terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vaidade e Amor




"Like anyone would be

I am flattered by your fascination with me

Like any hot-blooded woman

I have simply wanted an object to crave"



A vaidade humana é algo incorrigível. Por mais que tentemos, abandonar esse vício de se querer sentir desejada, amada, idolatrada é quase impossível se você já o tem. E como confundimos com felicidade. E como confundimos com amor. E como confundimos tudo. Incrível! Difícil dizer quando comecei algo sem ser movida por esse desejo de ser vista. Por quê? Tanta carência faria com que eu parasse de enxergar a realidade do interior dos meus sentimentos? Ou será que nunca ralmente consegui fazer isso? Estou desanimando, pois estou cansada de esperar que algo em um mundo feito para eu ser o centro das atençoes finalmete me ofereça um mocinho para que eu salve. Irônico, não? Ser salva, já não tem tanta graça.

Vai ver é a revolução feminina. Vai ver é a intertextualidade da mulher maravilha. Vai ver meu caso nem Freud explica. E vai ver eu já fui embora, há muito tempo, só esqueci de me despedir.

E quando tudo está absurdamente entorpecido de solidão, reaparece o que me deixa mais tranqüila: uma companhia agradável e prazerosa. Alguém que eu me sinta lisonjeada, encantada pela fascinação expressa por mim. Alguém que eu pense, que seja seguro, que seja sempre meu. É fácil. E triste. E triste. Me sobrou aquela carta esquecida dentro da gaveta, que eu nem sequer lembrava que ainda estava lá. Aquele em que eu pensava como estaria, somente em datas comemorativas. O que me fez juras e eu, simplesmente, desdenhei, esqueci. Uma atitude nobre para alguém que eu considero tão vaidosa, como eu. Ou tão carente. Ou ambos.

A solidão é uma teia na qual você se agarra, pensando estar seguro, mas pode ser delicada, frágil o suficiente para que se rompa e aí você cai em um abismo que ainda não tem nome. Esse buraco negro onde você não enxerga mais o que lhe trouxe ali, o mais longe da esperança possível. É preciso ter cuidado para não se acostumar com essa situação. E o mais difícil é não se curar com a vaidade e acabar amando ser amado. E só.

Um comentário:

  1. É tão bom ser amado e ser o centro das atenções. Mas também quero ser salva e não apenas salvar! A vaidade e o orgulho impedem tantas coisas e endurece! Porém, sem os dois viramos marionetes. Qual o certo? Adorei o texto.

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