Somos espelhos, nada mais do que simples espelhos. Nossas atitudes refletem nossos sentimentos, nossos medos e anseios. Se tratamos alguém mal, é provável que isso seja o reflexo de um medo, de uma angústia que escondemos em nós. Somos mestres em esconder as coisas de nós mesmos. Brincamos de pique-esconde com nossos sentimentos, e acabamos chutando as emoções alheias para o ralo, quando elas incomodam nossas convicções claramente não tão convictas assim. Não temos receio em magoar alguém para defender nossas certezas incertas, aquelas coisas que tentamos nos convencer a todo custo.
Tratamos os outros como tratamos a nós mesmos, e muitas vezes isso não significa necessariamente que é com o maior carinho do mundo. E deve ser por isso que vejo tanta gente estúpida nesse mundo. Gente que não abre um sorriso, que não mede as palavras ou que age sem pensar nas consequências. E, como a Liana diz, temos que nos contentar com isso, pois é o melhor que podem nos oferecer no momento. E é verdade... quem não consegue se permitir abandonar o orgulho, admitir uma dor ou abrir simplesmente um sorriso, pode no máximo nos dar alguma grosseria pelo caminho. Quando estamos mais felizes, mais satisfeitos, mais tranquilos, mesmo diante da maior ofensa não sentimos a necessidade de revidar, de magoar de volta.
Seria bom olharmos para dentro com honestidade. Olharmos no espelho e não ver apenas o exterior, e sim aquilo que nos angustia e desespera, assim como aquelas coisas que satisfazem e orgulham. Para quando estivermos tranquilos, que o seja de verdade e não uma semente falsa plantada fora de época. Para que deixemos de abandonar nossos sentimentos mais perturbadores numa esquina qualquer do peito, e sim trazê-los a tona, enfrentá-los sem medo e com toda a coragem, para que sejam exorcizados e não simplesmente esquecidos. Para que finalmente tenhamos paz e a felicidade de verdade, vamos precisar de espelhos.
E você, tem espelho em casa?
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