Eu queria escrever sobre como o destino é uma máquina perfeita na vida das pessoas. Eu queria escrever sobre como o amor é importante, sobre como ele é o alimento das almas sempre famintas desse néctar. Eu queria escrever sobre a importância de arriscar, e concluir mais uma vez que apenas vivemos durante o tempo em que arriscamos e que, no resto dos dias, apenas sobrevivemos. Queria dizer como ninguém deve se prender aos sentimentos e às coisas, porque elas mudam e esse é o ciclo interminável da vida. Queria contar uma história, uma história embalada a uma frase que nunca foi seguida - uma história que não sobreviveu pela covardia de quem não se arriscou para fazê-la viver. Queria mais uma vez falar sobre o destino e sobre a certeza de que nada nessa vida é por acaso, que tudo é aprendizado e o caminho é sempre certo por mais que nos pareça errado.
Eu queria escrever para dizer que muitas vezes eu não consigo entender as coisas do jeito que elas são, pois talvez eu tenha vindo programada de uma maneira diferente. Queria poder entender porque eu enxergo com o coração e não com os olhos, como todo mundo faz. Queria escrever para pensar melhor porque eu não consigo me preocupar com as coisas que os outros se preocupam - e assim eu dou também demasiado valor às coisas com que pouca gente se importa. Eu queria escrever para libertar um pouco de tantos pensamentos que rodeiam essa cabecinha que deveria estar se preocupando só com a prova de quinta-feira. Queria escrever porque quando nada mais faz sentido, escrevendo eu sinto as coisas mais claras e verdadeiras. Queria escrever para olhar mais uma vez para dentro, para olhar para fora, para olhar para tudo.
Escrever faz com que eu me sinta real, faz com que o coração ponha para fora os seus impulsos em forma de letras e faz com que assim eu consiga ordenar a constante bagunça do coitadinho com um pouco mais de facilidade. Escrever me faz sentir viva, me faz perceber que eu não sou apenas uma máquina perfeita de percepção, circulação de sangue, musculatura e respiração; faz com que eu perceba que sou perfeita como máquina de sensações. Faz com que eu me sinta mais do que com um corpo humano e sim como uma alma humana, passível de erros e acertos e decepções e felicidades. Escrever faz com que eu possa registrar os batimentos do meu coração, os pensamentos e a minha emoção, e assim eu posso guardar meus sentimentos para serem relembrados como antigas fotografias - as fotografias da minha alma.
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