terça-feira, 31 de maio de 2011
Presentes - o pior do mundo
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Cartas (e caixas) de amor
terça-feira, 24 de maio de 2011
Terças-feiras de solidão
domingo, 22 de maio de 2011
tempo
terça-feira, 17 de maio de 2011
Certezas
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Caos
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Sentimentos - para as paredes 009
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Eu não me lembro
Uma tarde gelada estava por terminar naquela pequena cidade. Ela estava visitando os amigos e parentes depois de um longo período fora. Somente seus olhos estavam descobertos, tamanho era o frio que fazia naquelas ruas cinzas. Foi então que ele passou, praticamente um desconhecido, e disse “olá”. Ela parou e ficou olhando para o chão. Na sua cabeça milhões de pensamentos se teciam como um novelo de lã. Ficou levemente tonta. Fechou os olhos e a imagem deles juntos veio à tona. Ela rapidamente se virou e tirou a manta que tapava seu rosto. Ele já estava um pouco distante, mas ela, mesmo assim, gritou:
- Eu não consigo lembrar.
Ele, confuso, retornou lentamente. Cada passo que dava era como se fosse rastejado, doloroso, duvidoso.
- Não entendi.
- Eu não me lembro da última vez que estávamos felizes. Eu não me lembro do nosso último beijo. Eu não me lembro do nosso último “te amo”. Eu só consigo me lembrar do dia em que fiquei sabendo da verdade. Nós fomos felizes? Pelo menos, por um dia?
As lágrimas corriam livremente pelas maças do rosto. Ela não sabia por que isso significava tanto para ela. Mas ficava pensando antes de dormir e não conseguir lembrar, lhe atordoava profundamente. Ela continuou:
- A gente nunca sabe quando vai acabar. Quando vai ser a última palavra. Quando vai poder dizer o que sente naturalmente. A gente simplesmente não sabe quando as coisas vão mudar. Quando a verdade não é bem aquela que imaginamos. E quando isso acontece, a gente não sabe dizer como foi e nem quando foi. É deprimente. E isso me mata por dentro. Isso me mata um pouquinho a cada dia que passa e me mata saber que não há nada que eu possa fazer.
- O nosso tempo passou, Liz. Isso não importa mais agora, tente seguir com a sua vida. Não pense mais nisso. Não tem utilidade nenhuma.
- Realmente? É isso?
Ela pensou estar surpresa, mas sabia, realmente, que ele não sentia as mesmas coisas que ela. Baixou os olhos e viu os velhos sapatos marrons, tão familiares. Não pode deixar de se sentir nostálgica e deprimida. Como havia tudo mudado?
- A gente caminhava pela beira d’água. Tirávamos fotos do céu e do mar. Eu, sem que você percebesse, tirava algumas fotos suas também. Eu não conseguia imaginar alguém mais linda. Seu irmão lhe ligou, nessa hora, e você ficou conversando com ele um tempo. Parecia feliz, parecia estar contando novidades, boas novidades. Esse foi o nosso último momento, pelo menos, o último que ficou registrado na minha memória. Todos os outros que vieram depois parecem ser um grande conjunto de imagens de um drama que inevitavelmente tinha de acabar.
Ele se virou novamente e continuou andando, indo na direção que previamente seguia. Um vazio enorme preencheu o peito de Liz. O ar frio inundou seu corpo, suas veias, seu coração.
domingo, 1 de maio de 2011
Mentiras e Verdades
"Rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth."
Thoureau