quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quando você me escreve cada palavra linda que você sabe bem que me escreve, cada frase linda que você desenha no papel, no guardanapo ou em mim, você sabe que eu gostaria de mostrar ao mundo todas as cartas e os guardanapos e todos os rabiscos que guardo espalhados pelo meu corpo de Teresa - lembra de Teresa, bem? -, mas eu bem sei que nunca lhe mostraria dessa maneira, não o deixaria nu em frente a todos os outros, principalmente pois digo nu quando o falo sentimentalmente, e não no sentido que normalmente atribuem à palavra, e a sua nudez sentimental é tão bonita, desprovida de pudores, livre dos constrangimentos dos olhos dos outros e  de tantas outras reprovações cheias de inveja, que eu teria até um certo ciúme de partilhar com tantos muitas vezes mal-intencionados tantas palavras de carinho e tantas partes de um eu-Teresa. Pois é meu bem, você sempre me avisou que felicidade incomoda e mais uma vez lhe dou ouvidos e olhos e razão e deixo de expor aqui mais das muitas palavras que gostaria de compartilhar, não por exibicionismo nem por provocação, que acredito que já saibas que não fazem muito parte do meu vocabulário muito menos da minha postura, mas dividir pela beleza e pela singularidade de versos tão bem arranjados, como muitas vezes já partilhei aqui inúmeros versos tão singelos sem que esses fossem endereçados à mim, mas pela sua essência apaixonada - e apaixonante -, que seria uma afronta nem ao menos cogitar partilhar logo aqueles versos a mim remetidos; cogitei e logo desisti da ideia, mais uma vez lhe darei razão.
Razão pois a vida vem sendo muito generosa conosco.
Razão, pois as tuas palavras são minhas.
E tuas.
E só.

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