sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Síndrome Pré-Paul

Acho que nunca fiquei tão ansiosa para algum evento, muito menos para um show. É, talvez isso se deva ao fato de que nunca fui apresentada a nenhuma ocasião que merecesse essa sensação estranha que estou sentindo agora, talvez por não ter realmente muitos ídolos, talvez por nunca me importar muito mesmo com eventos dessa dimensão, talvez por não gostar muito de amontoados de gente, talvez por ser pobre mesmo e não ter saco (leia-se: dinheiro) para poder ir a outros desses mega-super-shows. 

Pois então. Meu querido Hector me deu de presente o ingresso para o show do Paul. Tudo bem se fosse só um ingresso e fosse só um show, tudo bem se fosse só um tal de "Paul". Mas não. Paul é aquele, isso, aquele mesmo, dos Beatles, do cabelo de penico dos anos 60, daqueles quatro bonitinhos que revolucionaram a música no mundo inteiro, daqueles sabe, que eu tenho uma camiseta, daqueles que eu tenho a discografia e um livro lindo, daqueles que cantam a minha música favorita (e aqui um claro protesto por saber que não vou ouvir esse Paul cantar a minha "Don't Ever Change" nesse domingo), daqueles que tenho um bottom e dez mil vontades de ter sido uma adolescente no auge dos 60's. O mesmo Paul daqueles Beatles, daquela década que é a mais próxima de resumir meu gosto musical, é a década de ouro de Elvis, Ronettes, entre dez mil outros, incluindo os brasileiros que também amo de paixão. E, quando eu penso em tudo isso, "Paul" deixa de ser "Paul" e passa a ser algo como uma lenda, um mito e eu encho o olho de lágrimas de ouvir aqui Hey Jude e pensar que domingo serei eu lá, junto com 50 mil, "na na nananana nanana hey juuuuuuuude". Paul passa a ser o mesmo pretty face, o mesmo rostinho que emociona multidões há meio século. Meio século, vai saber o que é isso...

Enfim, pela primeira vez eu sinto o mais próximo que eu talvez vá sentir na minha vida inteira daquele sentimento que chamam de fã. Tenho certeza que nessas duas noites que faltam, eu mal vou dormir. Mal consigo controlar a minha ansiedade e não tô conseguindo dormir, única razão para vir escrever a essa hora mesmo sabendo que amanhã cedo preciso deixar tudo arrumado para me jogar para Porto no sábado pela manhã. Ouvindo Beatles, bebendo suco de uva e sonhando com a noite do dia sete. Sete né, tinha que ser sete. A noite que, muito provavelmente, vai ser uma das mais mágicas da minha vida. É a oportunidade única de ver o sonho se tornar realidade. De deixar os vídeos em p&b para ver ao vivo a minha paixão de pequeninha. Para me juntar aos outros 50 mil para brindar a vida, a música e nananana hey juuuuuuuuuuude.

P.S. - Agora talvez eu entenda aquela legião de fãs histéricas dos 60. E certamente logo logo serei mais uma nessa multidão.

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