sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aquilo


A vida é cheia de fases.
Toda fase de recomeço requer coragem e força.
Toda fase de cansaço requer determinação e garra.
Toda fase de decepção requer uma surpresa.
Toda fase de sonho requer uma inspiração.
Toda fase de conquista requer luta.
Toda fase de alegria requer sorriso.
Toda fase de discórdia requer harmonia.
Toda fase de tristeza requer abrigo.
Toda fase de amor requer sintonia.
Toda fase de desespero requer saúda.
Toda fase de angústia requer conselho.
Toda fase de demora requer espera.
Toda fase de ausência requer presença.
Toda fase de brilho requer luz.
Toda fase de pressa requer rapidez.
Toda fase de criatividade requer arte.
Toda fase de loucura requer cura.
Toda fase de sensibilidade requer escudo.
Toda fase de insônia requer leitura.
Toda fase de interesse requer curiosidade.
Toda fase de escuridão requer paz para continuar e encontrar a solução.
E essas fases que se engajam como armadilhas são nós para meu coração que não descansa. Eu me pergunto quando as fases se tornarão uma só.
Eu desejaria mais que nunca encontrar o equilíbrio. O balance de tudo aquilo que nos impede de tropeçar. Impede-nos de fraquejar. Aquilo que nos faz seguir em frente, que nos faz sonhar de novo. Que nos empurra para o sucesso. Que nos torna otimistas. Como se chama? Aquilo que minha avó dizia que ia morrer por último. Aquilo que as crianças têm como sobrenome. Eu ouvi esses dias que as pessoas já não conheciam mais essa sensação. Tornou-se um estado de espera. Acho que o “aquilo” se encontra até em coma. Só ficou nos livros coloridos dos contos de fadas. Aquilo que faz rimar com dança. Que nos deixa leves. Que nos faz rir. Que nos desliga desse mundo doido que só faz girar. Eu queria me lembrar daquilo. Como era bom sentir o peito morno como o bolo de laranja que eu comia quando era pequena. Se era! Ah! Aquilo... poderia deixar todas as fases serenas. Como se fosse natural que fizessem parte dessa vida.

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