quarta-feira, 31 de maio de 2017

das memórias tiradas

O que é isso que se repete, que de tanto não se fala mas que não cessa de durar?
Que não nomeio, porque ninguém ainda nomeou, que é isso de uma promessa que une a todos,
que nos faz sermos mais parecidos, que está nas expressões dos sentimentos mais escondidos ou quem sabe, está ali para ser visto na imensa e não abrupta margem de nós?
O profundo das mudanças que assim com o tempo e como o tempo nos deixam as marcas na pele
E mudar não é estranho antes mesmo de mudar, porque mudamos desde que nascemos,
E as estórias que se contam mudam, essa memória que trazemos conosco, que a mim, se me tirassem, já estaria morta, muda
Nesse aprendizado da vida e de nós quase que paranoico, de escolha intuitiva, de um universo de flores que caem antes que possam ser flores de novo
Como o amor, que muda, que vaga por aí, solto, livre, voraz e que nos invade por vezes, e nos abandona por tantas outras
O que é disso que só os poetas conseguem falar? Deste capricho sorrateiro que brinca com as palavras, que brinca com as emoções, que brinca com o que fica ali e que nos conecta na identificação dos nãos ditos nos espaços que se alargam nas relações, porque as palavras não dizem e não se dizem as palavras
E isso varre o mundo e volta e nunca pára, mas nunca, nunca, nunca.

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