sábado, 17 de outubro de 2009

Burrice Universal



Somos mulheres poderosas, lindas, maravilhosas, de salto alto, com curso superior concluído ou em andamento, temos opinião sobre política e futebol, falamos mais de um idioma, somos viajadas, cultas, modernas, bem resolvidas e independentes. Queimamos os sutiãs, conquistamos o anticoncepcional, a liberdade sexual, o sucesso profissional, cargos de confiança, administramos casas e empresas com maestria e beleza, sem nunca faltar o perfume. O único problema feminino que ainda não foi solucionado, e que anda acorrentado às nossas almas cheirosas e bonitas é o que eu chamo de burrice universal: os homens.

Não importa o quão evoluídas estejamos para todos os outros milhares de aspectos de nossas vidas, quando o assunto é homem nós somos tão ou mais burras que nossas ancestrais pré-históricas. Apesar de conhecermos todos os jogos e canalhices da classe masculina e, muitas vezes estarmos vacinadas contra esse tipo de coisa, sempre aparece algum que nos faz emburrecer completamente. Isso é fato: toda mulher, por mais inteligente que seja para tudo e todos, é ou já foi uma anta em relação a algum homem.

Vejo mulheres lindas se submetendo a coisas inimagináveis. Mulheres inteligentes, interessantes e cobiçadas rastejando por algum imbecil que teve a sorte de despertar o amor da pobre criatura. Olho para trás e vejo a mim mesma como uma completa idiota, traída e trouxa. Ele era feio, era burro e não gostava de banho. E eu babava por ele. Ele me traía, eu chorava, ele ligava e em três dias nós voltávamos. A via crucis foi quase interminável, um suplício para as minhas amigas que acompanharam todas as vezes em que eu prometi que 'pra ele eu não volto mais'. Mas uma hora isso acabou, e vai ver foi nesse momento em que me amei pela primeira vez.

Continuamos sendo violentadas, abusadas e desrespeitadas. Não nos arrastam mais pelos cabelos, mas o fazem pelo coração. E o fazem porque, infelizmente, nós permitimos que isso aconteça. A partir do momento que eu me olhei no espelho e vi que eu não só poderia arrumar alguém muito melhor como eu também merecia alguém que me valorizasse e me amasse, o sofrimento terminou. Não foi por mais uma traição que eu decidi que aquele sentimento deveria morrer, e sim porque aprendi na marra a respeitar a mim mesma. Os outros só fazem a nós aquilo que permitimos. Quem sabe no nosso caminho evolutivo tenhamos faltado muito às aulas sobre o amor próprio. E o caminho certamente é longo, mas o primeiro passo precisa ser dado. A caminhada universal contra essa burrice sem fim.




Amém!

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