domingo, 13 de novembro de 2011

O sofá, as pernas... te amo

Não peço licença. Vou esparramando as minhas pernas por cima das tuas tão logo me aconchego do teu lado. Não sei pedir permissão, não sei esperar um convite. Vou ocupando o espaço que me confunde ao não se definir bem se teu ou meu, se meu corpo ou teu corpo. Vou enchendo o teu espaço de mim, com as minhas pernas preguiçosas que insistem em se espalhar por cima das tuas. Uma vez tu mesmo me disse que, no dia em que eu começasse a pedir licença ou por favor para me espalhar pelo teu corpo seria porque nosso amor acabou. E ele não acabou. Ainda me tira o ar como naquela primeira vez em que te encontrei e passei a noite com o telefone na mão esperando uma desculpa para poder te ligar - e, curiosamente, tu também - e como em tantas outras primeiras vezes, que são caso para outra história. Não peço licença desde que entrei na tua vida, não pedi licença da primeira vez que arranquei o número do telefone dos teus olhos e nem da primeira vez que entrei na tua casa e fui logo colocando as coisas da minha maneira. Não sei pedir licença desde que invadimos um a vida do outro e não soube mais distinguir a minha da tua; desde que o nosso amor nos une de um jeito que dispensa as formalidades.
No sofá, sem nunca pedir licença, é meu modo secreto de dizer eu te amo.

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