Engraçado como gostamos de parecer misteriosos, complicados, indecifráveis. Admita, você também não gosta quando alguém o acha muito simples. Porque simples é... simples demais! O complicado tem mais graça, charme, atenção. O simples não precisa de manual, e nós, que nos julgamos complicadíssimos e cheios de notas de rodapé, poderíamos escrever um livro de recomendações sobre cada um de nossos detalhes, que julgamos muito importantes.
Sinto muito lhes desiludir (e até a mim mesma), porque a verdade é que somos muito simples. Somos ridiculamente simples. Homens, por exemplo. Quando estão afim, ligam; quando não, não ligam. Simples. Quando querem, mostram interesse; quando não, muitas vezes nem os vemos mais. Quando um homem é ferido, ele passa a odiar quem o machucou. Comportamento padrão. Mulheres, quando traídas, não conseguem deixar para trás sem conversar. Mulheres precisam conversar, tentar que o outro entenda suas razões e as suas dores. Simples. Mulheres, quando estão afim, também deixam isso transparecer (e que aí me desculpem as adeptas do antigo 'docinho', eu em pleno século XXI não tenho tempo pra fazer charminho pra homem). Somos preto no branco, apesar de insistirmos em usar aquela aquarela. Quer? Vamos sair então. Onde? A gente decide no carro.
Somos todos covardes por natureza, o que temos são crises de coragem. Crises onde vestimos a capa de super-herói e juramos conseguir levantar o mundo com as palmas das mãos. No resto do tempo, tememos o desconhecido, o instável, tememos nos machucar. Todos tememos demais. Somos todos simples, então vamos dar um tempo de complicar o que não precisa. Vamos ser mais descomplicados, mais leves. Você me quer? Você me liga. Eu quero? Eu concordo, e não te faço correr atrás uma semana. Fácil assim. Eu sou canhota e você é destro, eu odeio camarão e você não vive sem isso, mas não importa porque é tudo adicional. Na essência, somos todos iguais, e isso só quer dizer uma coisa: é simples, baby.
Nenhum comentário:
Postar um comentário