sábado, 7 de novembro de 2009

O Rei da Selva



No começo da espécia humana, o homem não estava contente em ser o que era. Portanto, reuniu os animais da selva para que lhe ajudassem com suas insatisfações. O homem dizia que se sentia inferior, sem grandes poderes, sem grandes bençãos divinas. Então, pediu velocidade. A onça, muito veloz, deu sua velocidade ao homem. Ele se sentiu poderoso, no princípio. Corria mais rapidamente, se movimentava mais rapidamente, assim, era melhor em várias aventuras, caçadas, lutas. Era inimaginável o que não poderia alcançar com toda aquela velocidade. Mas um dia, viu que não era o suficiente, então, queria força, dessa vez, foi o gorila que lhe deu força para caçar, lutar e sobreviver. O homem usou aquele presente para caçar, ter mais resistência para correr, escalar, atravessas rios. Mas uma hora, não era mais tão prazeroso. Precisava ser mais hábil, mais cuidadoso, mais silencioso. A cobra, singela e sinistra, lhe deu mais este poder. O homem ainda achava que faltava alguma coisa, então pediu ser mais ágil, para poder se desvencilhar melhor dos perigos. A lebre, lhe deu este presente. O homem agora se julgava invencível. Podia competir de igual para igual com muitos predadores. Era mais veloz, mais forte, mais ágil e silencioso. No início era como o paraíso. Eles se sentiam orgulhosos, vaidosos pelas tantas qualidades que obtiveram nos últimos tempos. Presentes abençoados dos animais da selva. Ainda não sabiam ao certo porque eles teriam feito isso, sem pedir nada em troca. O homem não sabia que o coração dos animais era puro. O homem sofria antes por se julgar inferior, incapaz. Os animais acharam que dando o que o homem queria, ele ia ficar satisfeito e realizado. Ia conhecer a paz que eles conheciam. O sentimento de se sentir valorizado, útil e feliz. Mas foi tudo uma grande ilusão. A natureza deu ao homem tudo que ele pedira. E ele queria mais, sempre mais. Até que pediu o governo da selva, o lugar do pódio, o trono do rei. O leão, rei da selva, refletiu durante dias, semanas, até que veio ao homem e lhe comunicou que daria mais esse poder. Que lhe deixaria tomar conta da selva e de tudo que pertencesse a ela. O homem deveria organizar, cuidar e protegê-la, mantendo o equilíbrio de todas as plantas, de todos os animais, do ar, da terra e da água. O homem, não podendo conter seu entusiasmo dentro de si, mal conseguiu agradecer, comemorando aos pulos e gargalhadas ele havia enfim triunfado. Era o rei, o dono das matas, dos animais. O ser mais capaz e mais inteligente para administrar a selva.
Se passaram alguns anos para que o homem não se sentisse mais tão realizado e feliz com a posição que havia assumido. De repente, a vida teria se tornado monótona, sem graça demais para ele. Não havia mais nada a pedir aos animais, eles já o haviam dado tudo que tinham para dar. A natureza estava parcialmente destruída, com certos danos remarcáveis, as coisas não eram mais como antigamente. O desequilíbrio da selva era notável e com potencialmente destrutivo. Tudo isso causado pelo desinteresse do homem e pela sua ganância, vaidade, egoísmo. Ele usara de suas habilidades para escravizar outros homens, para encurralar animais, até mesmo extinguir espécies e matar os de sua mesma. No lugar da esperança e da calma do vede, veio a solidão e a melancolia do cinza. Novos valores tomaram conta dos pensamentos do bicho homem. Novas formas de constituir tribos. Maiores e incrivelmente mais independentes e individualistas. A troca se deu por moedas e papéis. As coroas eram de ouro, o mesmo ouro que alguém sofria para buscar. Exploração, pobreza, desigualdade. Dor, tristeza, frustração.

Então o Leão, pensou no que ele teria feito! Teria dado a sua selva tão amada querida para um animal que só pensava em seu bem estar, ferindo aos outros, desiquilibrando o sistema essencial e natural das coisas. Mágoas, abandono, destruição. Isso não fazia parte de seu reino. Onde estara com a cabeça quando dera o trono para uma espécie tão inferior? Tão mesquinha e pretenciosa? Tão julgavelmente insana e lunática? Uns se julgam melhores, enganados pela vaidade que corrompe e corrói os coraçãos sinceros e puros. Por que cometi tamanha atrocidade com meus amados companheiros? Então, ele permaneceu em silêncio. Na verdade, um leve sorriso brilhou em seus olhos dourados. O homem precisava subir para cair e quando estivesse lá embaixo, a bera da ruína, do fracasso total, do abandono, ia dar razão as coisas essenciais que triufavam antigamente na selva: o bem e tudo que vem com ele. A paz, a união, a cordialidade, a compaixão, o companheirismo, a amizade, o amor. O leão ficou satisfeito, tinha cumprido seu papel de rei da selva. Ele havia salvado o homem, ironicamente, salvo por ele próprio.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Equilíbrio


Acredito que, em alguma hora da vida, acabamos encontrando o equilíbrio. Um ponto da nossa jornada onde aprendemos a lidar mais calmamente com nossos conflitos e os problemas que nos rodeiam. Um ponto aonde nossas besteiras cotidianas não conseguem mais nos afligir tanto, nem nos fazer perder o sono ou a fome e o interesse. Tenho certeza que este equilíbrio não surge repentinamente dentro de nós, mas é o fruto de muito exercício de compreensão e paciência não só com quem nos cerca ou com aquilo que nos afeta, como também com nós mesmos. É necessário olhar para dentro, tentar entender porque determinadas coisas nos perturbam tanto. É necessário conhecer a si mesmo.

Precisamos voltar, ser sinceros conosco e com nossos corações; ter calma e entender que as coisas possuem um sentido, e que todas os obstáculos trazem consigo aprendizados. Somos submetidos a provações durante toda a vida, mas não é somente conseguir sobreviver à prova o que nos torna vitoriosos, e sim o fato de sairmos melhores e mais evoluídos de cada um desses 'testes' que a vida nos aplica. Necessitamos de justiça e paciência, além de muito amor e esperança para alimentar nossos corações; necessitamos de aprendizado para nos aprimorarmos e nos tornarmos pessoas dignas de tantos sentimentos nobres. Semear com consciência, cultivar com responsabilidade para colher em abundância. Precisamos nos tornar melhores como pessoas, para cativar aqueles que nos cercam a também serem melhores. Não podemos esperar que o outro decida melhorar-se primeiro: deve partir de cada um de nós a iniciativa.

Após muito trabalho, muita paciência e muitas provas, encontramos o que chamamos de equilíbrio. Aquele verdadeiro, cuja paz nada é capaz de abalar. Encontramos dentro de cada um de nós o caminho da própria felicidade, sem que para isso seja necessário um outro alguém e suas sementes. Nos tornamos suficientes para os nossos próprios corações e, a partir daí, tudo que vem a nós somente tem a acrescentar. Perdemos a idéia de que nascemos incompletos, e ganhamos muita força e confiança em nós mesmos. A semente que foi plantada é regada e com certeza será colhida. Estou recém no início da longa jornada, mas o quanto antes o bem for plantado, mais seus frutos serão doces quando eu precisar deles. É só um conselho, mas se eu fosse você, plantaria também.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Que Eu Também Não Entendo

"Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito prá ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo..."

(Jota Quest)

Só depende de você


Às vezes querer demais cansa. As chaves da prisão de ferro que construímos é lutar contra o que nos deixa deprimidos. E quando se quer algo demais, não prestamos atenção no resto das coisas que estão a nossa espera para serem valorizadas, descobertas e admiradas. Quando se quer algo com todas as forças, esse algo raramente chega porque agimos impulsvamente, somos abusivos e intolerantes. Sim, pois a ansiedade faz com que percamos a calma e a sensatez. É preciso de lucidez para tatearmos o chão que estamos pisando, para sabermos com quem lidamos, aonde queremos ir e com quem. Pergunte-se mais: "é isso que eu quero? O que eu desejo?"

Quando queremos alguma coisa de todo coração, exageramos na forma como agimos e pensamos para que a vontade seja consumada. Nos tornamos manipuladores e egoístas. Nessas horas, o relógio não parece contar para trás? Tenha paz para, assim, transmití-la e recebê-la. Ninguém vai querer apostar as fichas numa maluca psicopata que deseja alucinadamente encontrar o príncipe encantado. Não trate seus casos, paixões, amores, enfim, como se fossem presas. E muito menos fáceis. Pense que todos estamos aqui para aprendermos juntos, sim, mas que cada um é responsável pelo próprio caminho da felicidade e equílibrio. Por isso, o estado do espírito é algo individual, depende exclusivamente de nós. Não se deve cobrar os outros por nos fazerem felizes ou realizados. E nem dependermos dos outros para sermos felizes. Não se deve culpar o outro por não termos o que desejamos, nós temos o que merecemos ter. Por motivos reais e explícitos e/ou por fazermos parte de um plano maior.

Se não conseguir isso de imeadiato, tudo bem, mas pelo menos tente pensar assim. Verá que nada muito banal pode lhe abalar quando tiver a confiança de que a felicidade plena depende do quanto você nutre sua alma de sentimentos bons. E isso, só depende de você. A independência é algo que se adquire com doutrinas diárias das tantas batalhas que ainda precisamos ganhar. As batalhas da evolução. As conquistas pelas quais nos abrimos para algo muito maior do que podemos ver quando não somos livres. Livres da dependência do outro para nos sentirmos seguros e confiantes. Livres dessa ilusão que criamos e pela qual nos apegamos. Porque, na verdade, todos os sentimentos e atitudes que nutrimos sozinhos, continuaremos a alimentá-los quando estivermos em um relacionamento. Não deixaremos de ser egoístas e ciumentos, vamos continuar assim sendo se não mudarmos sozinhos. Não se muda pelo outro, se muda por nós mesmos.
Quando entendermos que só cabe a nós o papel principal dessa louca peça cheia de aventuras e surpresas que se chama vida, deixaremos a máscara de vítima, de mocinha que precisa ser salva para trás e aprenderemos a atuar sem máscara alguma, em busca do verdadeiro melhor. Aprenderemos que os valores sinceros estão dentro de nós. Eles só precisam de uma chance para subir no palco.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sob Medida


Tem pessoas que surgem nas nossas vidas e parecem que foram feitas sob medida para nós, em todos os aspectos. Nem que eu me parasse a 'encomendar' pessoas para me rodear, teria ao meu lado aquelas tão perfeitas para mim, em todas as suas características. Teria encomendado algumas amigas... Seriam lindas, inteligentes, compreensivas e companheiras de todas as horas. Mas não seriam tão diferentes entre si e, na verdade, não seriam tantas. Mas são um conjunto lindo de ver. Uma tem toda aquela calma, aquela paz e um jeito que adoramos imitar. A outra parece ligada na tomada, trabalha e estuda, estuda e trabalha, e nunca para de fazer piada. Uma nunca briga com ninguém, fala finiiiinho e é de uma organização incrível. Outra tem a fama de braba, mas faz bastante tempo que já não briga com muita gente. Uma é a namoradeira, vários casos e um esforço danado pra seguir o ritmo dela. A outra é a sinceridade em pessoa, um coração tamanho gigante e sempre uma bola fora pra fazer todo mundo rir. E nem que eu desenhasse todas à mão, seriam tão lindas como são naturalmente.

Mesma coisa com ele. Eu teria esquecido de algo que o faz tão especial. Sim, no meu desenho ele seria loiro, teria o sorriso lindo, entre muitas outras coisas que eu adoro. Mas eu não o planejaria mais novo, nem mais tímido, nem mais carinhoso - teria errado em todos esses quesitos. No meu plano ele não seria a dedicação em pessoa, ou talvez eu também esquecesse da família maravilhosa que ele tem, ou daquilo que ele tem de gostar de me fazer surpresas, ou daquele dom de me fazer dormir passando a mão no meu cabelo, ou daquele coração bonzinho e daquela mão que me aperta. Talvez esquecesse os ombros largos, os olhos castanhos com um pouquinho só de verde, a mania de usar boné e de não gostar de calças. Talvez esquecesse aquele jeito de me pegar no colo ou de segurar forte a minha mão - e aí nada mais seria tão perfeito.

Acredito que essas pessoas são feitas especialmente para nós, seja para crescermos ou para sermos mais felizes. E acredito também que suas presenças me tornam uma pessoa mais feliz. Há aquelas que nos ensinam com seus erros, outras nos realizam com seus acertos, algumas nos inquietam com suas dúvidas e outras nos estimulam com suas certezas. Mas nada é tão certo como a certeza de que nada é em vão. Se é assim, se alguém entrou em nossa estrada, é porque deveria ser assim. As pessoas são, talvez, como o nosso destino: feito sob medida.

"E quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho

E te mudou a direção

E quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar..."

Metal Contra As Nuvens

"Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora.
Apenas começamos."
Legião Urbana

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vendo Desânimo


É, tem dias que tá tudo tão bem mas tããão bem... Que alguma coisa, uma das poucas coisas capazes de estragar tanta faceirice, acontece. E por uns minutos eu revejo os planos, os caminhos e me paro no meio da escada, sem muita certeza se quero subir ou descer. Por enquanto, quero mesmo é ficar parada. Deixa os prazos me afogarem, deixa meus pés pra cima, deixa meu humor detestável. Tô vendendo meu desânimo e pra quem não quiser pagar por ele, eu dou. Porque tem demais aqui e chega até a incomodar essa falta toda de motivação. Parei no meio do caminho, parei na contramão.

Em alguns momentos, voltarei com a animação habitual. Assim espero.

Estranha Paz


"Troquei você da minha estante pro álbum de fotografias e apaguei qualquer sinal da tua geografia. Sobrou o espaço que você deixou na minha vida. O tempo vai se encarregar de fechar essa ferida. Estranha paz invade as horas do viver, traz o bem que se quer pra esquecer. Depois que você se foi sobraram cacos pelo chão. Eu junto forças pra juntar os restos do meu coração. Ficou mais claro pra entender coisas que nunca serei dono. Esse silêncio é especial, mas enche os dias de abandono. A paciência vai trazer as chaves da prisão. De posse desse céu azul. Assinarei o teu perdão."
Alemão Ronaldo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tudo Certo


Eu adoro essa sensação, de que tá 'tudo certo'.

Por mais que algumas coisas sempre estejam fora do lugar e que nunca deixe de haver coisas a serem reparadas e aprimoradas, eu adoro sentir que as coisas estão certas. Que o caminho é o certo, que a decisão seja a acertada, talvez pela primeira vez na vida em algum sentido. Adoro me sentir caminhando na direção correta, e não somente deixando que a maré me leve com a sua correnteza. Eu gosto de ter claro dentro de mim que o caminho é bom e, principalmente, que a decisão de trilhá-lo foi minha. Eu gosto de me sentir segura, de hoje deitar a cabeça no travesseiro e pensar 'ainda bem, deu tudo certo'. Por mais que sempre haja complicações a resolver, caminhos para decidir e coisas a organizar, eu gosto de saber que no final vai estar tudo bem. Porque eu escolhi o meu caminho, e é exatamente aqui onde eu gostaria de estar.


E hoje eu vou dormir com essa certeza... Eu sei onde estou e muito bem aonde desejo chegar. Ainda bem.

O que é felicidade?


O que é felicidade pra você?


Se essa pergunta nunca passou pela sua cabeça, pelo menos assistiu alguma propaganda de margarina em que ela estava lá. Eles mostram que é através das pequenas coisas diárias que nos tornamos mais felizes. Será que somos tão apegados ao material? Tão agarrados nos nossos instintos para sermos felizes? Creio que sim. Mas será que é o suficiente?

Bem, se precisamos do doce para afastar o sabor amargo que a vida pode nos trazer ou se precisamos sentir o Sol esquentar nossos rostos para descongelar o coração ferido e há tanto adormecido. Se precisamos de um banho de mar para afastar o mal que nos corrói e a mágoa que machuca e a aperta o peito quando pensamos em alguém. Se precisamos de uma corrida desenfreada para liberar um pouco da adrenalina que está escondida naqules momentos que o coração bate forte e você não consegue raciocinar muito bem. Se precisamos caminhar na madrugada, de volta para casa, depois de uma noite de discussões, desentendimentos e olhar para a Lua para esquecer um pouco dos problemas que caminham ao seu lado, sem você, ao menos, notar. Bem, se precisamos de tudo isso e muito mais para aguentar e aliviar as dores humanas, eu digo que isso não é felicidade. Isso é remédio para a tristeza e para a decepcção. Somos mais que isso.

Porém, se é preciso uma corrida para ter mais saúde e enfrentar os problemas com tranquilidade. Se cozinhar um doce no final do dia para a família e reuní-los para conversar e contar como foi o dia. Se deixamos o Sol bater no rosto para sentir o calor gostoso que faz tão bem e notarmos como pode mudar o nosso humor para melhor um simples raio de luz como um conselho inesperado de sua melhor amiga. Se precisamos caminhar de volta para casa depois de uma noite difícil para reorganizarmos os pensamentos e acharmos a solução adequada para o problema que nos está acompanhando momentaneamente e se você me disser que se precisamos da luz da Lua para relembrarmos aquele lindo momento em que o luar iluminou dois pares de olhos brilhantes que admiravam as constelações que eles mesmo criaram, eu digo, sim. Isso é a felicidade fantasiada. Ou melhor, subterfúgios, caminhos, desculpas para que comemoremos os sentimentos valiosos que nos enchem o peito de alegrias e paz . Eu diria, que são entradas ou acompanhamentos, mas nunca, o prato principal.

Tudo depende de como você encara a vida e as barreiras que ela nos impõe. Assumir a responsabilidade dos atos e lutar com dignidade e coragem para vencer seja o que for. Se a montanha está lá é porque você pode montá-la e, assim, ver o horizonte de cima, de um ângulo muito melhor do que o de lá debaixo. Portanto, veja a vida de cima. Seja mais do que sequer cogitou que poderia ser, porque você pode. Felicidade é descobrir isso. Acreditar que não há fronteiras nem linha de chegada. Somos eternos.

sábado, 31 de outubro de 2009

Wouldn't It Be Nice?


"Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong

You know it's gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together

Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

Happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending
Wouldn't it be nice?"

(Beach Boys)

Kid Abelha


"Saí de casa a procura de ilusões, de coincidências e confirmações.

Alguém com seu nome, alguma lembrança, alguma palavra, aquelas canções.

O mundo assim parece tão pequeno

E eu continuo tendo visões.
(...)

O mundo assim parece tão imenso

E eu continuo vivendo em vão.
Fora tanto que eu me perco, fora tudo mais que eu penso..."

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Todos Estão Surdos


"Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

(...)

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém."


Roberto Carlos

Meu último reajuste


Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!


Fernando Pessoa


Olhei essa mensagem hoje e meu coração bateu mais forte. Resolvi mudar, há um belo tempo na verdade eu resolvi mudar. Hoje colho muito do que plantei, das tantas mudanças interiores que sofri. Mas, ainda assim, há alguns detalhes na pintura que estragam o conjunto, que ferem a beleza da paisagem. Já não podia conviver com isso. Foi uma questão de respeito, honra. Eu nem tenho mais orgulho, o que me resta era o medo e a ansiedade. Agora eu permaneço, digamos que... aterrorizada. Porém, tenho fé que manterei a compustura e a paz vai falar por mim. Era preciso arrumar o que me incomodava profundamente. Mesmo disfarçando, há certos desabafos e desentendimentos que necessitam ser reajustados. Pra isso, são preciso palavras. Ah! Eu confio no poder que as palavras têm para trazer a harmonia em corações há tanto aflitos. Eu acredito na minha intenção de nos melhorar como pessos enfrentando nosssos medos. Desafiando o inacreditável, perdoando os erros, esquecendo as mágoas de corpo e alma. A profundeza de sentimentos que escondemos de nós mesmos é algo incrível, nosso interior é uma labirinto obscuro. Contudo, com tolerância e paciência, eu sairei melhor do que entrei. Muito melhor. E você, também, meu bem. Há muito mais para se comemorar do que você imagina. Nada de ruim pode nos unir. E se não houver nada realmente de puro e bom pra nos manter juntos, seja pelo laço que for, eu seguirei em paz, enfim. Perdoar me parece tão fácil nos dias de hoje. Sabe-se lá onde meu rancor foi parar. Acho que nem sei mais como é sentir isso. E sabe que faz um bem danado? Eu tô é rido a toa..
Cada um tem o dom de se libertar de seja o que for que faz doer o peito, que faz só incomodar. E sabe no fundo como fazê-lo. Basta ver com os olhos da consciência. A consciência é o poder que Deus nos deu para observarmos o nosso coração mais de perto e escolher o melhor caminho.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Altar Particular

É, eu gostei...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sozinho

"Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?"

(Caetano Veloso)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Yellow





















"Look at the stars,
Look how they shine for you
and all the things you do.
Yes, they wer all yellow.


(...)


So then I took my turn,
Oh what a thing to have done,
And it was all Yellow


Your skin
Oh yeah, your skin and bones,
Turn into something beautiful,
Do you know?
You know I love you so,You know I love you so


(...)


For you I'd bleed myself dry."


(Yellow - Coldplay)




Para um amigo especial.

O que se leva da vida...


As vezes estamos tão ocupados esperando grandes sonhos se tornarem realidade que esquecemos de olhar ao nosso redor. Ficamos... Torcendo para que o grande amor de nossas vidas bata na porta sem precisar de um motivo qualquer, torcendo para que aqueles números sejam verdadeiramente os da sorte e nos deixem ricos da noite para o dia, torcendo para que aquele emprego dos sonhos nos encontre em alguma esquina da vida e, de preferência, que seja numa esquina próxima. Ficamos tão ocupados planejando o que faremos no dia em que formos 'felizes e completos' que esquecemos de vez que a felicidade e completude estão aqui, bem dentro de cada um de nós.

Perdemos a grande amizade que pedimos nos sonhos, porque esperávamos que ela caísse do céu, sorriso aberto e mão estendida, e não que ela estivesse sentada na classe ao lado e que precisasse ser cativada para que se tornasse a companheira que tanto queríamos. Perdemos um grande amor, porque ele não tinha os olhos azuis nem estava montado em um cavalo branco, então nem nos permitimos 'perder tempo' conhecendo aquele ali, que no fundo teria toda a compreensão e aquele amor desmedido que buscávamos. Perdemos a semana sonhando com os planos para o sábado à noite, perdemos o pôr-do-sol porque estamos muito ocupados para olhar pela janela e pararmos diante de tanta beleza por dez minutos. Perdemos tanto por acharmos que nada é suficientemente bom para nos desviar dos caminhos dos nossos planos. É aí que perdemos as coisas boas da vida.

O pôr-do-sol, um abraço demorado, um banho de chuva, entrar na praia sem ter problemas em molhar a roupa, uma risada desmedida, o sorriso de um amigo, uma brincadeira de criança, uma flor desabrochando, uma borboleta que pousa no pé, o sol batendo no rosto, a beira da praia tranquila no início da manhã, um sorvete olhando os pássaros, um andar de mãos apertadas, um beijo digno de cinema. Quando se vê, o destino nos tomou pelas mãos e nos leva diretamente para aquilo que desejamos, para aquilo que nos faz felizes. Quando paramos de planejar e apenas fazemos acontecer, quando paramos de pedir o mundo e começamos a agradecer por este mesmo mundo. Quando paramos de pedir por paz e a encontramos por nós mesmos, seja no sorriso de uma criança, no carinho de um abraço ou na beira da praia olhando o mar. "Uma vida só é perfeita, quando chega no final". Então, durante o caminho, paremos para olhar a beleza das flores. Afinal, o que se leva da vida é a vida que se leva.


"Leva na brincadeira
Não me leve a mal
Nem tudo é de primeira

Nem tudo é banal

Uma vida só é perfeita
Quando chega no final

Não segue uma receita

É uma história sem moral
Você leva a vida inteira
E a vida é curta e coisa e tal

Se você não aproveita a vida passa
E tchau

Leva a vida mais simples

Que a morte é sempre ingrata

Se acabar ficando quites

É a vida que te mata"

(Tulio Dek)


Dente do Juízo


Eu tenho me comportado. Sido uma boa menina. Arranjei alguém, me apaixonei, comecei a entregar os trabalhos na data em que realmente deveriam ser entregues, mato pouca aula, bebo pouco, não fumo (não que eu já tenha feito isso, mas em todo caso conta pontos continuar sem fazê-lo). Tenho sido legal com a minha irmã, varrido a casa, lavado minhas roupas, me inscrito pra consursos, preenchido fichas pra vagas de estágio. Pratico atividades físicas, escovo os dentes todos os dias, rezo pro Papai do Céu, encontro minhas amigas sempre que posso e digo que as amo. Leio mais livros, como menos gordura, durmo menos do que as doze horas habituais, mantenho as unhas limpas e bem aparadas. Deve ser por tudo isso que sinto uma dor imensa do lado esquerdo da boca... Deve ser o tal dente do juízo.

É verdade, ando realmente mais decidida. Mais firme, mais responsável. Deve ser o tal dente do juízo que me incomoda tanto para que eu faça essas coisas... Resolva minha vida, evite as burradas que fazia com tanta frequência, entregue os malditos fichamentos e até tente me dar bem com as pessoas que não me dou normalmente. Deve ser esse dente que me faz ver essas coisas e adquirir um pouco mais de consciência sobre as minhas atitudes. Deve ser esse dente que faz eu me ajeitar agora, ou será que ele tá nascendo porque já estou uma mocinha com juízo? Bem, isso eu não sei.

A dor tá chata pra caramba, deve ser o tal juízo vindo pra fora. Agora mesmo é que eu não deixo de falar palavrão, nem de me empanturrar de doces nem de colar nas provas. Porque, se eu deixar de fazer, a outra parte do juízo vem. E duplamente ajuizada é sinônimo de duplamente dolorida. E essa dor vezes dois, ah não, muito obrigada.
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P.S.- a hipótese desse juízo todo também ser amor não é descartada. mas isso fica pra outro post.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Só um desejo.


Tantas pessoas desejam um companheiro ideal. Muitos se enquadram neste estereótipo imaginável, no rótulo do bom partido: bonito, que goste de jogar futebol, que toque violão, que surfe, que goste de dançar pagode, que goste das suas amigas, que se dê bem com a família, que saiba ser romântico, que seja inteligente, dois anos mais velhos, d preferência cursando uma faculdade que encaminhe um bom futuro, olhos claros, cabelo castanho, alto, forte (mas não muito), que goste de ler, diga coisas interessantes, seja simpático, atencioso, carinhoso e fácil de agradar. Puxa. Em um mundo que é difícil estar apto para ser amado, eu desejo algo ainda mais complicado e difícil de ser alcançado. É, rapazes. Eu só espero uma coisa. Eu só desejo que ele me entenda. E o resto, seria tão resto, que eu nem iria reparar. O que viesse com ele, eu iria ficar contente. O jeito que ele fosse, eu aceitaria. Saberia admirar suas qualidades. Melhoraríamos juntos seus defeitos. Mas nada vale o preço da sintonia: sensação única, incomparável, eterna.

Como poder explicar a sintonia? É a transmissão dos pensamentos, dos sentimentos, em uma mesma vibração. Praticamente mútua. Pertencer a um mesmo nível moral e espiritual. Reconhecer-se no outro. Admirar-se e saber reconhecer os erros. Afinidades infinitas que aspiram o bem, a paz, a harmonia e a cumplicidade. Percebe-se a sintonia nas profudezas do coração. Um bem estar que vem da alma, que avisa a nossa consciência do quão prazeroso é estar ao lado da pessoa. Não há nada de racional, nem uma receita pronta com adjetivos e qualidades. Trata-se, simplesmente, da emissão de uma energia a qual nos faz sentir a vida mover o mundo. Nos sentimos agradecidos por compartilhar dessa sensação inexplicável. Por haver céus bem aqui, diante de nós. Por haver, sim, o paraíso e ele se encontrar na Terra.