viver, em todo detalhe a nossa volta. E quando ela chega, demora a ir embora. Lembramos daqueles que estão conosco agora, porém ela continua lá, incomodando, nos fazendo enxergar que cada um é especial pelos seus encantamentos e que ninguém provoca em nós as mesmas sensações.
É importante valorizar quem trilha o caminho conosco no presente porque eles são essenciais para compartilhar as conquistas e ajudar nas derrotas. Nada é por acaso. As pessoas surgem nos momentos certos. Cada uma com seu perfil, de acordo com a sintonia existente. Nossas atitudes são o reflexo do nosso caráter e de como estamos emocionalmente, então atrairemos pessoas que se identifiquem.
Contudo, aqueles que já passaram, nos deixam buraquinhos no coração. De vez em quando esses buraquinhos são só buraquinhos, mas há dias que se tornam crateras, tão profundas que não enxergamos a luz vinda de cima. Aqueles que moram longe, aqueles que partiram nossos corações, aqueles que deixamos de manter contato, aqueles que a vida quis separar, aqueles que são como irmãos, mas que não podemos mais compartilhar da companhia diária. Partilhamos a nossa história com eles, nosso carinho, nossa admiração. Demos amor, amizade, lealdade. Momentos que gostaríamos de reviver. Intensidades e formar diferentes de amor e cumplicidades.
Eu tenho alguns buracos dos quais me orgulho, porque mostram que eu possuo muitos capítulos escritos. Apesar de virarem crateras e me afundarem em um oceano de desespero, eu não me arrependo. Sofreria tudo de novo ao deixá-los. Choraria tudo de novo por não tê-los mais. Porque ao menos, um dia eu os tive. E eles foram as melhores saudades que eu poderia escolher para carregar dentro do peito.
À todos aqueles que fizeram parte da minha história, reconheço de toda minha alma o quanto foram importantes para mim, para minha formação pessoal , meu aprendizado como ser humano e para minha felicidade. Só tenho a agradecer pelas oportunidades oferecidas pela vida e por ter sabido aproveitá-las ao meu máximo. Pois o que vale disso tudo é que eu também estou tatuada nos corações deles.

sábado, 13 de março de 2010

Papai do Céu


Será que o senhor poderia me fazer um favorzinho? Amanhã, eu queria não acordar com tanto mau humor. Amanhã eu queria não falar dez mil palavrões. Amanhã eu queria não xingar 90% das pessoas que passam por mim durante o dia. Amanhã, seu papai do céu, eu queria enxergar o céu, azul. É, parece que eu só tenho visto o cinza. Amanhã eu quero que tanta gente não deixe de gostar de mim. Amanhã eu quero um pouco mais de simpatia gratuita. Amanhã eu quero tentar ser com todos o que eu sou com uma parcela irrisória de gente. Amanhã eu quero ser gente. Amanhã eu quero não pensar na estupidez do fulano ou na raiva das atitudes dele. Amanhã eu quero brincar de ser humano.
Quero acordar bem, enxergar o azul do céu, ter ouvidos para os pássaros, quero ficar sozinha e recuperar minha paz, quero deixar um pouco de lado um pouco de toda minha intolerância inacabável. Quero fazer alguém feliz amanhã. Quero tentar me fazer feliz. Não quero que o sol se ponha e leve junto com ele meu humor e aquela leveza que eu costumava ter. Não quero mais provocar antipatia em todo mundo. Não quero mais ser indiferente a meio mundo. Quero enxergar as pessoas, enxergar as coisas boas que elas possam ter e poder dar uma chance pras pessoas. Quero também que deem uma chance pra mim.

Eu não sei o que me deixou assim, papai do céu. Eu não sei em que parte do caminho eu me tornei esse monstro. E sinceramente eu não consigo lembrar onde deixei meu coração cair. Só sei que amanhã eu quero viver diferente, nem que depois de amanhã eu vá voltar ao habitual humor ácido e à testa eternamente franzida. Amanhã eu quero sorrir. Amanhã, eu quero só um pouco de paz.

P.S.- e se o senhor puder me trazer um pouco de sono para essa noite, ia ser de grande ajuda.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ajoelha

Não adianta ajoelhar e rezar. Não adianta pedir pra Deus, pro santo, acender vela, prometer peregrinar por cinco quilômetros, jogar rosas no mar, pular sete ondas, escrever metas sem nunca pensar em cumpri-las. Não adianta se matar de prometer, se matar de tanto rezar, encher o saco do anjo pra que ele dê a resposta da prova, pra que ele dê um empurrãozinho só dessa vez que na próxima a gente jura que vai ser diferente. Na próxima a gente continua igual, igualzinho. Rezando, apelando, arregando pra sorte, pro santo, pra qualquer nome que seja. Não adianta procrastinar, não adianta pensar que segurando o livro a gente absorve o que tem dentro dele. Não adianta que o esforço tem que ser nosso. Não tem santo, anjo, deus, vela, macumba, promessa, fitinha do senhor do bonfim que ajude nisso. Cada desafio é nosso, e somente nosso. É cada uma das nossas investidas, que dependem única e exclusivamente da nossa dedicação, do esforço de cada um. é ajoelhar na frente do caderno, é se curvar diante das tarefas, é abdicar de algumas coisas para conquistar as outras que se deseja. É colocar na balança e ver qual o lado nos pesa mais. É ser o conquistador, e não apenas aquele que fica sentado esperando as respostas e os caminhos se abrirem diante dos olhos. É ser alguém de quem se orgulhar. E quem sabe no fim das contas, na hora do vamos ver, na hora do diploma na mão, da aprovação sonhada, da vaga desejada, quem mereça a oferenda sejamos nós mesmos. Talvez um doce, uma rosa, uma vela, uma prece, uma festa, uma caminhada. Pra nós mesmos, os únicos responsáveis pelo desenho do caminho de nossas vidas.

Os únicos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Let somebody in

Said, you want to love
But you don't know how
And you want to feel
But you're not allowed
And you want to cry
But you don't know why
And you want to give
But you're not that kind
When you gonna let somebody in?
You might get hurt just a little bit
When you gonna let somebody in?


Meio Assim

E hoje eu andei tão... Tão revoltada, tão irritada, tão explosiva, tão com vontade de dar com o guarda-chuva na cabeça de um que eu prefiro nem me prolongar muito... Prefiro fazer minha oração, mandar meio mundo pro raio que o parta, mandar desencarnar, mandar pra qualquer lugar. Só vê se sai de mim, encosto brabo! Prefiro dizer que hoje eu tô meio assim, meio assado, meio down, meio ao contrário. Hoje eu tô meio strawberry fields forever.



P.S.- daqui a pouco eu perco o resto da paciência e aí a coisa toda vai descambar de vez.

terça-feira, 9 de março de 2010

Disso eu sei


Às vezes estamos tão acostumados a ganhar que esquecemos o quanto é difícil perder. Somos, por hora, pretensiosos e esquecemo-nos de ajustes. Ah! Eu nem sei mais o que queria dizer. Fico assim, perdida no meio das coisas certas e das erradas. Nessa ânsia de acertar, eu acabo quase sempre errando. Porque talvez seja assim mesmo. No final, talvez eu não seja assim tão diferente.
Só me sinto só. Disso eu sei. Pelo menos por enquanto. Mas eu choro alto, faço escândalo. Não fico quieta mais. Nunca mais. Procuro conflito e olha ele aí. O danado está até sorrindo pra mim. Aquele sorriso maroto de quem sabe o que faz, sabe que pode complicar minha vida.
Será possível se sentir só com tanta gente? É que essa batalha, meu caro, é minha. Nessa e especialmente nessa eu entrei sozinha. Porque sou eu que quero vencer. Ninguém mais. Não tanto. Essa gente toda tem vida. Essa gente toda sabe o que quer. E sabem que vão conseguir. O que importaria se eu perdesse ou se eu ganhasse? Eu já disse. Eu sei! Essa batalha é minha. Você deve estar se perguntando que batalha seria essa. Ah, é a da vida. A dos sonhos. A das realizações. É a do caminho trilhado, do choro engolido, do soco não dado. É a da raiva escondida, do terapeuta maluco, da família desesperada. É a dos amigos companheiros, dos amigos esquecidos, dos deixados de lado. É a das horas perdidas com os livros acoplados, com os olhos cansados e com o gosto do café amargo. É a das manhãs sem fim, dos almoços apressados, das noites mal dormidas. É a da mágoa, da ferida, é quase nada. É a jornada diária do não ter. É do querer. Querer que essa gente me entenda. Que me apóie e até que pense em mim de vez em quando. Querer ser lembrada. Ser mimada. Quero que essa gente me queira bem, que me assista de longe, que torça e que berre.
Apesar de saber que a batalha é minha e que as feridas e as marcas e tudo isso que vem junto pra me deixar cicatrizes pertence somente a mim, eu desejo, se não for pedir muito, um pouquinho de paciência, cuidados e atenção. Desejo que essa gente toda me ensine como ser mais forte que eu mesma, mais corajosa e mais segura.
Eu não sei ainda bem ao certo o que eu quero. É esse misto de emoção que me deixa assim, no meio da neblina. Por enquanto vou jogando fora o que eu não quero. Eu não quero que essa gente sinta pena de mim. Disso eu sei.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulheres


Para todas as mulheres, flores. Para todas, o desejo de felicidade, de igualdade, de respeito, de carinho, amor, paz e atenção que merecemos. Para todas aquela vontade inesgotável de conquistar, de mudar, aquela força imensurável, aquele desejo incomparável. Para todas as mulheres, a possibilidade de se realizar em todos os sentidos da vida. Para todas as mulheres o presente, que muitas vezes mais parece cruz, de ser mulher.
Feliz Dia da Mulher!


Sem mais delongas, porque o sono é imenso e mal me aguento em pé.

domingo, 7 de março de 2010

Viver de Saudades



Morrer de saudades, muita gente sabe como é. O que pouca gente sabe é a sensação de viver de saudades. Morrer de saudades é ter aquele alguém, que se tem sempre por perto, distante por algum momento. Viver de saudades é aprender a conviver com aquela distância que não é temporária. Viver de saudades é saber exatamente como uma semana inteira demora a passar. É saber também que o sábado ao lado daquele alguém vai passar voando. Viver de saudades é aprender a lidar com o tempo.
É se intoxicar de felicidade uma vez na semana ou a cada quinze dias ou até mesmo uma vez ao mês, e administrar essa superdosagem para que dure até o próximo encontro. É tornar-se, mais do que nunca, adepto dos meios de comunicação. É controlar o ciúme e os medos. É entender o outro pelas frases, é aprender a comunicar-se sem o olhar. É aprender a amar sem tocar.
Viver de saudades nem sempre é fácil. É não ter um carinho na hora em que se precisa, é não ter a presença numa tarde chuvosa de segunda, é não ter aquele beijo tão desejado. Mas viver de saudades é muito mais que isso. É provar a si mesmo e ao outro que o amor é ainda maior: é superar o tempo, a saudade, a distância. É manejar o tempo e fazê-lo a seu favor. É encontrar no outro, mesmo distante quantos forem os quilômetros, uma ligação direta e imediata com seu coração. É ter certeza dos sentimentos, da sua intensidade e força. É poder sentir, mesmo por webcam, ser completo o tempo inteiro.


P.S.- por seis meses de inúmeros sessenta quilômetros que pouco importam na highway do nosso amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Devaneio da Madrugada - Mulheres

Se a mulher trai, não presta; se não trai, é porque é muito boba para aturar as safadezas do companheiro. Se a mulher chega no homem, é fácil; se não chega, é porque tá fazendo charme. Se transa no primeiro encontro, é vagabunda; se não transa, tá fazendo charme. Se a mulher fica com o homem da outra, é biscate; se não fica, é biscate do mesmo jeito. Se a mulher liga, não vale nada; se não atende, é porque tá fazendo charme. 


O que me preocupa não são os homens que rotulam as mulheres dessa maneira, e sim as mulheres que ainda hoje têm a ousadia de continuar com esta postura ridícula. Ela era solteira, ele era teu namorado, ele te traiu? POR QUE RAIOS a culpa tem que ser da mulher se o sem vergonha foi ele, que foi correndo para a outra? Se hoje em dia se prega tanto o lema da igualdade entre os sexos, qual é o problema quando alguma mulher quer transar na primeira noite? E qual o problema se ela quiser fazer isso sem compromisso?
Mulheres não acreditam que todas as outras mulheres que já ficaram com os seus respectivos não os amam de paixão e não desejam tirá-los delas. Mulheres não acreditam que a culpa seja do homem que diz lhe amar - a culpa é sempre de alguma bruxa linda e com a poção mágica que fez o amado se encantar em três dias. Mulheres muitas vezes agem assim porque é mais fácil. É muito mais fácil culpar a mulher, que muitas vezes nem sabia que o homem tinha uma 'dona', é muito mais fácil olhar torto para ela e continuar vivendo junto com ele, como se nada daquilo tivesse acontecido.

Mulheres não acreditam que a culpa não é delas.
Se ele te traiu, se te desrespeitou, se te humilhou, se não te faz feliz, larga o trem sem medo de ser feliz. A culpa não é tua. Pode parecer difícil, mas eu garanto que é superável. Outros dias vêm, outros trens partem, a estação enche novamente e no banco ao lado podemos encontrar aquele viajante que vá merecer a fidelidade do coração e do pensamento.



P.S.- Sinceramente, dos anos cinquenta pra cá a única diferença que eu vejo é o comprimento da saia. Porque a burrice feminina continua exatamente a mesma.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Better Days

"And it's someplace simple where we could live

And something only you can give

And thats faith and trust and peace while we're alive

And the one poor child that saved this world

And there's 10 million more who probably could

If we all just stopped and said a prayer for them

So take these words

And sing out loud

Cuz everyone is forgiven now

Cuz tonight's the night the world begins again"

É pra sentir, sentindo


Hoje aprendi uma coisa. Alguém, além de me dizer, me mostrou que “sentimentos bons a gente não precisa entender, só precisa sentir”. Com essas palavras e com os gestos mais singelos me fez enxergar diferente. Fez-me ver que perdi tempo, perdi as contas de quantas vezes tentei transformar em palavras o que sentia, mesmo quando era bom. Ou principalmente quando era. E para quê? Para me convencer? “Para entender, por quê?” Ele riu. Faria com que sentisse mais? Com que sonhasse mais? Com que voltasse atrás? Não. É essa mania estranha que tenho de fazer de conta que tudo fica mais simples, mais visível quando eu digo, quando eu leio.

“Mas sentimento bom é para se sentir e não para entender.” Ele lembrou. Por querer entender, pensamos e bolamos razões e estratégias para agirmos de tal forma, para estarmos ali, para ficarmos assim. E então, perdemos tempo de sentir. Perdemos momentos. Perdemos vida.

Se os sentimentos não são bons é um sinal vermelho. Motivo para que mudemos algo a nossa volta que está errado e, sobretudo internamente. Mas se os sentimentos são bons, se estamos felizes, se estamos em paz e tudo gira de acordo com a nossa órbita, sinal verde. Sigamos em frente. Não há nada o que temer. Deixemos que os dias se tornem mais quentes, que as flores fiquem mais perfumadas e as conversas mais interessantes. Não nos sintamos ameaçados por não saber explicar. Nada é constante, pois as mudanças são a visita da verdade em nossos corações. Por isso, nos reajustemos às modificações que ocorrem e tiremos o melhor das situações. Aprendamos a sentir mais. A nos deixarmos levar pela emoção. Há certas eras que demoram a chegar novamente. Aproveitemos o coração bater mais veloz, os olhos brilharem e até o frio na barriga. Sem se programar, sem se render. Só deixando a emoção reinar. A cabeça está de férias!

Você Foi


 Você foi chuva, foi sol. Foi beijo na beira da praia, cachorro aos pés. Foi o jogo na casa do amigo. Foi o beijo proibido, escondido, culpado. Foi o cheiro do edredon. Foi o encontro das mãos por baixo da mesa. Foi o primeiro dia de aula, aquele sorriso bonito. Foi o cheiro de um chiclete estranho. Foi a companhia daqueles amigos estranhos. Foi a vontade. Foi a mentira. Foi verdade.

Você foi choro. Você foi música, foi poesia, exaltação e felicidade. Foi eterno enquanto durou. Foi quatro anos de tortura. Foi um ano de mentira a mim mesma. Foi meio ano de rendição. Você foi o maior prazer, a amizade mais sincera, o número mais bonito. Você foi meu sete, meu guia, meu fiel companheiro. Foi minha primeira luz, quem me ensinou a andar, foi a irmã pequena, foi o pai que se foi. Foi a carta de despedida. Foi todos e não foi ninguém. Foi cada dia de alegria. Foi o sol nascendo na beira do cais. Foi uma garrafa de vinho. Foi uma letra. Foi, ainda é e sempre será.

Foi mãe, pai, irmã, amigo, amor e amante; foi amor em todas as formas.
Amor sem sujeito definido, sem gênero e somente com plural: vocês foram o amor para mim.





"Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...."
(Outra Vez - Roberto Carlos)

terça-feira, 2 de março de 2010

A Frustração

Pra curar essa frustração, vou vestir uma saia. Vou mostrar as pernas, caminhar pela rua, sorrir no sol, pintar as unhas de vermelho, tomar um sorvete, encarar o ônibus e ir pra faculdade. Vou chegar lá e vou lembrar daquela frustração. E vou voltar, comer um lanche, beber um vinho e ouvir música. Vou chorar. Vou dividir e tentar fazer com que alguém entenda. Vou tentar fazer com que eu mesma me entendo. Vou tentar que, entre um gole e outro, a solução apareça como o coelho na cartola do mágico. Vou esperar que eu pare de me engasgar para encontrar uma solução. Vou tomar uma atitude, mas só amanhã. Hoje só o que eu vou tomar é o meu vinho. Ao som da coisa mais triste que eu encontrar pra ouvir. E amanhã, se tudo der certo, eu volto à programação habitual.

segunda-feira, 1 de março de 2010

I See You, You See Me



Me apaixonei por essa música, pelo clipe, pela letra. Não sei porque ela significou tanto assim, mas passei cantarolando o dia todo. E como não tenho nada pra compartilhar hoje, fica aqui só a minha dica de música.
Ah, e o clipe também vale a pena, é lindo. (Clica aqui pra assistir)

"And it looks like
I feel this something
Rising, rising in my veins
Looks like it's happened again..."