terça-feira, 9 de março de 2010

Disso eu sei


Às vezes estamos tão acostumados a ganhar que esquecemos o quanto é difícil perder. Somos, por hora, pretensiosos e esquecemo-nos de ajustes. Ah! Eu nem sei mais o que queria dizer. Fico assim, perdida no meio das coisas certas e das erradas. Nessa ânsia de acertar, eu acabo quase sempre errando. Porque talvez seja assim mesmo. No final, talvez eu não seja assim tão diferente.
Só me sinto só. Disso eu sei. Pelo menos por enquanto. Mas eu choro alto, faço escândalo. Não fico quieta mais. Nunca mais. Procuro conflito e olha ele aí. O danado está até sorrindo pra mim. Aquele sorriso maroto de quem sabe o que faz, sabe que pode complicar minha vida.
Será possível se sentir só com tanta gente? É que essa batalha, meu caro, é minha. Nessa e especialmente nessa eu entrei sozinha. Porque sou eu que quero vencer. Ninguém mais. Não tanto. Essa gente toda tem vida. Essa gente toda sabe o que quer. E sabem que vão conseguir. O que importaria se eu perdesse ou se eu ganhasse? Eu já disse. Eu sei! Essa batalha é minha. Você deve estar se perguntando que batalha seria essa. Ah, é a da vida. A dos sonhos. A das realizações. É a do caminho trilhado, do choro engolido, do soco não dado. É a da raiva escondida, do terapeuta maluco, da família desesperada. É a dos amigos companheiros, dos amigos esquecidos, dos deixados de lado. É a das horas perdidas com os livros acoplados, com os olhos cansados e com o gosto do café amargo. É a das manhãs sem fim, dos almoços apressados, das noites mal dormidas. É a da mágoa, da ferida, é quase nada. É a jornada diária do não ter. É do querer. Querer que essa gente me entenda. Que me apóie e até que pense em mim de vez em quando. Querer ser lembrada. Ser mimada. Quero que essa gente me queira bem, que me assista de longe, que torça e que berre.
Apesar de saber que a batalha é minha e que as feridas e as marcas e tudo isso que vem junto pra me deixar cicatrizes pertence somente a mim, eu desejo, se não for pedir muito, um pouquinho de paciência, cuidados e atenção. Desejo que essa gente toda me ensine como ser mais forte que eu mesma, mais corajosa e mais segura.
Eu não sei ainda bem ao certo o que eu quero. É esse misto de emoção que me deixa assim, no meio da neblina. Por enquanto vou jogando fora o que eu não quero. Eu não quero que essa gente sinta pena de mim. Disso eu sei.

3 comentários:

  1. "É a das horas perdidas com os livros acoplados, com os olhos cansados e com o gosto do café amargo. É a das manhãs sem fim, dos almoços apressados, das noites mal dormidas." Sei bem como é isso, pô, se sei... Esse texto (mto bom, por sinal O.o) me fez lembrar que to te devendo aquela frase do Rappa!

    Obs. "Na Natureza Selvagem" é um dos melhores filmes que já vi, se não o melhor. Tenta alugar! =]

    Bjao!

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  2. Aii minha amiga, que texto lindo.. Chorei lendo, O QUE NÃO É MUITO DIFÍCIL, sem dúvida tens o dom da palavra.. É disso que me refiro!
    Aii mas eu tenho certeza que isso tudo valerá a pena, valerá muito a pena.. Não só para a gente, como para quem nos atura, ou quem um dia nos aturará.. Disso eu sei!! TE AMO XuuXuu..E to contigo nessa luta, pq a vitória será linda e merecida!

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  3. Talvez eu saiba, talvez até melhor que tu mesma, da força enorme que guardas dentro de ti. Só tu não imaginas o tamanho dessa força gigantesca do teu peito, que já aguentou tanto e muito mais há de conquistar. É de peito aberto, como a primeira música que tu me dedicou, que eu te dou a mão, te levo embora e te mostro como podes ser ainda muito mais do que já és. Te amo

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