segunda-feira, 29 de março de 2010

Embriagai-vos


Embriagai-vos. É necessário estar sempre bêbedo. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha. Contanto que vos embriagueis. E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.


(Baudelaire)


Deixai

"Deixai que os fatos sejam fatos naturalmente
Sem que sejam forjados para acontecer
Deixai que os olhos vejam os pequenos detalhes
Lentamente deixai que as coisas que lhe circundam
Estejam sempre inertes como móveis
Inofensivos para lhe servir quando for
Preciso e nunca lhe causar danos
Sejam eles morais físicos ou psicológicos"

domingo, 28 de março de 2010

É a Nossa Reação


As decisões que definem o curso da vida devem ser tomadas a longo prazo. Precisam de tempo para serem repensadas e analisadas, como problemas racionais. Pelo menos é o que eles falam. Eu resolvi fazer diferente. A única grande decisão que tomei na minha vida foi num ato de impulsividade extrema. Eu queria muito transformar a minha história. Sentia-me presa dentro de mim mesma. Sem me conhecer realmente. Sem saber do meu potencial, dos meus limites, das minhas fronteiras. Foi por isso que ultrapassei as fronteiras do país. Talvez saindo do meu habitat natural eu viesse a encontrar a verdadeira Liana. Uma parte de mim que estava adormecida e desconhecida, pronta para enfrentar as mais diversas situações. Uma pessoa corajosa e forte. Eu poderia provar para todos e principalmente para mim mesma que eu era mais do que qualquer um podia imaginar, inclusive eu. Eu realmente podia ser dona da minha vida e das minhas decisões.

O que eu não imaginava é que iria ser tão assustador enfrentar as conseqüências desta minha aventura real. Quando tomamos uma decisão absurdamente grande por razões emocionais, quando dizemos o sim em um estado febril, como se estivéssemos drogados a ponto de nos sentirmos extasiados, estamos fora de nós. Se eu tivesse balanceado as dificuldades com os ganhos, o medo tomaria conta da minha insanidade e, por fim, nada teria acontecido. Nada de diferente do planejado, do habitual. Talvez coisa nenhuma realmente aconteça de especial em nossas vidas porque demoramos muito tempo para nos lançarmos e, então, as oportunidades são perdidas.

Eu não sei como minha vida teria sido se eu não tivesse tomado essa única e grandiosa decisão. Várias vezes eu me perguntei por que estava lá e onde estava a parte boa, afinal. Eu percebi que eu teria que merecer tudo que viesse a ganhar. Teria que batalhar duro por cada pequena coisa, por cada troca, por cada presente. Hoje sou um conjunto de lições daquele tempo doloroso, porém, ao mesmo tempo, tão entusiasmante. Sou o que nunca teria sido se não tivesse sido impulsiva. Se não tivesse arriscado. Se não tivesse vivido com todas as minhas forças, com toda a grandeza da minha alma. As coisas realmente acontecem para nós, mas o que importa é a nossa reação.

Aquela decisão me pareceu na época mais como uma salvação. A escolha estava dentro de mim, feita há muito tempo. A escolha pela vida, pela emoção, pelo aprendizado. A escolha por mim. Foi a única vez que eu importava mais do que os outros. Que eu decidi por mim e para mim. Era o que meu coração gritava, só me restava tapar os ouvidos e ouvir.

Somethin' Stupid




"And then I go and spoil it all
By saying somethin' stupid
Like: I love you..."

P.S.- a versão do Sinatra ainda é cem vezes melhor.

sábado, 27 de março de 2010

Sorry


Eu estava cega, garoto. Não tratei você do melhor jeito que podia. Não dei importância. Poderia ter feito tantas coisas, mas por medo, não tentei. Eu nunca tive "tempo". Não mostrei o meu melhor. Poderia ter dado meu coração, você teria cuidado direitinho. Eu nunca disse "que bom que você gosta de mim". Eu deixei você em segundo lugar, sempre. São coisas que vêm e vão na minha cabeça. Essas memórias que marcaram minha vida. Mas eu nunca dei valor. Esperava sempre mais. Sempre alguém diferente. Não quis me prender a você, criar laços, nem intimidades. Não quis que você me conhecesse como eu realmente sou. Fico pensando, e se tivesse?


Diga-me que seu amor sereno e incondicional ainda está lá. Dê-me mais uma chance de mantê-lo satisfeito e feliz.


"you were always on my mind"...

Brigada, Elvis, por me mostrar as palavras certas.

"É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças."

champagne

A vida precisa de mais champagne. Mais momentos de celebração, mais momentos de risada, de felicidade e emoção gratuita, mais momentos de comemorar o nada. Mais momentos de brindar o simples, a espontaneidade, a risada leve e a amizade gostosa. Mais momentos de celebrar a vida.
A vida precisa de mais champagne e eu, certamente, de muito mais. Mais champagne pra lavar a alma, inundar o fígado de álcool e os olhos de brilho. Mais para livrar o corpo de todas as limitações e chatices.
Mais um pouquinho só, faz favor. Pra brindar as amizades. Que nunca se acabem e sejam sempre assim. Tim tim.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Votos de Submissão

Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno…
Use capa de chuva, não quero ter você molhado.
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como minha a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando janeiro.
Nos meses de outono eu varro a sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.
O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda – Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas – Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo total desejo de quimera.
Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.
Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)

Fernanda Young

Balada


"Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Seja antes ou depois
Eterna love song de nós dois..."
(Skank)

p.s.- desse rabisco de letra em folha colorida, de todas as declarações espalhadas pelo quarto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Naquela noite


E lá estavam eles, em um momento que jamais voltaria. A Lua brilhava lá do alto, registrando a cena com um olhar triste. Nenhum deles percebia que lá estava ela, observando atenta, e tampouco reparavam nos outros andarilhos na rua. É como se o mundo tivesse parado de girar, ou era o que eles gostariam que acontecesse.


A mente dela viajava dentre os pensamentos mais angustiantes, enquanto os olhares se entrelaçavam no ar. Com um olhar profundo que ela raramente oferecia a ele, ela queria simplesmente ter força pra dizer que a vida é feita de escolhas. Quando você quer ganhar algo, tem que perder outro. Não havia nada que ela pudesse fazer, a não ser... Bem, perdê-lo. Ela desejava no seu mais puro íntimo tê-lo uma vez mais, se sentir amada assim uma vez mais. É como se houvesse fogo ardesse dentro dela, queimando aos poucos as memórias, o cheiro, os traços daquele rosto que ela sabia que iria marcá-la pro resto de sua vida. Por mais que ela soubesse que mocinhas em romances Shakespearianos abandonariam os planos, as ambições, a família até, ela decidiu ser adulta. Ela não sabia que crescer doía tanto. E ela continuou acorrentada a um amor impossível, um amor fictício, daqueles que ela adorava ler. Viver é outra história. Pode ser realmente muito árduo.

Naquele momento ele não sabia o que estava acontecendo dentro dele. Seu coração estava repartido ao meio, dividido entre as emoções mais fortes, capazes de fazer seu corpo tremer e todo o sofrimento previsto. Muitas juras haviam sido feitas, muita coisa havia sido dita. Palavras fortes, sinceras. A pergunta que pairava no ar era se elas eram intensas o suficiente para serem duradouras. Só o tempo poderia medir. Aquela noite fria de agosto não poderia decifrar quase nada. Ah! O tempo. Muitas vezes ele quis que passasse rápido como uma estrela cadente. O que ele esqueceu é que nós somos estrelas cadentes na vida uns dos outros. Somos todos passageiros, sem rota definida, guiados pelas tentações, pelas oportunidades e pelos interesses.

Eles acreditavam em amor, sim. Mas nenhum deles soube o que fazer com tudo aquilo que sentiam. Preferiram ser personagens coadjuvantes nos seus respectivos livros escritos pela mão do destino.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A Palavra Amigo


Hoje em dia a palavra amigo anda muito desvalorizada. É mais ou menos como o eu te amo. Todo mundo diz te amo, e muitas vezes sem nem parar pra pensar no que tá dizendo. E também agora todo mundo diz que é amigo. Amigo não é aquele que te acompanha na festa, que senta ao teu lado na aula, que te ajuda a estudar na prova, que tira algumas fotos, que divide algumas lembranças. Amigo é muito, muito mais que isso.
Amigo é quem vai segurar tua mão na hora em que tu mais precisar. É quem vai segurar a barra. Amigo não vai sentar ao teu lado só na aula, mas vai caminhar ao teu lado na vida. Ele vai dividir contigo todas as lembranças, toda e qualquer tristeza, a família inteira, o coração. É aquele que sabe tuas manias, que se comunica através do olhar, que não precisa de nenhuma palavra. É aquele que sente junto, que pensa junto, que vive junto. Amigo é aquele que nem o oceano separa, que as cartas fazem chorar, que as vitórias fazem sorrir, que o amor é incondicional. Amigo é aquele que daria tudo e mais um pouco por ti. É aquele que vai estar do teu lado não só nas horas boas, mas principalmente quando os maus momentos chegarem. É quem vai afagar teu cabelo, te oferecer colo, um vinho, umas risadas, uns filmes antigos. É quem vai colar teu coração mil vezes se assim for necessário. Amigo é aquele louco, aquele que talvez não tenha mais ninguém, talvez aquele antipático, talvez aquela mal-humorada, talvez aquele desagradável, e que mesmo com os defeitos será sempre o melhor e mais sincero amigo. Amigo se conta em dedos, não no orkut.
Não digo aos meus colegas que são meus amigos. Todo o cuidado do mundo com essa palavra, que é um título de honra pra quem a tem. É com orgulho que conto alguns nas mãos, e é com ainda mais orgulho que sei que  nunca me decepcionarão. E com orgulho chamo-lhes amigos. É com todo o amor do mundo que dou a vida por eles, por elas, pelas minhas poucas e boas e sinceras amigas. É com toda a força que mantenho essa palavra a salvo dessa banalização. E é pra elas que hoje eu digo outra coisa nada banal: eu amo vocês. 

"Amigo é um amor que nunca morre."

terça-feira, 23 de março de 2010

Love's a Game



"I'm an honest mistake that you made..."


Mesmo sem me identificar com a letra, essa música é irresistível.

O Picadeiro



Porque ter um blog é ter um picadeiro todinho seu. É uma espécie de circo online que cada um pode ter, para mostrar suas caras, ou fingir as caras, ou dar espetáculos, ou divertir ou pintar o rosto e fazer mágica. É um espacinho onde cada um mostra aquilo que deseja, só deixa passar aquilo que lhe convém.  E agora fazer blog é moda, acho que há muito tempo já é moda. Blogs de comédia, que querem divertir os outros ou talvez serem tachados de divertidos. Blogs de mistérios, de contos, de histórias, de vida. Da vida de cada um.
Eu só sei escrever sobre os sentimentos, e não é por acaso que esse espaço tem esse nome. Nesse picadeiro eu me pinto a cada dia de uma cor, de um tom, de um sentimento e compartilho com os outros muito mais do que eu devia. Porque quem faz comédia, diverte; quem conta histórias, encanta; quem escreve sobre si, se expõe. Escrever sempre foi uma paixão, mas é estranho pensar que tantas pessoas que não me conhecem podem ter acesso a esse espaço onde eu abro meu coração, dou piti, faço birra, mostro meu lado mais mal-educado e raivoso e inclusive algumas vezes dando nome aos bois (ou às vacas, claro). Deveria escrever histórias de ficção, e não expor tanto o que eu sinto.
Afinal, todo mundo que quiser pode entrar aqui e ler como eu me sinto hoje. E ontem. E há nove meses atrás. E vai estar tudo aqui, datado, disponível, organizado. O blog é um diário público, é a última fronteira da intimidade sendo ultrapassada, é uma sensação de estanhamento e de especulação constante. É ter a vida do outro datada e documentada a um clique de distância. Parece que todo mundo acessa só para saber da sua vida. Pois saber da vida dos outros é ótimo, diverte e dá audiência. E agora parece que faço parte de um BBB privado, quase igual àquele que eu tanto abomino na televisão. A diferença é que, graças a deus, eu não preciso ficar de biquini o dia inteiro. (Ufa!)

Ilusão


Se o jogo não tivesse acabado
Se eu tivesse apostado todas minhas fichas
Eu teria ficado?
No canto da mesa estaria lá meu cigarro apagado

Como "ela vem e vai facilmente"
Sempre no ato de recomeçar
Sem saber ter um objetivo
Nada poderia decifrar sua mente
Melhor que sua inconstância permanente

Nos ajustes, nos tropeços, nas pegadas,
E se eu tivesse ido até o fim?
Minha alma ainda assim vagaria pelas baladas
Pelo ar do amor dos novos tempos velhos
Eu não saberia ao certo

Se eu deixasse por um minuto de crer
Será que perderia minha oportunidade?
Fazer minha melhor escolha
Dentre tantas as opções dos castelos construídos de ilusões
Eu faria qualquer coisa pra sentir a brisa uma só vez

Talvez em um sonho eu possa encontrar
A verdade que reina sobre o meu pensar
Eu daria tudo para compreender
O que impede o natural de acontecer.





segunda-feira, 22 de março de 2010

Pelo improvável


Eu não sei se é o certo, mas me dei conta que passei minha vida inteira esperando pelo improvável acontecer. De alguma forma, as apostas nas coisas que eu teria menos probabilidade de ganhar eram mais entusiasmantes. Trilhar o caminho para poder alcançar o que eu desejava era a melhor parte, pois não eram meramente as mesmas regras rotineiras, simples e triviais. Elas tinham um toque especial por serem extravagantes. Eu acho que sempre gostei do diferente. Não sei se posso me chamar de descontente com o que me é oferecido. Alguns me chamam de lunática e arrogante. A síndrome do “querer sempre mais”. Em alguma parte de mim está registrado que chamar minha atenção é ao mesmo tempo fácil e raro. Chamar minha atenção durante duas horas, bem comum. Interesso-me por quase tudo ao mesmo tempo. Gosto de tantas coisas que passo o limite do céu. Entretanto, resgatar todo dia meu interesse pelas mesmas coisas e isso apresentar um significado totalmente diferente para mim é tão raro quanto o cometa Halley. E de repente percebi que são as coisas improváveis que me instigam mais. É não saber se vou conseguir apesar de todos os meus empenhos e planos e metas. É exatamente isso, “Eureka!”. Não saber.
Há uma voz em mim a qual me ensina que não existem cenários impossíveis. Nossa capacidade é medida pela fé que temos em nós. Somos tão grandes quanto são os nossos sonhos. Somos tão corajosos quanto são as dificuldades pelas quais passamos e os esforços que realizamos. Somos invencíveis se acreditarmos que somos tão loucos ao ser possível acreditarmos no impossível. Porque são somente aqueles que crêem que têm capacidade de fazer a diferença que realmente fazem.
Deparei-me na vida refletindo sobre as coisas que não deveriam ser do jeito que eram. Que eu não deveria estar ali e, bem, eu estava! Que não chegaria lá e eu cheguei. Concluí duas coisas: uma é que eu não desisti do que realmente balançava comigo, porque somente dessa maneira eu podia me sentir viva a longo prazo. O que me atrapalhava emocionalmente me dava, de certa forma, razão para viver. Eu chamei isso de paixão. Afinal, a paixão é o combustível dos sonhos e os sonhos são o combustível da vida. Pode até parecer pro resto do mundo superficial eu viver de emoção e de sonhos, contudo eu sou feita assim: parte real, parte imaginária. E é tão profundo o meu sonhar que não saberia ser outra. O mais trabalhoso é tentar fazer que minha parte real não desapareça de vez. A outra coisa é não desperdiçar as oportunidades que a vida oferece para darmos partida, seguirmos em frente ou concluirmos o trajeto. Nunca perder uma chance! Pergunte a qualquer pessoa bem sucedida no amor, na vida profissional, enfim, no que lhe provocava êxtase, se ela deixou passar momentos importantes em branco. É preciso garra, fé e esperteza para conquistarmos nosso espaço nesse mundo competitivo e que parece tantas vezes nos empurrar para baixo, nos encurralar em uma rua sem saída. Mas, principalmente, imaginação e paixão para conquistarmos o nosso espaço dentro de nós mesmos.

Alívio Imediato



"Que a chuva caia como uma luva
Um dilúvio um delírio
Que a chuva traga alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga alívio imediato..."

(Engenheiros do Hawaii)

sábado, 20 de março de 2010

O Idiota


Ah, por favor. Tem muita gente querendo pagar de culto por esse mundo. Gente que liga o player do msn pra mostrar pra todos os contatos que tá ouvindo alguma música que diga que bá, esse cara conhece música, mas que desliga quando começa a tocar alguma coisa mais 'bizarra' que tava no aleatório. Gente que vive dizendo que tava estudando, que cita mil autores, mil frases sábias mas que lá no fim, quando muito, sabe o que metade deles disse. Gente que estuda antes da aula pra mostrar pro professor que sabe do que ele tá falando. Gente que chega até ao cúmulo de postar na internet o que vai estudar, qual a matéria, bla bla bla. Que  posa com camiseta legal, frase bonita e não faz porra nenhuma do que diz a frase e que muitas vezes nem sabe quem é e o que fez o cara da camiseta.
Cadê a idiotice, minha gente? Cadê o tempo de ouvir música bem ruim,  ruim de doer o ouvido, dançar pelo quarto, se vestir que nem lixo enquanto varre a casa? Cadê o tempo de não ler nada e se divertir com algum programa da televisão? De dar um tempo pra coluna e parar de andar com cem livros pendurados, só pra mostrar que lê? Cadê a dança pelo meio da rua, o canto alegre, o riso na chuva? Cadê a minha hora de ouvir Roberto Carlos e ser feliz com a minha breguice?
Tem aquele texto tradicionalíssimo que diz que a idiotice é vital e que devemos guardar a nossa seriedade para os momentos em que ela seja realmente necessária, e com ele eu concordo plenamente. A idiotice nada mais é do que o jeito mais sincero de exteriorizar as nossas felicidades, um jeito original de manter a sanidade em meio a esse mundo tão competitivo e entre toda essa gente louca e afetada pelo mal da seriedade excessiva. Tão bom ser um idiota sem culpa, fazer o que tem vontade e não se preocupar com a pose, com o livro, com o vocabulário. Tão bom não se preocupar em ouvir só algum estilo de música na frente dos outros, pra mostrar a inteligência ou sei lá o quê que se tenta mostrar com isso.

Acaba o verdadeiro idiota sendo aquele sério o tempo todo, que não brinca, não pula, não sabe o gosto de uma música porcaria e que não vive, apenas existe. E existe pros outros, pra aparência, pra passar por essa vida se fazendo de intelectual. E viver assim, ah... assim é que é idiota.

Paralamas


"A crueldade de que se é capaz, deixar pra trás os corações partidos


Contra as armas do ciúme tão mortais, a submissão às vezes é um abrigo



Saber amar


Saber deixar alguém te amar



Há quem não veja a onda onde ela está e nada contra o rio.


Todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio."


sexta-feira, 19 de março de 2010

I Want to Break Free




Me libertar das minhas próprias convenções.
Me libertar dos meus medos.
Dos receios.
Das coisas que não fazem bem.
De fazer porque os outros gostam.
Me libertar de mim mesma. Daquelas correntes que eu costumava usar.
Breeeeeeak Free.

P.S.- abençoado seja Freddy Mercury.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Felicidades


Não quero as mesmas formas. Não desejo mais as velhas felicidades, os velhos meios e os velhos hábitos. Não quero estar sempre presa àquela ideia da felicidade que já passou, que já vai passar. Quero felicidade nova a todo instante, e tem que ser contigo! Quero ver por outro ângulo as velhas alegrias, redescobrir velhas felicidades e me livrar de vez dos velhos costumes. Quero novos sorrisos, novos olhares, novos céus e novos mares. Quero novos 'nós'. Quero a cada dia ter um novo alguém dentro da pessoa que amo, quero todas as boas sensações unidas em uma só relação, quero que seja amor-amigo-amante, sem vírgulas nem nada que possa separar os três que existem em nós. Quero a todos juntos em um só.
Quero ser feliz das novas maneiras, pois as velhas eu já conheço e há muito não me fascinam tanto. Quero ser feliz de uma nova forma a cada segundo, a cada hora uma aventura e a cada aventura uma alegria diferente. Quero viver com surpresa, quero viver com emoção, quero viver plena. Quero viver como nos contos de fadas, quero viver como contavam as histórias, olhar de cabeça para baixo pro mesmo céu. Quero ver as estrelas ao contrário, teu sorriso ao contrário, nossa felicidade desmontada, revirada e montada novamente. A cada dia. E com certeza sempre mais bonita.

Quero mil felicidades, mil dias, mil anos. Mas que sejam sempre com o mesmo, o meu um que certamente vale mais de mil!
P.S.- Eu te amo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Changes

 Há um pouco mais de um ano, eu abraçava alguém que não sabia que mudaria a minha vida. Dava tom de brincadeira a todas coisas sérias que me dizia, não dava ouvidos às juras e muito menos às promessas. Eu voltava para a minha cidade tentando me convencer de que nada daquilo havia existido e nem voltaria a acontecer. Há pouco menos de um ano, eu começava a fazer algo "errado". E desse errado se fez o certo.
Pois era impossível considerar como errado algo que me fez sentir tão viva, talvez mais viva do que eu jamais sentirei. Nunca achei errado, nunca me arrependi e acho que nunca me arrependerei. Foi bom demais pra causar remorso, foi bom demais pra causar dor. Algo que me fez sentir como se flutuasse o tempo todo sobre as nuvens, algo que me deixou o coração tão maravilhado e sensível, tão apaixonado. Há um pouco mais de um ano, eu me apaixonei. E nem eu sabia que era aquilo tudo, na verdade até hoje acho que não sei. Alguém que me mostrou o outro lado, um chiclete diferente que eu sempre cito nos meus textos. Foi de verão, e dizem que amor de verão a gente não esquece. Subiu a serra, por mais que nem serra haja  por aqui. Não sei mais o que estou dizendo.

Hoje busquei a música que deletei há pouco menos de um ano, e que não queria ouvir nunca mais. Música ruim, como todas aquelas que embalam os amores de verão. E hoje ela tocou mais do que no som, ela tocou no meu coração. Saudade não daquela pessoa, mas saudade da vida que eu sentia por todos os meus poros, da alegria que eu exalava o tempo todo, da leveza com que eu encarava as coisas.  Sinto a falta daquela sensação que me despertou tanta fantasia, que dividiu comigo tantos planos que nunca irão se realizar, que me chamou para dançar quando as luzes já se acendiam. Sinto falta de um amor que não era o certo, que não me pertencia. Falta de viver, e não apenas de sobreviver. De sentir e de me permitir, mesmo quando o mundo inteiro condenava o que eu fazia. O mais estranho é saber que, mesmo dando na merda que deu, eu voltaria no tempo e faria exatamente a mesma coisa. Não importo que não tenha dado em casamento, que não tenha dado em nada mesmo, só me importa que fui feliz. Ser feliz, no fim das contas, é a única coisa que realmente importa.

O texto ficou uma droga, mas muitas vezes o coração dita e a gente só transcreve. Sem tempo pra rimas, pontuação correta e algumas palavras bonitas. Sem tempo pra entender, só pra voltar a sentir aquela velha sensação. De liberdade, de completude, mesmo que só por um instante.

Não sinto falta do outro, sinto falta de mim mesma. E onde me enfiei eu não sei, já que não me encontro mais.

"Se eu soubesse antes do que sei agora
Erraria tudo exatamente igual..."

Sintomas

Que tipo de médico ou psicanalista ajudaria alguém com uma doença chamada de impulso constante do sonhar acordado excessivo? Qual seria o tratamento?
Uma dose de realidade para começar, duas pílulas de sensatez por dia, um anti-imaginação de duas em duas horas, um banho de sais de monotonia a cada dez dias. E se mesmo assim eu continuasse com os sintomas?
Aí eu jogava tudo pro alto e ficava a toa por aí. De repente eu pintava o céu de rosa e vestia calças largas. Me fingia de normal, com um sorriso ali e outro aqui ao dizer "bom dia" a todos que passassem por mim. Um par de óculos redondos, eu ia caminhando devagar, cantarolando "Lucy in the Sky with Diamonds". Eu ia ser feliz bem assim do jeito que eu sou.

terça-feira, 16 de março de 2010

É tanta confusão


Há tanto em mim pra se descobrir. Há tanto de inquietação que só sobra ansiedade e angústia. Há tanto de amor pra dar, que acabo me esquecendo de como fazer isso. Há tanta loucura no meio da minha sensatez que me perco e me acho, tantas vezes num dia só que me canso. Há essas perguntas malucas dançando e girando dentro da minha cabeça. Eu vivo do mistério, da intuição. Mas me esqueço que as pessoas ainda não sabem ler no escuro!
Eu vivo da imaginação, montando minhas histórias e descartando personagens. Eu sou um lobo solitário. Uma águia que caça de cima. Um bicho esquisito que gosta de emoção, mas procura a tranqüilidade dos dias chuvosos. Que se sente carente, mas que não sabe dar carinho. Que fala pouco, porque desaprendeu as palavras do amor. Eu sou o oposto do inverso. E o contrário do que achava que era antes. Em busca de algo que me valha mais que ouro. A procura do que faça meu sangue ferver no gelo.
É tudo tão fantástico nesse meu mundo interior que não sei por onde entrei e nem sei se há qualquer saída que seja. É tão abstrato tudo isso que sento e caio. Tropeço e vôo a um lugar distante, acabo parando devagar. Reencontro-me em mim mesmo ao me ver nos outros. Eu não tenho nada a oferecer, só minha inconstância e meu jeito maluco. É da leveza dos pensamentos serenos que flutuo livre. E quando a força me puxa pra baixo, me põe os pés na terra molhada. Fico de longe a admirar aquele sonho antigo, marcado na fotografia da mente. Era tão lindo de ver.
Nada, nada é certo. E acabo comprovando que as coisas que eram antes improváveis, estão acontecendo e que o impossível está ao nosso alcance. Porque no final do caminho, é você contra você mesmo em busca do que se chama de equilíbrio no meio de uma grande confusão.

segunda-feira, 15 de março de 2010

I Have a Dream


"I have a dream, a fantasy to help me through reality

And my destination makes it worth the while

Pushing through the darkness still another mile

I believe in angels

Something good in everything I see

I believe in angels

When I know the time is right for me

I’ll cross the stream

I have a dream"


ABBA

A Noite


Como é bom sair pela noite. Saborear a noite, sentir seu cheiro. Não o cheiro dos carros, da poluição, do suor e dos perfumes, da saliva, do trânsito, do sol. Sentir o cheiro da noite pura. Silenciosa e tranquila, apenas com o cheiro do vazio e o sabor das estrelas. O sabor de uma rua vazia, de dançar em frente a um semáforo, de correr pela calçada sem atropelar ninguém, de observar o farol esverdeando, de observar o farol avermelhando. O cheiro da rua só nossa, o gosto mais divertido da solidão. A pontinha amarga do medo na breve alegria de saltitar noite adentro. Ah como é bom sair pela noite. É o misto mais gostoso entre o cheiro do vazio, o sabor da felicidade instantânea e a pitada do medo.

Durante a noite, alguns dormem. Outros saltitam nas ruas tentanto (re)conhecer, entre tanto silêncio, suas próprias vozes. Afinal, nada melhor que a calada da noite para revelar qual delas verdadeiramente nos pertence.

domingo, 14 de março de 2010

Saudades


As pessoas são mesmo insubstituíveis. Cada uma delas tem um capítulo especial em nossas vidas. Marcam nossos corações de maneira singular. Solidificam amizades, paixões, amores. Engrandecem-nos. Tatuam-nos com memórias de tudo mágico que vivemos. E por vezes, essa ausência se torna pesada e dói. Dói tanto que sentimos um vazio, mas um vazio que não tem preenchimento que possa se encaixar. A forma foi jogada fora e ninguém mais conseguirá nos fazer sentir daquela maneira. E o que resta? A saudade. Esse sentimento que, para mim, é o pior.

A saudade gera angústia, raiva, dor, sofrimento. A saudade vem de repente, com uma lembrança da pessoa querida ao ver o mar, fotos, músicas e cheiros. Está escondida em cada traço do nosso viver, em todo detalhe a nossa volta. E quando ela chega, demora a ir embora. Lembramos daqueles que estão conosco agora, porém ela continua lá, incomodando, nos fazendo enxergar que cada um é especial pelos seus encantamentos e que ninguém provoca em nós as mesmas sensações.
É importante valorizar quem trilha o caminho conosco no presente porque eles são essenciais para compartilhar as conquistas e ajudar nas derrotas. Nada é por acaso. As pessoas surgem nos momentos certos. Cada uma com seu perfil, de acordo com a sintonia existente. Nossas atitudes são o reflexo do nosso caráter e de como estamos emocionalmente, então atrairemos pessoas que se identifiquem.
Contudo, aqueles que já passaram, nos deixam buraquinhos no coração. De vez em quando esses buraquinhos são só buraquinhos, mas há dias que se tornam crateras, tão profundas que não enxergamos a luz vinda de cima. Aqueles que moram longe, aqueles que partiram nossos corações, aqueles que deixamos de manter contato, aqueles que a vida quis separar, aqueles que são como irmãos, mas que não podemos mais compartilhar da companhia diária. Partilhamos a nossa história com eles, nosso carinho, nossa admiração. Demos amor, amizade, lealdade. Momentos que gostaríamos de reviver. Intensidades e formar diferentes de amor e cumplicidades.
Eu tenho alguns buracos dos quais me orgulho, porque mostram que eu possuo muitos capítulos escritos. Apesar de virarem crateras e me afundarem em um oceano de desespero, eu não me arrependo. Sofreria tudo de novo ao deixá-los. Choraria tudo de novo por não tê-los mais. Porque ao menos, um dia eu os tive. E eles foram as melhores saudades que eu poderia escolher para carregar dentro do peito.
À todos aqueles que fizeram parte da minha história, reconheço de toda minha alma o quanto foram importantes para mim, para minha formação pessoal , meu aprendizado como ser humano e para minha felicidade. Só tenho a agradecer pelas oportunidades oferecidas pela vida e por ter sabido aproveitá-las ao meu máximo. Pois o que vale disso tudo é que eu também estou tatuada nos corações deles.

sábado, 13 de março de 2010

Papai do Céu


Será que o senhor poderia me fazer um favorzinho? Amanhã, eu queria não acordar com tanto mau humor. Amanhã eu queria não falar dez mil palavrões. Amanhã eu queria não xingar 90% das pessoas que passam por mim durante o dia. Amanhã, seu papai do céu, eu queria enxergar o céu, azul. É, parece que eu só tenho visto o cinza. Amanhã eu quero que tanta gente não deixe de gostar de mim. Amanhã eu quero um pouco mais de simpatia gratuita. Amanhã eu quero tentar ser com todos o que eu sou com uma parcela irrisória de gente. Amanhã eu quero ser gente. Amanhã eu quero não pensar na estupidez do fulano ou na raiva das atitudes dele. Amanhã eu quero brincar de ser humano.
Quero acordar bem, enxergar o azul do céu, ter ouvidos para os pássaros, quero ficar sozinha e recuperar minha paz, quero deixar um pouco de lado um pouco de toda minha intolerância inacabável. Quero fazer alguém feliz amanhã. Quero tentar me fazer feliz. Não quero que o sol se ponha e leve junto com ele meu humor e aquela leveza que eu costumava ter. Não quero mais provocar antipatia em todo mundo. Não quero mais ser indiferente a meio mundo. Quero enxergar as pessoas, enxergar as coisas boas que elas possam ter e poder dar uma chance pras pessoas. Quero também que deem uma chance pra mim.

Eu não sei o que me deixou assim, papai do céu. Eu não sei em que parte do caminho eu me tornei esse monstro. E sinceramente eu não consigo lembrar onde deixei meu coração cair. Só sei que amanhã eu quero viver diferente, nem que depois de amanhã eu vá voltar ao habitual humor ácido e à testa eternamente franzida. Amanhã eu quero sorrir. Amanhã, eu quero só um pouco de paz.

P.S.- e se o senhor puder me trazer um pouco de sono para essa noite, ia ser de grande ajuda.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ajoelha

Não adianta ajoelhar e rezar. Não adianta pedir pra Deus, pro santo, acender vela, prometer peregrinar por cinco quilômetros, jogar rosas no mar, pular sete ondas, escrever metas sem nunca pensar em cumpri-las. Não adianta se matar de prometer, se matar de tanto rezar, encher o saco do anjo pra que ele dê a resposta da prova, pra que ele dê um empurrãozinho só dessa vez que na próxima a gente jura que vai ser diferente. Na próxima a gente continua igual, igualzinho. Rezando, apelando, arregando pra sorte, pro santo, pra qualquer nome que seja. Não adianta procrastinar, não adianta pensar que segurando o livro a gente absorve o que tem dentro dele. Não adianta que o esforço tem que ser nosso. Não tem santo, anjo, deus, vela, macumba, promessa, fitinha do senhor do bonfim que ajude nisso. Cada desafio é nosso, e somente nosso. É cada uma das nossas investidas, que dependem única e exclusivamente da nossa dedicação, do esforço de cada um. é ajoelhar na frente do caderno, é se curvar diante das tarefas, é abdicar de algumas coisas para conquistar as outras que se deseja. É colocar na balança e ver qual o lado nos pesa mais. É ser o conquistador, e não apenas aquele que fica sentado esperando as respostas e os caminhos se abrirem diante dos olhos. É ser alguém de quem se orgulhar. E quem sabe no fim das contas, na hora do vamos ver, na hora do diploma na mão, da aprovação sonhada, da vaga desejada, quem mereça a oferenda sejamos nós mesmos. Talvez um doce, uma rosa, uma vela, uma prece, uma festa, uma caminhada. Pra nós mesmos, os únicos responsáveis pelo desenho do caminho de nossas vidas.

Os únicos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Let somebody in

Said, you want to love
But you don't know how
And you want to feel
But you're not allowed
And you want to cry
But you don't know why
And you want to give
But you're not that kind
When you gonna let somebody in?
You might get hurt just a little bit
When you gonna let somebody in?


Meio Assim

E hoje eu andei tão... Tão revoltada, tão irritada, tão explosiva, tão com vontade de dar com o guarda-chuva na cabeça de um que eu prefiro nem me prolongar muito... Prefiro fazer minha oração, mandar meio mundo pro raio que o parta, mandar desencarnar, mandar pra qualquer lugar. Só vê se sai de mim, encosto brabo! Prefiro dizer que hoje eu tô meio assim, meio assado, meio down, meio ao contrário. Hoje eu tô meio strawberry fields forever.



P.S.- daqui a pouco eu perco o resto da paciência e aí a coisa toda vai descambar de vez.

terça-feira, 9 de março de 2010

Disso eu sei


Às vezes estamos tão acostumados a ganhar que esquecemos o quanto é difícil perder. Somos, por hora, pretensiosos e esquecemo-nos de ajustes. Ah! Eu nem sei mais o que queria dizer. Fico assim, perdida no meio das coisas certas e das erradas. Nessa ânsia de acertar, eu acabo quase sempre errando. Porque talvez seja assim mesmo. No final, talvez eu não seja assim tão diferente.
Só me sinto só. Disso eu sei. Pelo menos por enquanto. Mas eu choro alto, faço escândalo. Não fico quieta mais. Nunca mais. Procuro conflito e olha ele aí. O danado está até sorrindo pra mim. Aquele sorriso maroto de quem sabe o que faz, sabe que pode complicar minha vida.
Será possível se sentir só com tanta gente? É que essa batalha, meu caro, é minha. Nessa e especialmente nessa eu entrei sozinha. Porque sou eu que quero vencer. Ninguém mais. Não tanto. Essa gente toda tem vida. Essa gente toda sabe o que quer. E sabem que vão conseguir. O que importaria se eu perdesse ou se eu ganhasse? Eu já disse. Eu sei! Essa batalha é minha. Você deve estar se perguntando que batalha seria essa. Ah, é a da vida. A dos sonhos. A das realizações. É a do caminho trilhado, do choro engolido, do soco não dado. É a da raiva escondida, do terapeuta maluco, da família desesperada. É a dos amigos companheiros, dos amigos esquecidos, dos deixados de lado. É a das horas perdidas com os livros acoplados, com os olhos cansados e com o gosto do café amargo. É a das manhãs sem fim, dos almoços apressados, das noites mal dormidas. É a da mágoa, da ferida, é quase nada. É a jornada diária do não ter. É do querer. Querer que essa gente me entenda. Que me apóie e até que pense em mim de vez em quando. Querer ser lembrada. Ser mimada. Quero que essa gente me queira bem, que me assista de longe, que torça e que berre.
Apesar de saber que a batalha é minha e que as feridas e as marcas e tudo isso que vem junto pra me deixar cicatrizes pertence somente a mim, eu desejo, se não for pedir muito, um pouquinho de paciência, cuidados e atenção. Desejo que essa gente toda me ensine como ser mais forte que eu mesma, mais corajosa e mais segura.
Eu não sei ainda bem ao certo o que eu quero. É esse misto de emoção que me deixa assim, no meio da neblina. Por enquanto vou jogando fora o que eu não quero. Eu não quero que essa gente sinta pena de mim. Disso eu sei.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulheres


Para todas as mulheres, flores. Para todas, o desejo de felicidade, de igualdade, de respeito, de carinho, amor, paz e atenção que merecemos. Para todas aquela vontade inesgotável de conquistar, de mudar, aquela força imensurável, aquele desejo incomparável. Para todas as mulheres, a possibilidade de se realizar em todos os sentidos da vida. Para todas as mulheres o presente, que muitas vezes mais parece cruz, de ser mulher.
Feliz Dia da Mulher!


Sem mais delongas, porque o sono é imenso e mal me aguento em pé.

domingo, 7 de março de 2010

Viver de Saudades



Morrer de saudades, muita gente sabe como é. O que pouca gente sabe é a sensação de viver de saudades. Morrer de saudades é ter aquele alguém, que se tem sempre por perto, distante por algum momento. Viver de saudades é aprender a conviver com aquela distância que não é temporária. Viver de saudades é saber exatamente como uma semana inteira demora a passar. É saber também que o sábado ao lado daquele alguém vai passar voando. Viver de saudades é aprender a lidar com o tempo.
É se intoxicar de felicidade uma vez na semana ou a cada quinze dias ou até mesmo uma vez ao mês, e administrar essa superdosagem para que dure até o próximo encontro. É tornar-se, mais do que nunca, adepto dos meios de comunicação. É controlar o ciúme e os medos. É entender o outro pelas frases, é aprender a comunicar-se sem o olhar. É aprender a amar sem tocar.
Viver de saudades nem sempre é fácil. É não ter um carinho na hora em que se precisa, é não ter a presença numa tarde chuvosa de segunda, é não ter aquele beijo tão desejado. Mas viver de saudades é muito mais que isso. É provar a si mesmo e ao outro que o amor é ainda maior: é superar o tempo, a saudade, a distância. É manejar o tempo e fazê-lo a seu favor. É encontrar no outro, mesmo distante quantos forem os quilômetros, uma ligação direta e imediata com seu coração. É ter certeza dos sentimentos, da sua intensidade e força. É poder sentir, mesmo por webcam, ser completo o tempo inteiro.


P.S.- por seis meses de inúmeros sessenta quilômetros que pouco importam na highway do nosso amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Devaneio da Madrugada - Mulheres

Se a mulher trai, não presta; se não trai, é porque é muito boba para aturar as safadezas do companheiro. Se a mulher chega no homem, é fácil; se não chega, é porque tá fazendo charme. Se transa no primeiro encontro, é vagabunda; se não transa, tá fazendo charme. Se a mulher fica com o homem da outra, é biscate; se não fica, é biscate do mesmo jeito. Se a mulher liga, não vale nada; se não atende, é porque tá fazendo charme. 


O que me preocupa não são os homens que rotulam as mulheres dessa maneira, e sim as mulheres que ainda hoje têm a ousadia de continuar com esta postura ridícula. Ela era solteira, ele era teu namorado, ele te traiu? POR QUE RAIOS a culpa tem que ser da mulher se o sem vergonha foi ele, que foi correndo para a outra? Se hoje em dia se prega tanto o lema da igualdade entre os sexos, qual é o problema quando alguma mulher quer transar na primeira noite? E qual o problema se ela quiser fazer isso sem compromisso?
Mulheres não acreditam que todas as outras mulheres que já ficaram com os seus respectivos não os amam de paixão e não desejam tirá-los delas. Mulheres não acreditam que a culpa seja do homem que diz lhe amar - a culpa é sempre de alguma bruxa linda e com a poção mágica que fez o amado se encantar em três dias. Mulheres muitas vezes agem assim porque é mais fácil. É muito mais fácil culpar a mulher, que muitas vezes nem sabia que o homem tinha uma 'dona', é muito mais fácil olhar torto para ela e continuar vivendo junto com ele, como se nada daquilo tivesse acontecido.

Mulheres não acreditam que a culpa não é delas.
Se ele te traiu, se te desrespeitou, se te humilhou, se não te faz feliz, larga o trem sem medo de ser feliz. A culpa não é tua. Pode parecer difícil, mas eu garanto que é superável. Outros dias vêm, outros trens partem, a estação enche novamente e no banco ao lado podemos encontrar aquele viajante que vá merecer a fidelidade do coração e do pensamento.



P.S.- Sinceramente, dos anos cinquenta pra cá a única diferença que eu vejo é o comprimento da saia. Porque a burrice feminina continua exatamente a mesma.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Better Days

"And it's someplace simple where we could live

And something only you can give

And thats faith and trust and peace while we're alive

And the one poor child that saved this world

And there's 10 million more who probably could

If we all just stopped and said a prayer for them

So take these words

And sing out loud

Cuz everyone is forgiven now

Cuz tonight's the night the world begins again"

É pra sentir, sentindo


Hoje aprendi uma coisa. Alguém, além de me dizer, me mostrou que “sentimentos bons a gente não precisa entender, só precisa sentir”. Com essas palavras e com os gestos mais singelos me fez enxergar diferente. Fez-me ver que perdi tempo, perdi as contas de quantas vezes tentei transformar em palavras o que sentia, mesmo quando era bom. Ou principalmente quando era. E para quê? Para me convencer? “Para entender, por quê?” Ele riu. Faria com que sentisse mais? Com que sonhasse mais? Com que voltasse atrás? Não. É essa mania estranha que tenho de fazer de conta que tudo fica mais simples, mais visível quando eu digo, quando eu leio.

“Mas sentimento bom é para se sentir e não para entender.” Ele lembrou. Por querer entender, pensamos e bolamos razões e estratégias para agirmos de tal forma, para estarmos ali, para ficarmos assim. E então, perdemos tempo de sentir. Perdemos momentos. Perdemos vida.

Se os sentimentos não são bons é um sinal vermelho. Motivo para que mudemos algo a nossa volta que está errado e, sobretudo internamente. Mas se os sentimentos são bons, se estamos felizes, se estamos em paz e tudo gira de acordo com a nossa órbita, sinal verde. Sigamos em frente. Não há nada o que temer. Deixemos que os dias se tornem mais quentes, que as flores fiquem mais perfumadas e as conversas mais interessantes. Não nos sintamos ameaçados por não saber explicar. Nada é constante, pois as mudanças são a visita da verdade em nossos corações. Por isso, nos reajustemos às modificações que ocorrem e tiremos o melhor das situações. Aprendamos a sentir mais. A nos deixarmos levar pela emoção. Há certas eras que demoram a chegar novamente. Aproveitemos o coração bater mais veloz, os olhos brilharem e até o frio na barriga. Sem se programar, sem se render. Só deixando a emoção reinar. A cabeça está de férias!

Você Foi


 Você foi chuva, foi sol. Foi beijo na beira da praia, cachorro aos pés. Foi o jogo na casa do amigo. Foi o beijo proibido, escondido, culpado. Foi o cheiro do edredon. Foi o encontro das mãos por baixo da mesa. Foi o primeiro dia de aula, aquele sorriso bonito. Foi o cheiro de um chiclete estranho. Foi a companhia daqueles amigos estranhos. Foi a vontade. Foi a mentira. Foi verdade.

Você foi choro. Você foi música, foi poesia, exaltação e felicidade. Foi eterno enquanto durou. Foi quatro anos de tortura. Foi um ano de mentira a mim mesma. Foi meio ano de rendição. Você foi o maior prazer, a amizade mais sincera, o número mais bonito. Você foi meu sete, meu guia, meu fiel companheiro. Foi minha primeira luz, quem me ensinou a andar, foi a irmã pequena, foi o pai que se foi. Foi a carta de despedida. Foi todos e não foi ninguém. Foi cada dia de alegria. Foi o sol nascendo na beira do cais. Foi uma garrafa de vinho. Foi uma letra. Foi, ainda é e sempre será.

Foi mãe, pai, irmã, amigo, amor e amante; foi amor em todas as formas.
Amor sem sujeito definido, sem gênero e somente com plural: vocês foram o amor para mim.





"Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...."
(Outra Vez - Roberto Carlos)

terça-feira, 2 de março de 2010

A Frustração

Pra curar essa frustração, vou vestir uma saia. Vou mostrar as pernas, caminhar pela rua, sorrir no sol, pintar as unhas de vermelho, tomar um sorvete, encarar o ônibus e ir pra faculdade. Vou chegar lá e vou lembrar daquela frustração. E vou voltar, comer um lanche, beber um vinho e ouvir música. Vou chorar. Vou dividir e tentar fazer com que alguém entenda. Vou tentar fazer com que eu mesma me entendo. Vou tentar que, entre um gole e outro, a solução apareça como o coelho na cartola do mágico. Vou esperar que eu pare de me engasgar para encontrar uma solução. Vou tomar uma atitude, mas só amanhã. Hoje só o que eu vou tomar é o meu vinho. Ao som da coisa mais triste que eu encontrar pra ouvir. E amanhã, se tudo der certo, eu volto à programação habitual.

segunda-feira, 1 de março de 2010

I See You, You See Me



Me apaixonei por essa música, pelo clipe, pela letra. Não sei porque ela significou tanto assim, mas passei cantarolando o dia todo. E como não tenho nada pra compartilhar hoje, fica aqui só a minha dica de música.
Ah, e o clipe também vale a pena, é lindo. (Clica aqui pra assistir)

"And it looks like
I feel this something
Rising, rising in my veins
Looks like it's happened again..."

 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Metas de Março

Estipulo as metas para o 'novo ano' duas vezes ao ano. Uma, no seu primeiro dia,  onde somos praticamente obrigados a estabelecer metas e prioridades pra ele novinho que vem vindo. A segunda, quando efetivamente começa o meu ano, ou seja, em março. É em março que o ano começa, vai dizer que não? Janeiro e Fevereiro tem férias, tem praia, um monte de chocolate e calor para viver dando sede de refrigerante. Não dá vontade de emagrecer, de ler, de fazer trabalho voluntário, de arrumar o quarto ou de concretizar qualquer outra meta que tenhamos estipulado, não importa quão fácil ela possa ser.
Pois bem, estou cheia de metas. Metas de Março. Só desejando que esse corpo sinta um pouco menos de preguiça e indiferença nesse ano que vai começar. Desejando que eu consiga me tornar um ser menos desagradável para com as pessoas que são obrigadas a conviver comigo. Desejando que eu consiga ter um pouco de bom senso na cabeça, um pouco de organização no corpo e um bom freio na língua. Falando em língua, é outra meta parar de falar tanto. Principalmente parar de reclamar tanto. Outra é tentar diminuir minha ignorância que não vê limites, minha estupidez e aquela raiva repentina que eu sinto de tanta gente que nem vale isso tudo. Na verdade, gente que não vale é nada.
Vou aproveitar e pedir pra ter um pouco de paciência com os estudos. Pedir que o Papai do Céu cuide dos meus poucos amiguinhos. Pedir um pouco de bom senso pros animais de duas patas que convivem comigo, afinal não é só de mim que tem que partir a educação. Pedir um pouco menos de ódio do coração dos que não gostam de mim e pedir pra que, por favor, todo tipo de gente estúpida passe bem longe do meu caminho. Só assim eu tenho chance de manter o controle. 

E se nada der certo, aí eu peço algumas granadas e resolvo meus problemas sozinha.
Amém!

Ficaram cegos


O bom mesmo é viver de emoção. Viva de paixão. Paixão pela vida, pelas pessoas, pela liberdade.
Muitos se esqueceram de entrar em contato com seus corações para enxergar a verdade, para enxergar o amor. Já não sabem como parar o relógio desenfreado do compromisso ilusório com o mundo material. Desaprenderam a olhar com os olhos do coração.
Ficaram cegos. Eles não usam óculos.

Muitos se deixaram levar pela maré dessa era da velocidade. Preocupam-se tanto com os avanços tecnológicos que de tanto se deixar levar, acabaram por se deixar para trás, lá no início do caminho, quando ainda eram crianças rebeldes.

Tanto conhecimento mais uma vez os cegou. E eles nem usam óculos. Tornaram-se céticos. A arrogância do saber do não saber tudo. A prepotência do ser melhor. Melhor que quem? E por quê? Oras... Parece que se esqueceram das lições aprendidas. Das frases de afeto e compaixão que parecem nascer conosco.

Ficaram cegos pela inteligência. Ficaram cegos de amor. Muitos deles se tornaram cruéis, egoístas, mesquinhas. A sabedoria do verdinho. Antes fosse das florestas. As barreiras da humanidade desapareceram. Nada pode detê-los com suas mentes poderosas e mãos destruidoras. Ou melhor, a mão daqueles que acham que não tem força para gritar “basta!”. Mas eles têm. Mas ficaram cegos. E nem usam óculos.

O mundo ficou pequeno pra eles. Pra muitos deles. Tanto que nem se preocupam mais em preservá-lo. Já nem chamam de lar. Qualquer dia se mudam para outro planeta. Outra galáxia. Levando só aqueles que pensarem igual àqueles que acham que sabem mais. Que mandam mais. Que controlam mais. Esses nasceram cegos.

E então, nessa era de confusão e plasticidade. Nessa era em que todos querem o trono e não se importam em como chegar lá. Nessa era em que não nos damos às mãos para a evolução devido às divergências de pensamentos, deixamos de sentir. Pensamos demais e sentimos de menos.

Não Vale a Pena



"Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno..."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aquilo


A vida é cheia de fases.
Toda fase de recomeço requer coragem e força.
Toda fase de cansaço requer determinação e garra.
Toda fase de decepção requer uma surpresa.
Toda fase de sonho requer uma inspiração.
Toda fase de conquista requer luta.
Toda fase de alegria requer sorriso.
Toda fase de discórdia requer harmonia.
Toda fase de tristeza requer abrigo.
Toda fase de amor requer sintonia.
Toda fase de desespero requer saúda.
Toda fase de angústia requer conselho.
Toda fase de demora requer espera.
Toda fase de ausência requer presença.
Toda fase de brilho requer luz.
Toda fase de pressa requer rapidez.
Toda fase de criatividade requer arte.
Toda fase de loucura requer cura.
Toda fase de sensibilidade requer escudo.
Toda fase de insônia requer leitura.
Toda fase de interesse requer curiosidade.
Toda fase de escuridão requer paz para continuar e encontrar a solução.
E essas fases que se engajam como armadilhas são nós para meu coração que não descansa. Eu me pergunto quando as fases se tornarão uma só.
Eu desejaria mais que nunca encontrar o equilíbrio. O balance de tudo aquilo que nos impede de tropeçar. Impede-nos de fraquejar. Aquilo que nos faz seguir em frente, que nos faz sonhar de novo. Que nos empurra para o sucesso. Que nos torna otimistas. Como se chama? Aquilo que minha avó dizia que ia morrer por último. Aquilo que as crianças têm como sobrenome. Eu ouvi esses dias que as pessoas já não conheciam mais essa sensação. Tornou-se um estado de espera. Acho que o “aquilo” se encontra até em coma. Só ficou nos livros coloridos dos contos de fadas. Aquilo que faz rimar com dança. Que nos deixa leves. Que nos faz rir. Que nos desliga desse mundo doido que só faz girar. Eu queria me lembrar daquilo. Como era bom sentir o peito morno como o bolo de laranja que eu comia quando era pequena. Se era! Ah! Aquilo... poderia deixar todas as fases serenas. Como se fosse natural que fizessem parte dessa vida.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Palavras


Sabe, acho que a coisa mais bonita por aí não é o Sol, nem o mar, nem esse céu azul, não. É o amor. Alguns dizem que o raro que é bonito. Deve ser por isso que é tão difícil de se achar o amor. Mas eu ainda acho que é fácil, o que as pessoas não sabem é que elas devem abrir os olhos. Não os olhos de cor e sim os olhos da alma. Há sempre uma saída, ainda mais quando falamos desse sentimento abençoado.
Ontem pela primeira vez me pediram para fazer uma carta de amor a uma pessoa que eu não amo no nome de alguém que eu mal sei quem é. Um amigo de uma amiga minha. Foi tão fácil. Eu não sentia nenhuma daquelas palavras, era puro fingimento meu. Coloquei-me no lugar dele e imaginei o que ele sentia e o que ele queria dizer. Porque apesar de ser único o amor é universal. Mudam as formas, as provas, as cores. Mas ele não muda muito. É sempre mágico e inexplicável. É sempre bem vindo. Traz emoções e surpresas. Invade a vida das pessoas sem pedir permissão. Simplesmente acontece quando menos esperamos.

Eu pensei em tudo isso quando escrevi a uma menina tudo que ele queria dizer, mas não sabia como. Então me dei conta do tempo que perdi por esconder os meus sentimentos devido ao medo. Não medo de não ter certeza do que sentia, mas sim de ser rejeitada. Medo de mudanças, principalmente naquilo que considero tão importante em minha vida. Medo de estar confundindo os sinais. Até mesmo tomando o caminho errado, mesmo que o destino insista em me mostrar esse mesmo. Em errar de novo. Contudo, não há nada o que eu possa fazer a não ser dizer tudo aquilo que planejo há muito. Acho que às vezes o relógio do coração apressa os ponteiros pra que o inevitável aconteça no momento certo.


"Ando por aí querendo te encontrar

Em cada esquina paro em cada olhar

Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva

Minha dádiva

Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras apenas

Palavras pequenas

Palavras ao vento."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

I Don't Care



Eu não me importo de não ser fotogênica. Não me importo com maus hábitos. Não me importo de meu pé estar sempre sujo, por mais que eu viva passando a esponja nele. Não me importo se me acham mal educada, mal humorada e muitos outros males por aí. Não me importo se minha unha não vive pintada. Não me importo se passo um ano inteiro sem passar a tesoura nos cabelos. Não dou a mínima para a tal da sobrancelha.
Não me importo com mau hálito de manhã cedo. Não me importo de dormir de maquiagem. Não me importo de viver de chinelos e não saber andar no salto alto. Não me importo se ninguém liga. Nem de falar palavrão. Não me importo se não gosto das coisas comuns. Não dou a mínima pro morno. Nem pra moda.

Eu me importo é com as companhias da foto. Com os maus hábitos que incomodam os outros. Com a felicidade do pé sujo de correr na areia. Eu me importo é com aqueles que me acham educada, alegre e algumas outras qualidades que só algumas pessoas enxergam em mim. Eu me importo se a minha mão tem força para segurar forte os meus sonhos, mesmo com os dedos roídos. Me importo com meu cabelo nas mãos de quem eu amo, fazendo um carinho. E com a sobrancelha, não me importo nunca.
Eu me importo é com quem dormiu ao meu lado na noite passada. Me importo se a maquiagem valeu, se a festa foi boa. Me importo com quem me ama mesmo usando havaianas. Me importo se eu ligo. Me importo de sentir sair a raiva que dá início ao palavrão. Me importo com as coisas especiais. Me importo com o quente do coração e o frio da barriga. Me importo com o lado de dentro.

Eu me importo com a felicidade. Eu me importo com o amor.
E por enquanto que eu puder sentir, eu não preciso me importar.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ou Isto ou Aquilo



Desde pequenos, aprendemos a escolher. Ou isto ou aquilo, já dizia Cecília Meireles. Somos obrigados a traçar metas, prioridades, a ter preferências, porque fica impossível segurar todo o mundo com apenas dois braços. Temos que escolher apenas uma faculdade, apenas uma profissão, apenas um namorado, e assim acabamos escolhendo apenas um melhor amigo, uma cor e comida favoritos. E o que não escolhemos foge pra sempre das nossas mãos. É o que os adultos chamam de escolhas, é o que os adultos mandam fazer até quando a questão é "bolachinha ou saldaginho". Algumas vezes, entretanto, parece que o mundo nos faz querer fugir de nossas próprias escolhas. É o desejo de mais de uma profissão, é a certeza de mais de uma área de interesse e do desejo de cursar cinco e não apenas uma faculdade. É uma vontade de mudar, de sacudir. Meu problema não são as minhas escolhas, e sim a péssima convivência com a frustração pelas coisas que eu 'perdi'. Entre dois caminhos, dá vontade de trilhar pelo meio do mato, entre os dois, um meio termo, um atalho, uma terceira opção; entre dois caminhos dá vontade de sentar e esperar que algum dos dois se feche.

É um saco crescer. É um saco encarar as coisas que não nos pertencem porque as deixamos por outras.
É um saco repensar nas decisões e não ter certeza de que elas foram acertadas.
Mas o saco mesmo é ter que escolher.
Eu vou é ficar sentada chorando no carrinho do supermercado, até que minha mãe se convença a me dar a bolachinha E o salgadinho. Vou ficar sentada no meio da estrada até que me puxem pelo caminho, assim não serei mais obrigada a me incomodar pelas minhas decisões e vou ter o consolo de dizer que 'eu fui obrigada a vir por aqui'. Vou ficar, vou empacar mais uma vez. Daqui não saio, daqui ninguém me tira. Ou melhor, tira. Mas só se for do meu jeito. E até lá, sem conversa.



"Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."
(Cecília Meireles) 

Canção Pra Quando Você Voltar




"E como é normal acontecer
Se num entardecer a dor te visitar
Vai ter sempre alguém pra socorrer
Fazer o seu jantar
Dormir no seu sofá


Enquanto a noite passa por mim
Eu rego o seu jardim
Você já vai voltar"



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Elvis

Uma vez já escrevi sobre Elvis aqui, dizendo como a música dele me tocava. Esses dias, me perguntaram o porquê de eu me emocionar tanto com as suas músicas, e eu não soube responder. Talvez na vida anterior eu tenha sido uma no meio daquela multidão de fãs alucinadas com cada gesto do rei, ou talvez seja a influência da minha dinda - grande fã -, ou talvez não tenha alguma explicação. Elvis Presley mexe comigo, me enche de paixão e os meus olhos de lágrimas. É incrível o poder da melodia em me fazer chorar, dançar, sorrir. Esses dias mesmo, enquanto assisti o seu dvd "That's the way it is", eu choraaaaaaava... Devia ser o jeito com que ele dançava, ou a paixão com que entoava suas canções e a felicidade que transmitia enquanto estava cantando. A emoção transbordava.
Hoje, Elvis faria 75 anos, e eu seria muito mais feliz se tivesse tido a oportunidade de vê-lo dançar e interpretar pessoalmente as músicas que tanto me tocam. Mas, para mim e certamente para outros milhões de pessoas around the world, Elvis não morreu. Ele continua vivo nos seus sósias, nas canções, nas danças, nas suiças e no topete. E enquanto a sua música existir, Elvis continuará vivo, em nossos corações. E arrebatando e emocionando o meu, como mais ninguém.



P.S.- minha caneca linda. :)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

É o que eu quero


Ah! Olha lá essa vida machadiana mostrando novamente sua face irênica. São tantas emoções novas, tantos momentos, tantas novidades que minha memória fotográfica aumentou em uns dez anos de vida. Deve ser o verão...

De repente acordei e meus livros estavam fora do lugar, o mundo estava de cabeça para baixo, o céu já não era azul. E as coisas são mesmo assim. Nada na vida é linear. Nada é transparente, fácil ou imediato. Ainda prefiro os amores conturbados, os que dão trabalho. Aqueles em que a luta se faz presente e por isso mesmo são fortes. Têm espírito guerreiro guiados por São jorge. Aqueles que geram dúvidas, que nos deixam esperando, que nos deixam ansiosos pelo dia de amanhã. Eu quero sofrer (mas nem tanto assim). Talvez uma lagriminha ali, outra aqui. Quero borboleas no estômago. Não quero os amores tranquilos. Chega das conversas furadas, das tardes perdidas, das noites frias! Quero paixão! Cansei da monotonia dos dias mornos. Quero palavras fortes, quero coração palpitante. Quero espasmos de suor frio. Quero arrepio. Quero essa coisa leve, essa coisa passageira que eles chamam de atração, que chamam de paixão. Quero a inconstante da emoção. Desejo o calor do peito espalhando pelo rosto, corando as faces, fazendo brilhar os olhos. Quero olhar pra Lua e cantar que a vida é bela. Quero gritar que é bom ser feliz. Quero mergulhar com tudo, ir até o fundo, saltar de ponta cabeça, dar piruetas até ficar tonta. Quero aventuras, quero ir sem rumo, sem hora pra voltar. Quero liberdade. Cansei desses compromissos caóticos com a felicidade. Quero ser feliz e felicidade não se acha, não se conquista, não se compra. Ela está dentro de nós. Por mais clichê que isso pareça.

but baby...

"And now it's bound to be a heartbreak situation
But I can't help it if I'm helpless
Every time that I'm where you are
You walk in and my strength walks out the door
Say my name and I can't fight it any more
Oh I know, I should go
But I need your touch just too damn much
Loving you, That isn't really something I should do
I shouldn't wanna spend my time with you ya
Well I should try to be strong
But baby you're the right kind of wrong"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dividir



Viver com alguém é muito mais do que dividir o teto. Para se viver com alguém não precisa ser na mesma casa, na mesma cama nem na mesma cidade. Viver com alguém é mais do que dividir o almoço, o sono e o sofá; é mais do que dividir o chocolate, a programação da televisão,e o que fazer no final de semana. É mais do que a aliança no dedo, mais do que a troca de presentes no Natal, mais do que o pedido de noivado; é mais do que uma certidão de casamento, mais do que a jura de eternidade, mais do que a promessa de filhos. Viver com alguém é muito mais que quase tudo.

Viver com alguém é render-se, é entregar ao outro a essência de si mesmo. É dividir alegrias, tristezas, planos, sonhos e mágoas. É dividir o coração, permitir que o outro habite em nós, aceitar suas qualidades e defeitos de braços abertos. É banho de chuva, é confissão, jura escondida, beijo roubado, ligação sem motivo,  cumplicidade, confiança, mãos dadas, amor estampado na cara. Viver com alguém é um estado de espírito, e não algo que  possa se tornar maior ou melhor sob o mesmo teto ou com o "papel passado". Viver com alguém é a disposição, é a parceria, a amizade, os segredos divididos, a dança animada, o encontro inesperado, as borboletas no estômago, a saudade inacabável, a plenitude, a satisfação. Viver com alguém é a brincadeira do dia-a-dia, a leveza do olhar, a intensidade do beijo, o pulsar do coração; é a música dedicada, a carta escrita, a poesia lembrada, a lua apaixonada, as estrelas no céu do quarto. É ler naquele rosto sempre uma velha novidade, é ser fascinado por cada gesto, cada palavra e cada risada de canto da boca. Viver com alguém é conversar com olhares, é sintonizar na mesma frequência; é escapar da rotina quando dá, e quando não dá ainda assim ser muito feliz com a rotina que há. É encontrar no outro um caminho de ida, um caminho de volta, uma mão estendida, um porto seguro. Viver com alguém não é somente ter aquele alguém dentro do seu quarto, é muito mais que isso. É ter aquele alguém - mesmo que distante - vivendo o tempo inteiro no coração.

Como o que já me ensinou Cássia Eller...
"Não basta o compromisso, vale mais o coração."

Temporada das Flores


"Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.


Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.


Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...


Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.


Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores..."

(Leoni)