sexta-feira, 28 de abril de 2017

Partida

Sabia que eu tinha de lhe deixar
Não poderia mais sustentar meu desejo
Que tempo é este da poesia que vivemos?
É a nossa própria memória
Vives agora aqui nas fissuras que se abrem neste espaço
Que não há lugar para nós
Que nada!
Do tempo do relógio só risco os dias no calendário
A verdade é que do tempo da vida entendo menos,
quem sabe, porque foi o tempo que estive contigo
que me tornei nos últimos anos
Recriar-me.. se os nossos tempos alinhados me desafiam
Fomos quem e para o quê juntos?
Andamos muitas vezes sem rumo
O que eu disse e tu bem o sabes é que cansei
Surpreendentemente algo da lógica que me eras tão fundamental
Se inverteu.
Comecei a perguntar-me se não haver rumo faria mesmo assim estrada?
Senti minha sanidade esvair-se por horas pelos ralos de tudo
Duvidei de tudo. Me desmontei. E fui embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário