quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ah! Nada, não.


É quando a vida pára, quando o céu fica cinza, quando os livros não fazem diferença, quando as músicas já não te fazem dançar. E eu não posso chamar isso, esse momento em que nada faz o menor sentido e nem tem a pretensão de se transformar em algo melhor, de tristeza. Porque triste, eu não estou também. Mas não estou alegre, tampouco. Bem, existem milhares de aspectos emocionais que posso me encontrar, só falta definir qual. Melancolia? Muito drama, não. Talvez seja o dia de ontem, mais precisamente, ou o que ele significa no meu inconsciente. Porque conscientemente, eu nem lembrava da data. Porém, minha.. o que mesmo? Apatia? Ah, pode ser! Como ia dizendo, ela não é de hoje. É uma mistura de desentusiasmo com falta de interesse. Indiferença com as coisas. Ou com a maioria delas. Queria ficar num cantinho, lendo a Mafalda, até passar.

Já não dou os conselhos que dava antes, já não tenho a clareza que tinha antes, já não conto piada como antes, já não me movo como antes. Algo realmente significativo deve estar faltando. Simplesmente, parece que já não há o que eu não escrevi, já não há mais assunto, há um silêncio eterno, um olhar que não diz nada. É, acho que o nome pro que eu sinto é vazio. Um vazio de muita coisa, de tanta que eu não sei nem contar quantas são e nem descodificar quais são. Eu mesma digo que no camino o que importa é caminhar e nem sempre a chegada. Mas está difícil. E não são nem as pedras que estão lá para me incomodar, porque se fossem, eu ficaria contente em desviá-las como água de rio corrente. É a falta de tudo! Acho que agora até dá pra chamar de melancolia, de tão dramático que isso tá parecendo.

Não, sei. É simplesmente quando tudo pára. O meu mundo parou, já nem sei quando foi que aconteceu. Meu coração parou também de bater, acho que esse eu anotei até a data. A falta de um amigo novo. A falta de uma atividade nova. Uma conversa nova. Uma festa nova. Uma rotina nova. A falta de novidade, realmente. Quando tudo pára, como continuar pra que haja de novo algo novo? Tenho que contratar um bom engenheiro pra ele construir uma máquina que faça o meu "planeta L" voltar a girar. E dessa vez, mais veloz do que nunca. Porque a vida é realmente curta e o tempo passa, mesmo nos dias em que esse decide parar.

O que é que eu sinto? Ah! Nada, não. Deixa eu reclamar. Deixa pra lá. Que daqui a pouquinho, já volta a engrenagem da vida a funcionar.

"(...)
Mas digo sinceramente, na vida a coisa mais feia é gente que vive chorando de barriga cheia."

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