terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu desaprendi tantas coisas esse ano. Desaprendi a olhar para dentro de mim. Desaprendi a ter uma longa conversa. Desaprendi a cantar. Desaprendi a rezar e a comer bem. Talvez não tenha desaprendido realmente, mas esqueci, perdi a prática. Coloquei outras coisas acima disso tudo que me fazia tão feliz. Eu parei de ver os velhos amigos. Me envolvi com pessoas que não me acrescentavam e nem combinavam comigo. E em algum momento, eu despertei para essa vida que andei contruindo a meio de livros e tragos. E sinceramente, não gostei dela. Me senti vazia por dentro. E entrei em desespero. Mas tudo bem.
É preciso cair para levantar. E as coisas vão entrar em ordem, mais cedo ou mais tarde. O mais difícil de tudo é perceber o que se quer. É abrir os olhos para o que está errado. Ir atrás, por incrível que pareça, é só "papelada".

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Segundos Erros (ou Primeiras Observações)

[O amor cega]

O amor nos cega e assim percebo que os pais são condenados a nunca ver seus filhos crescerem.  A eterna infância dos nossos é a sina da vida de qualquer pai. 

Ontem a Helena chorou por manha pela primeira vez, queria colo. Há alguns dias, tomou suco pela primeira vez. Há umas semanas, sorriu pela primeira vez. E há algumas outras semanas, ela mal tinha nascido. Ela já dorme as noites inteiras, já consegue pegar os próprios brinquedos, já tenta segurar a mamadeira, já se expressa e consegue se fazer entender. E para mim ela ainda tem aqueles nem dois quilos e meio.
Só consigo perceber que ela cresceu quando vejo algumas fotos. Ou quando alguma roupa tem que ser rebaixada à gaveta das que já deixaram de servir. Só consigo perceber que ela está maior quando alguém me diz isso, ou todo início de mês quando ela é medida e pesada pelo médico. Os atuais cinquenta e seis centímetros não me parecem nada maiores do que os quarenta e quatro com que nasceu - praticamente ontem. 

Só consigo perceber que ela está crescendo com o último pacote de fraldas "P" indo embora.
Observo claramente todos os passinhos do seu desenvolvimento, mas não consigo vê-la crescer. Consigo vê-la sorrir, puxar uma cordinha, seguir com os olhos alguém que se movimenta pela sala, a atenção com que se fixa nos desenhos na televisão e nas músicas que ouve. Consigo vê-la ficar pequena para todas as roupas, o meu colo ficando pequeno para bracinhos que esticam tão rapidamente, consigo ver o calor dando as caras e as pernas já não tão magrinhas ficando de fora. Consigo vê-la acostumada ao banho, ao leite, à rotina, mas não consigo enxergá-la nem um centímetro maior do que quando pus os olhos nela pela primeira vez.

Quase três meses já se passaram. Parece pouco, mas juro que foi ontem mesmo que ela nasceu. Juro que foi ontem, quando cheguei em casa, que mal conseguia fazer caber uma fralda mínima naquela pessoa tão pequena e frágil. Juro que foi ontem que os banhos tinham que ser corridos, pois de tão magrinha ela perdia calor com muita facilidade. Juro que não faz mais de uma semana que descobri que estava grávida, que não faz mais de alguns dias que minhas calças deixaram de servir e que os pacotes de bebê começaram a chegar em abundância. Juro que não passei mais de umas horas com os olhos fechados e cá está ela, crescendo. Cochilei durante a noite e acordei com ela já desse tamanho, tenho certeza que foi só uma soneca. E em mais uma piscada pesada de olhos, provavelmente ela estará com três, com treze, com trinta anos. Talvez seja por isso que nunca deixemos de ser os bebês dos nossos pais. Eles estão apaixonados demais para nos ver crescer.
Mais do que nunca entendo quando minha mãe disse que parece que foi ontem. Deve parecer mesmo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Olhos nos Olhos



 "Quando talvez precisar de mim 
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim 
Olhos nos olhos 
Quero ver o que você diz 
Quero ver como suporta me ver tão feliz"

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Uns dias

Uns dias a gente se sente assim, a pior pessoa do mundo. Não tenho coragem de me encarar e me enxergar covarde, parada, muda. Pensei que era uma grande coisa dizer estar aliviada por ter me afastado daquilo que não gosto nem nunca gostei, eis que surge alguém e me faz perguntar onde está a coragem nisso tudo. No abandono? Na desistência? De quanta coragem precisamos para virar as costas? Certamente de menos do que para enfrentar os desgostos, as dúvidas, as inseguranças. Mais uma vez falhei miseravelmente, mais uma vez desisti no meio do caminho. Onde precisamos de coragem para desistir? É verdade, estavas certo com teu comentário. Me envergonho, me deleto, só falo bobagens. Me imbecilizo a cada dia um pouco mais. E nesses dias a gente se sente assim, a pior pessoa do mundo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Toda Noite de Insônia

Todas as noites, na hora de dormir, eu consigo sempre pensar em algo pra escrever. Eu consigo me obrigar a pensar em ti todas as noites, na hora de deitar, como meu último raciocínio consciente ou talvez como o primeiro dos sonhos que eu jamais consigo lembrar que tive. Desses pensamentos se desdobram histórias, contos, fábulas, invenções. Eu consigo me lembrar de mim quando me obrigo a me lembrar de ti. Já não sei se algum dia houve um tu ou só o que houve foi um eu numa outra (mesma) pessoa. Me transformei em segunda pessoa, mas continuei sempre singular. Nunca formei plural com esses pensamentos, esses sonhos, essas ideias absurdas e as lembranças que já não sei distinguir se são reais ou apenas invenção de uma repetição interminável de cenas e fatos e palavras inexistentes; nunca formei nós daquele eu e tu que, francamente, não existiu. Ponho pela milésima vez aquela mesma música que eu ouço sempre que dou de cara com essa caixinha para escrever - e saberias perfeitamente qual a seguinte se pudesses ouvir. Vou no show do Roberto Carlos, sabia? E vou lembrar de ti se ele tocar Outra Vez. Vou lembrar de ti porque tu és nada mais do que uma parte indissolúvel de mim, uma segunda pessoa que carrego aqui dentro e que pode parecer a quem leia se tratar de um ou outro alguém, mas que não passa de uma dedicatória a mim mesma. 

Me dou conta, finalmente, que o tu não tem outro nome senão o meu; que o tu nunca passou de um eu. Um eu fora de mim.

Yesterday Once More


"(...)

It was songs of love that

I would sing to then
And I'd memorize each word
Those old melodies
Still sound so good to me
As they melt the years away



Every Sha-la-la-la
Every Wo-wo-wo
Still shines
Every shing-a-ling-a-ling
That they're starting to sing's
So fine



All my best memories
Come back clearly to me
Some can even make me cry
Just like before
It's yesterday once more"
(The Carpenters)


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Alô?

Alguém aí?
Volto assim que conseguir me olhar de novo.
Enquanto isso, o tempo voa e só me vejo refletida nos pequenos olhos da minha Helena.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Friday I'm in love


It's friday, I'm in love!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

No ponto

Saber escolher as palavras certas, na dose certa é o mesmo que salgar a carne ou apimentar uma comida. Tem que ser certeiro, se não, passa do ponto. As palavras possuem um poder imesurável. Perdem-se nas nossas bocas. Umedecem os olhos. Aceleram o coração. As palavras podem ser flechas ou bençãos. Podem atravessar nossa alma e nos fazer sangrar até a morte. Mas podem nos trazer de volta à vida, também. Encher nossos corações de luz.
O problema é quando não conseguimos falar o que sentimos bem no fundo. É quando as palavras faltam. Entramos em pânico e um silêncio mortal se instala no ar. Ainda bem que ainda temos os nossos olhos para falarem por nós quando não nenhum som é capaz de sair das nossas bocas.

Primeiros Erros

Primeiro veio a necessidade de alimentar, a preocupação com a saúde, o cuidado com as fraldas. Depois veio o conhecer, o decifrar daquela pequena criaturinha de grandes olhos que me encaravam franzidos ainda desacostumados com a claridade do nosso mundo. Veio a ansiedade com doze longos dias de hospital, a insegurança ao levá-la para casa e me julgar incapaz de zelar por aquela pequena indefesa. Sobravam planos e certezas, nunca me passou pela cabeça que as coisas poderiam não sair exatamente da maneira como planejei. Mas depois de tantos cuidados, entre mamadeiras e fraldas e roupas e banhos, algo ainda estava incompleto. E, em um desses longos dias onde me flagrei pasma com a maravilhosa sensação de perceber a pequena moça a quem o destino havia me confiado a vida, consegui finalmente encontrar o espaço ainda vazio.
É do meu feitio planejar, mas a vida não é lugar para vidas linearmente organizadas e perfeitamente dispostas. Helena nasceu desafiando meus planos e eu teria aprendido um pouco mais rápido caso fosse menos resistente e teimosa. Decidiu vir ao mundo (bem) antes do tempo. Já havia me programado para o nascimento, então no dia que fui à médica e saí do consultório com a notícia de que, aos oito meses de gestação, ela não passaria daquele dia, pirei. Depois do nascimento, os planos de trazê-la imediatamente para casa foram igualmente frustrados pelas lições que ela, que acabara de nascer, já teria que me dar. Foram doze dias de internação, encarando firmemente o quarto verde, decorado e vazio. Foram doze dias intermináveis de conversas com enfermeiras, sentada numa poltrona preta em uma pequena sala onde ficava a morada provisória da mocinha. Sutis goles de paciência que eu bebia à força. Em casa, a decisão de dormir no seu próprio quarto foi desaconselhada pelos médicos (e mais uma das minhas determinações pelo ralo) pois prematura ela precisaria de cuidados especiais.
Foi então que, num desses longos dias de que já falei, pude finalmente me dar conta do que faltava em todos os meus planos e em mim. O que faltou nos planos foi rasgar os planos. O que faltou em mim foi espaço para a intuição, para deixar o coração na mão, para me entregar a um amor que eu não saberia como mensurar ou mesmo como explicar. Faltou em todo o meu planejamento deixar espaço para o amor. Faltou deixar o amor fluir naturalmente, ditar seu ritmo, fazer sua parte. E foi encarando enquanto ela dormia tranquilamente que me veio a certeza de que a maior prova de amor é o improviso. É deixar o amor falar mais alto. É dar importância, além da alimentação e das fraldas limpas, ao tempo. É valorizar cada descoberta, cada minuto. O amor constrói a confiança, a segurança, a tranquilidade. O amor engrandece o maior dos amores, alimenta a felicidade. O amor improvisa e não se cansa de acertar.

P.S. E ontem ela já dormiu no seu quarto.

domingo, 7 de agosto de 2011

Se Eu Soubesse



"Ah, se eu soubesse nem olhava a lagoa
Não ia mais à praia
De noite não gingava a saia, não dormia nua
Pobre de mim
Sonhar contigo, jamais

Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole, outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz

Mas acontece que eu sorri para ti
E aí, larari, lairiri..."

(Chico Buarque e Thais Gulin)



Do novo e maravilhoso cd "Chico".

sábado, 6 de agosto de 2011

Abstinência

Somos todos dependentes, viciados, cheios de manias. Dependentes em diversos graus, mas sempre dependentes de algo (ou alguém). Viciados em drogas, em álcool, em sono, em comida, em sentimentos, em sensações. Com tiques, manias ou hábitos, e que aí cada um se sinta à vontade para dar o nome que lhe couber. Sou viciada, dependente, maniática por sensações. Por reviver os fantasmas. Uso das músicas, das poesias, dos sonhos, das lembranças e de todos artifícios que consigo para aproximar as assombrações das quais deveria fugir. 
Volto a cena quantas vezes forem necessárias para lembrar a cor dos arranjos que ficavam em cima da mesa, para tatear novamente o mesmo corpo, para provar uma vez mais aquele vinho. Ponho sempre a mesma música para começar a escrever sobre qualquer assunto; a mesma música há tanto tempo, há tanta distância, há tanto... Abre sempre uma fenda no meio do peito. E eu gosto. Gosto do sabor amargo e da dor suportável que causa no peito cada um dos tuns dessa música porcaria que sei lá por que razão elegi para ser A música. E depois dela, sempre a mesma sequência. De músicas, sabores e pensamentos. Sempre a mesma necessidade - e, pasmem, vontade - de sofrer os mesmos atos, de perguntar os mesmos porquês, de revolver pela milésima vez o buraco que já deveria ter fechado.
Há fendas que nunca fecham. Sou uma daquelas que remexe até o final. Eu não me contento com o recalque, com a dor dissimulada, com o sofrimento mal vivido. Vivo até a última gota que brota da ferida que não vai fechar, saboreio o desprazer dos erros e dos acertos. Acertar também pode ser amargo e dolorido. Fazer o que é certo nem sempre é se fazer feliz. Sou feliz dentro da infelicidade de poder passar o resto da minha vida mastigando o sabor das escolhas que (não) fiz, redescobrindo sensações em cada cena que já passou. Como um filme que revejo pela milésima vez. A mesma trilha, mesmas falas, mas sempre um novo ângulo para se surpreender.

E a ausência desses goles de dor e prazer são a minha crise de abstinência. A razão pela qual perco as palavras, os sentidos e a vida da ponta dos dedos. Sou uma viciada em viver novamente aquilo que jamais deveria ser revivido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Não consigo escrever. Deu pane.
Travou tudo. 
O então pequeno vazio engoliu o todo.
Preciso colocar de novo a cara no espelho, me encarar, me enxergar, me ver.
Redescobrir o que restou.

Me atirei ao precipício. Preciso de novo me encontrar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A cabeça demora um tempo para reorganizar os pensamentos. Os olhos demoram algum tempo para conseguir voltar a focar algo além dos minúsculos dedos que apertam meu nariz logo pela manhã. Não perdemos, apenas readequamos o foco. Preciso lhe contar algumas coisas, lhe confessar alguns segredos que me invadiram nos últimos tempos, preciso lhe dizer que ele esteve aqui, que ele vasculhou a nossa casa e os nossos retratos, porém guardarei para lhe dizer todas essas coisas assim que eu puder ordená-las de forma mesmo mais ou menos mas com alguma maneira que faça sentido. Por hoje eu só gostaria de olhar nos seus olhos e dizer que estou feliz, sem mais. Que os meus pensamentos e a minha vigia estão em torno de algo que sempre desejei e sempre pareceu distante e até mesmo inatingível e hoje estou realizada ouvindo músicas, comendo minhas bolachas brancas e envolvida no cheiro doce que não me abandona mais.
Volto outra hora para poder lhe contar todas as coisas que me aconteceram enquanto eu estive longe de mim mesma.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Aos amores

Todo mundo sabe como o amor começa.

O amor começa com um olhar, um beijo, um cheiro. Começa com a cumplicidade, com os dedos entrelaçados, as juras de amor eterno e as noites intermináveis sob um céu cravejado de estrelas. Todo mundo sabe como o amor começa e como o amor acaba, mas poucas pessoas conseguem descobrir como o amor se mantém.
O amor se mantém com as bolachas amanteigadas, se prolonga no sabor da geleia de frutas espalhada sobre as torradas, engrandece com o encaixe dos corações estampados nas xícaras, se multiplica na espuma que se avoluma sobre a louça da cozinha. O amor se alimenta do rastro da bagunça que ela deixou, dos cabelos perdidos nos azulejos do banheiro, das flores que ele embrulha pela casa, das manias que ela compartilha em silêncio.
O amor começa com dois e se prolonga com três. Cresce infinitamente com uma pele rosada e minúsculos pés que se cruzam de felicidade. O amor se materializa com um choro fino e um cheiro doce, um par de olhos brilhantes e bochechas gordinhas - e amarelas. E é nesse ponto, entre biscoitos e canecas, entre móveis e paredes, entre sonhos e realidade, que o amor toma sua real forma e se torna verdadeiramente infinito (e deliciosamente mais bonito).


Originalmente rabiscado no primeiro pedaço de papel que encontrei pela frente.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Perdi as Chaves

As cobertas entrelaçavam as minhas pernas e me lembravam de quando você as puxava para si. Hoje tenho todas para mim e nunca passei tanto frio. O café esfriou, a luz apagou, a porta fechou. Tudo parou aqui dentro. Há de fato um vento gelado que aumenta nos finais de semana, junto aos goles de uísque que descem queimando minha garganta cheia de palavras trancafiadas.

Se, por acaso, um dia me perguntarem o que mais me lembro de você vou dizer que é quando enrolava seu cabelo com as pontas dos dedos delicadamente e deixava seu pensamento voar longe. Ninguém seria capaz de adivinhar o que se passava na sua cabeça nessas horas. Você ainda tem esse hábito? Diria na verdade que você brinca com esses seus belos longos fios cor de ouro. Como estará seu cabelo? Por favor, nunca o corte.

Puxa, o tempo passou rápido. Já não foi ontem que lhe vi pela última vez. Incrível como o tempo pode roubar os momentos para si. Tomou-me meu presente e o transformou em seu passado. Queria dizer que meu presente anda bem. Que anda leve, que anda tranqüilo. Mas não, infelizmente. Acho que escolhi me tornar distante de tudo, de todos. Ando lendo muito. Ando caminhando sozinho, olhando para o chão. Talvez queira encontrar alguma pista na calçada de algum caminho que deva tomar. Ou talvez não queira melhorar. Estou agarrado demais a minha tristeza, a minha solidão. Apeguei-me a ela. Fico me perguntando se haverá alguém para me acordar desse sono profundo em que me encontro ultimamente. Tem sido uma fase estranha em minha vida, verdade.

Mas o que mais me incomoda é esse espaço que há entre nós. Há tanto espaço em minha vida também mal preenchido. As coisas saíram do lugar. Eu acordei e além do frio, senti como se minha vida não fosse minha. Parece que perdi o que eu tinha de especial. Ou talvez fosse você que me lembrava das coisas especiais que eu possuía dentro de mim. Tenho a impressão que perdi as chaves de casa. Escondi tão bem que eu me esqueci de onde as guardei. E agora? Como faço para entrar? Como faço para ter você de volta?

domingo, 10 de julho de 2011

Espatódea


Em homenagem ao maior amor do mundo, que ainda estou descobrindo, tocando, cheirando, conhecendo.
Uma música, pois não tenho ainda palavras.
Quando tiver, prometo que venho aqui louvar o amor mais cheiroso e delicado que já conheci.

domingo, 3 de julho de 2011

as horas, a carta

Uma hora dessas eu vou sentar aqui para te escrever uma carta e dizer de todas as angústias que eu sinto, de todos os amores que eu tenho e de todo o tempo que te carrego aqui dentro. Alguma hora eu vou parar de rabiscar teu nome nos cadernos e vou finalmente atualizar o livro colorido com as páginas que já merecem teu nome e com as mudanças que tu já trazes e com todo o amor que já representas. Nessa hora eu vou deixar transparecer tudo o que escondi durante os últimos tempos e vou deixar que todos saibam o tamanho da falta de palavras e de nexos e de sensações para expressar os pequenos carinhos que recebo e todas as demonstrações tão sutis que me deixam ainda mais sem fôlego e com um tantinho a mais de felicidade, bem no meio desse coração que bate por três.

sábado, 25 de junho de 2011

Querido Diário


""Querido diário"
Hoje o inimigo veio,veio me espreitar
Armou tocaia lána curva do rio
Trouxe um porrete, um porrete a "mode" me quebrar
mas eu não quebro não, porque sou macio, viu?!"

(Chico Buarque)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

a pessoa certa

Não basta ser a pessoa certa. Tem que ser a pessoa certa no lugar certo, com o olhar certo, com o caminho certo, com as dúvidas certas, com o mesmo coração na mão, a mesma incerteza no bolso e a mesma cabeça cheia de planos. Não basta ser a pessoa certa. Ela tem que ser a pessoa. Tem que encher o peito com as vontades que jamais alguém inspirou, tem que dar vontade de voar, tem que fazer largar tudo, tem que fazer rasgar os planos, mudar, mudar e mudar tudo de novo se for necessário. Tem que ser alguém por quem dançar na chuva, por quem correr na rua, por quem fazer surpresas, por quem se emocionar e largar tudo. Tem que ser aquele alguém que aperta o estômago, que faz suar as mãos, que faz pular o coração da boca, que faz sorrir, que faz chorar de emoção. Tem que ser o alguém que não faz sentir nenhuma borboleta, nem nenhum coração pulante nem nenhum choro... Tem que ser aquele alguém que nos desperta um amor real, possível e verdadeiro. O alguém que nos enche de confiança e faz transbordar plenitude, mesmo sem as mãos suadas, sem o estômago atordoado de sensações, sem as nuvens sob os pés. 
Não basta ser a pessoa certa. Temos que ser a sua pessoa certa também.

Tem que ser alguém capaz de nos encher a vida de vida, o coração de amor e o rosto de sorrisos.
De forma simples, sutil, mas arrebatadora.