sábado, 26 de maio de 2012

Continuar

Eu preciso de férias. Férias desse sentimento que me consome, me intriga e me confunde. Eu me perco tanto e tantas vezes no mesmo caminho. Dou meia-voltas, voltas inteiras e paro, também, em qualquer barreira. Fico parado por tempo demais. E sofro. Sofro muito. Esse desejo agudo, sim, é um desejo agudo, de querer que as coisas fiquem imóveis, paradas, do que jeito que estavam. Por que pessoas não são feitas de cera? E momentos não são fotografias? Por que tem que ter tanto desvio e tanta gente passando por esse caminho. Aí que eu fico perdido pra burro, sem saber pra onde ir. Sinto vontade de voltar, mas para onde? Para o quê? A solidão me consola, mas me cansa. Bebe até a última gota da minha esperança. Também estou farto dela. Estou farto de tudo. Farto e desolado. Desolação. Quando me ergo, pesa mais. Quando tento olhar para cima, algo ofusca minha visão. Sinto-me em um túnel longo e escuro. E por alguma razão, ouço alguém falar de longe, baixinho, quase um susurro: continue.

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