quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poemas Diversos

Tem aquele poema do Paulo Leminski que começa dizendo que nascemos em poemas diversos, e que o destino quis que a gente se achasse. E nascemos em poemas diversos, nos livros mais distantes, passamos por muitas outras histórias para chegarmos onde hoje estamos. Somos como as poesias que encerram os livros, só que sem a minha mania de ler de trás para frente, fui obrigada a esperar passar os dedos sobre todas as poesias anteriores, seus dedos manchando, dobrando e rabiscando as folhas com aqueles traços tortos e característicos, chaves e comentários, remissões, aprendizados e viradas de páginas. Passei pelo mesmo ao encontrar contigo. Deixei passar por mim os mais diversos poemas, dos mais apaixonados aos dramáticos, dos cômicos aos trágicos, sempre sem riscar as páginas, com minha mania de nunca dobrar uma folha para me obrigar a reler a obra inteira na busca de uma única passagem; deixei passar por mim todas as poesias a que poderia ter me agarrado com as duas mãos. Passamos por muito e hoje nos encontramos aqui. Na mesma estrofe, mesmo verso, mesma frase. E "mistas, a minha, a tua, a nossa linha". 

És o último dos poemas. E creio que o autor tenha, realmente, deixado o melhor para o final.

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