quarta-feira, 18 de junho de 2014

Das Sensações Cotidianas

Essa sensação diária parecida com leves cócegas que dão vontade de abrir as bochechas e mostrar os dentes deve ser, na verdade, a coisa mais próxima daquilo que chamam felicidade. Essa sensação vem acompanhada, em mim, do desejo de fechar os olhos por um só segundo. Ela acontece quando fico acordada até mais tarde e, ao deitar, encontro um par de pés quentinhos para me enroscar no rigor do inverno. Acontece quando consigo ver uma pequena criança aprendendo a vestir toda a roupa sozinha. Acontece quando saio e alguém desconhecido me abre um sorriso. Acontece quando ouço músicas que marcaram a vida, acontece quando ouço músicas que não significam nada. 
Esse transbordamento escapa pelo sorriso, contamina os dentes e abraça as orelhas. Chega com um café inesperado enquanto escrevo, chega com a expectativa de amanhã festejar com os amigos. Chega quando saio para procurar belas árvores para lembrar dela. O sorriso abre quando, um certo dia, percebo que alguém que já amei muito hoje ama outra pessoa. E é amado. E isso não acende nenhum desespero, nenhuma posse, nenhum rancor. Só gera o transbordar. Gera sorrisos. Gera mais amor. E isso tudo não pode ter outro nome que não seja felicidade...

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