segunda-feira, 27 de março de 2017

deixa assim

Qualquer encantamento ainda resta nesse espaço de tempo
entre o meu coração e a razão
Se tu pudesses ver agora o meu olhar de pedra, que está assim: mais vazio... mais frio
Tenho a tarde livre para te fazer perguntas sem respostas
Sempre nos entendemos no silêncio, não é mesmo? Porém perdemos as apostas...

Queria te contar por onde andei e o que assisti semana passada no cinema
Sinto o vento forte no rosto do nosso tempo,
Paralisa a memória do que poderia ter valido a pena
Ontem a noite estavas tão vivo enquanto dormia,
podia jurar que a nossa trajetória ainda seguia

Mas o erro aconteceu, não perca tempo tentando mudar, eu não posso mais te condenar
Me despeço de mim mesma, e os nossos desencontros não tem solução
Tem dias que o que sentia volta com tanta força e mexe com tudo aqui dentro, brinca com o meu coração
Me lembro do tempo que a gente conversava sobre a vida sem notar que amanhecia lá fora
Mas quer saber? Deixa assim...
não houve dor maior do que ter de ir embora
Não conseguiria fazer tudo de novo
E em falar em novo, sonhei que era reveillon
Estava todo mundo lá, notei a tua ausência na hora de brindar.
Lembra de quando a gente sentava na areia do Leblon?
Parecia que todos os nossos sonhos se encontravam com o mar.
Se eu tivesse uma pergunta apenas, eu te perguntaria,
Como que se faz planos com outro alguém?
Sinto meu coração ainda um pouco teu. Por que tem de ser assim?
Eu fui no teu enterro, eu joguei rosas no teu caixão e disse amém.
Me parecia mesmo o fim,
então eu disse adeus
Escrevo agora com os mesmos dedos que passavam pelo teu corpo todo adormecido e  que ainda são teus..

Assim como contigo, não consigo terminar esse poema, estou contando os grãos...
Então, fica assim... resta assim, longe de mim, um sopro no peito, um passo pra trás, um desencostar de mãos.


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