terça-feira, 15 de junho de 2010

Vida de Adulto

Essa tal vida de adulto, que minha mãe sempre me falou, é uma droga mesmo. Passei os últimos dias com os olhos o dia todo no relógio, meus hábitos alimentares jogados no ralo, litros de coca-cola e quilos de chocolate pra aguentar o dia inteiro de pé, horário controlado até pra respirar e, pela primeira vez, tenho vontade e não tenho tempo de estudar. Nessa vida de adulto, ouço há uma semana as mesmas músicas, corro de um lado pro outro, já usei salto alto mais vezes do que em todo o ano passado e nem pras minhas corridas e caminhadas amadas eu tenho um minutinho. Minha mãe tinha razão, agora eu sei como ela se sente. Como um mero sobrevivente da vida. É correr de um lado pro outro pra chegar no fim do mês e nem salário ter na conta. É colocar em jogo os relacionamentos, as amizades e todas as coisas que precisem de tempo. Falando nele, só pra dar um exemplo, hoje eu saí e comprei dois esmaltes às duas da tarde e só AGORA eu reparei que tô com esmalte colado no cabelo. E, pra piorar, o esmalte é vermelho. Há uns dias não paro pra me encarar no espelho, há uns dias só escovo os dentes com a escova que fica na bolsa e nem lembro mais o que seria dormir no sofá, dar um cochilo no meio da tarde.

Minha mãe tinha razão, mais uma vez. E agora eu vou correr, correr pra chegar nem sei onde e sem nem saber o porquê. Vou correr e nem é a corridinha que eu adoro, é a minha mais nova maratona diária: aquela quase invencível, contra o relógio.

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