terça-feira, 1 de março de 2011

Pause

Algumas vezes eu consigo silenciar o que me rodeia. Foi o que aconteceu hoje. Era tanta, mas tanta bobagem que eu consegui, por um pequeno e contente espaço de tempo, tornar mudo tudo ao meu redor. Ou me tornar surda, como preferir enxergar. Algumas vezes eu consigo pausar o tempo e flutuar num pequeno instante, por mais efêmero que ele possa ter sido, fazer com que possa ser saboreado um pouco mais, com maior intensidade, por um pouquinho mais de tempo. Mas eu não consigo trazer ao meu redor o brilho das pessoas que eu amo e que me fazem falta todos os dias. Não consigo silenciar o exterior e apenas maximizar o volume daquela risada saborosa e daquele abraço amigo que me aguardava todos os dias. Não consigo voltar no tempo nem pausar os pequenos instantes já vividos e fazer com que eles me acompanhem sempre, aonde quer que eu vá. Não consigo suprimir a minha tristeza com a alegria dos momentos já vividos, das lembranças que eu carrego e com a certeza do amor que eu certamente cultivei. Esse amor me faz falta e me dói todos os dias.
Algumas vezes eu consigo pausar a mim mesma para saborear o que me rodeia. O que eu não consigo, infelizmente, é pausar dentro de mim o sentimento de saudades e de falta, daquela falta cotidiana, que me fazem as pessoas que eu amo. E que me amam de volta. E que certamente teriam dado muitas risadas de tudo o que aconteceu hoje. Elas riem, dentro da minha memória e do meu coração. Eu quero sorrir, mas a distância abafa o sorriso e o som se cala diante de tanta estrada.
Sinto falta de todos os dias que ainda não vivi.

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