terça-feira, 16 de março de 2010

É tanta confusão


Há tanto em mim pra se descobrir. Há tanto de inquietação que só sobra ansiedade e angústia. Há tanto de amor pra dar, que acabo me esquecendo de como fazer isso. Há tanta loucura no meio da minha sensatez que me perco e me acho, tantas vezes num dia só que me canso. Há essas perguntas malucas dançando e girando dentro da minha cabeça. Eu vivo do mistério, da intuição. Mas me esqueço que as pessoas ainda não sabem ler no escuro!
Eu vivo da imaginação, montando minhas histórias e descartando personagens. Eu sou um lobo solitário. Uma águia que caça de cima. Um bicho esquisito que gosta de emoção, mas procura a tranqüilidade dos dias chuvosos. Que se sente carente, mas que não sabe dar carinho. Que fala pouco, porque desaprendeu as palavras do amor. Eu sou o oposto do inverso. E o contrário do que achava que era antes. Em busca de algo que me valha mais que ouro. A procura do que faça meu sangue ferver no gelo.
É tudo tão fantástico nesse meu mundo interior que não sei por onde entrei e nem sei se há qualquer saída que seja. É tão abstrato tudo isso que sento e caio. Tropeço e vôo a um lugar distante, acabo parando devagar. Reencontro-me em mim mesmo ao me ver nos outros. Eu não tenho nada a oferecer, só minha inconstância e meu jeito maluco. É da leveza dos pensamentos serenos que flutuo livre. E quando a força me puxa pra baixo, me põe os pés na terra molhada. Fico de longe a admirar aquele sonho antigo, marcado na fotografia da mente. Era tão lindo de ver.
Nada, nada é certo. E acabo comprovando que as coisas que eram antes improváveis, estão acontecendo e que o impossível está ao nosso alcance. Porque no final do caminho, é você contra você mesmo em busca do que se chama de equilíbrio no meio de uma grande confusão.

Um comentário:

  1. Parece que acabei de ler um texto do Pablo Neruda. Mto parecido com a escrita dele (na minha humilde opinião, claro hehe).
    E realmente, no final, vence quem permanecer mais tempo "em equilíbrio". ;]

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