sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poesias

Hoje eu queria te escrever uma poesia. Eu não nasci com o dom de ser poeta, mas eu sei exatamente o que eu gostaria de te dizer. Queria te dizer que a minha inspiração é teu toque, teu cheiro, meu arrepio, tua pele, meu suor, teus lábios, a carne macia da tua língua e o sabor das minhas unhas esfregadas na tua barba. O cheiro das roupas espalhadas, o cheiro de casa, de creme, de uvas, de cama, do amor. O sabor do ventre, das bocas,  dos pés e dos olhos, da respiração úmida e do beijo ofegante. Minha inspiração é o meu desejo de me tornar melhor a cada dia para te surpreender. O que me reinventa a cada manhã é a certeza de poder me tornar uma nova mulher ao despertar; o que me faz adormecer tranquila é a felicidade de ser livre para viver verão, outono, inverno e primavera num só dia. Sou tua mulher inconstante, e a constante da tua presença mesmo diante de toda minha impermanência é o que me inspira e me faz te escrever sem que eu saiba direito onde chegar com tantas sensações perdidas e reencontradas sem alguma lógica. Talvez porque o amor não tenha mesmo lógica alguma, seja sempre esse emaranhado de sentimentos e furtos e incompreensíveis sentidos aparentemente desconexos mas no fundo, bem no fundo, conectados por um único e grande desejo denominado amor.
Gostaria de te escrever uma poesia. Sei te escrever tudo o que em ti me inspira, sei te descrever em tudo o que me encanta, sei te admirar a cada dia sob uma nova perspectiva. Mas não sei rimar. E, quem sabe, poesia não seja necessariamente a rima. Poesia talvez seja mesmo esse emaranhado de palavras - que não colam, não batem, não rimam - ordenadas e dispostas de acordo com um único ritmo: o tum-tum do meu coração. Coração que bate forte.
Que não sabe te escrever poesia.
(Acho que com meus tum-tum acabo de te escrever uma música)



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