segunda-feira, 22 de março de 2010

Pelo improvável


Eu não sei se é o certo, mas me dei conta que passei minha vida inteira esperando pelo improvável acontecer. De alguma forma, as apostas nas coisas que eu teria menos probabilidade de ganhar eram mais entusiasmantes. Trilhar o caminho para poder alcançar o que eu desejava era a melhor parte, pois não eram meramente as mesmas regras rotineiras, simples e triviais. Elas tinham um toque especial por serem extravagantes. Eu acho que sempre gostei do diferente. Não sei se posso me chamar de descontente com o que me é oferecido. Alguns me chamam de lunática e arrogante. A síndrome do “querer sempre mais”. Em alguma parte de mim está registrado que chamar minha atenção é ao mesmo tempo fácil e raro. Chamar minha atenção durante duas horas, bem comum. Interesso-me por quase tudo ao mesmo tempo. Gosto de tantas coisas que passo o limite do céu. Entretanto, resgatar todo dia meu interesse pelas mesmas coisas e isso apresentar um significado totalmente diferente para mim é tão raro quanto o cometa Halley. E de repente percebi que são as coisas improváveis que me instigam mais. É não saber se vou conseguir apesar de todos os meus empenhos e planos e metas. É exatamente isso, “Eureka!”. Não saber.
Há uma voz em mim a qual me ensina que não existem cenários impossíveis. Nossa capacidade é medida pela fé que temos em nós. Somos tão grandes quanto são os nossos sonhos. Somos tão corajosos quanto são as dificuldades pelas quais passamos e os esforços que realizamos. Somos invencíveis se acreditarmos que somos tão loucos ao ser possível acreditarmos no impossível. Porque são somente aqueles que crêem que têm capacidade de fazer a diferença que realmente fazem.
Deparei-me na vida refletindo sobre as coisas que não deveriam ser do jeito que eram. Que eu não deveria estar ali e, bem, eu estava! Que não chegaria lá e eu cheguei. Concluí duas coisas: uma é que eu não desisti do que realmente balançava comigo, porque somente dessa maneira eu podia me sentir viva a longo prazo. O que me atrapalhava emocionalmente me dava, de certa forma, razão para viver. Eu chamei isso de paixão. Afinal, a paixão é o combustível dos sonhos e os sonhos são o combustível da vida. Pode até parecer pro resto do mundo superficial eu viver de emoção e de sonhos, contudo eu sou feita assim: parte real, parte imaginária. E é tão profundo o meu sonhar que não saberia ser outra. O mais trabalhoso é tentar fazer que minha parte real não desapareça de vez. A outra coisa é não desperdiçar as oportunidades que a vida oferece para darmos partida, seguirmos em frente ou concluirmos o trajeto. Nunca perder uma chance! Pergunte a qualquer pessoa bem sucedida no amor, na vida profissional, enfim, no que lhe provocava êxtase, se ela deixou passar momentos importantes em branco. É preciso garra, fé e esperteza para conquistarmos nosso espaço nesse mundo competitivo e que parece tantas vezes nos empurrar para baixo, nos encurralar em uma rua sem saída. Mas, principalmente, imaginação e paixão para conquistarmos o nosso espaço dentro de nós mesmos.

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